Teus olhos falam, falam docemente
na linguagem do amor, embevecida,
trazendo crença ao coração descrente,
e inspiração à alma combalida.
Ao escutá-los sinto apego à vida,
com a sensação de um náufrago iminente,
ante um farol de luz enriquecida
pela esperança em brilho intermitente...
Teus olhos são magia da quimera,
que me conduz à loura primavera,
entre visões de flores e matizes,
quando os escuto, cheios de ternura
do seu silêncio, a murmurar-me a jura
que com os lábios loquazes não me dizes.
João Ribeiro de Almeida Neto