quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Onomatopeias

Carros, caros
Caríssimos, claro
Cordialmente pagos
Encarecidamente vagos

Indubitavelmente fartos
Racionalmente raros
Catarse de palavras

Explicadas, exoneradas
Explicitas, deformes
Conforme a lógica.

Analogicamente inclusas
Em linhas estruturadas
De um muro de letras

Tecendo a teia de prosa
Ora poeta, ora locutor
Ora livres, ora presas
Letras distintas na cor.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Todos os nomes

Mário, Jorge, Felipe
Augusto, Chico, Eduardo
Renan, Breno, Bruno

Nomes e mais nomes
Rostos conhecidos
Rostos nunca vistos
Rostos escondidos

Branco, pardo, mulato
Magro, alto, gordo
Feio, bonito, ou sabe se lá

Tantos corpos e mais corpos
Tantas bocas
Tantas mãos
Tantas desilusões

Pedro diz que vai se casar
Fernando descobre que vai ser pai
João mente, Lucas declara

Tantas paixões e mais paixões
Meias verdades
Meias mentiras
Meias vontades

Paixões que duram, que perduram
Paixões que acabam,
Paixões exageradas, inacabadas

Tantos sonhos e mais sonhos
Te amo aqui
Te amo lá
Te amo sempre

Em meio a tantos braços e abraços
A tantos beijos e apegos,
A tantos afagos e descasos...

Eu nos encontrei.

Meio manso, meio cativo
Meio fugaz, meio vivaz
Meio seu, meio meu.

E cada sorriso era meu também
E cada suspirar era nosso
E cada olhar, cada pesar,
Cada dia, cada hora.

E cada sonho e dessonho
E a cada despedida...
Éramos um só.

Seu nome?


Era o meu já.





terça-feira, 18 de março de 2014

Cidade Maravilhosa

Senta aqui
Deixa eu te contar uma história
Um história de princesas e reis

Era uma vez...
Uma cidade se que intitulava: maravilhosa
Ela tinha um senhor de braços abertos que zelava por ela
Ela tinha um monte feito de açúcar

Ela era linda e invejada por todos os reinos
Todos queriam a sua fama, o seu poder
Todos queriam um dia passear por ela

Mas a bela cidade tinha um príncipe muito malvado
Ele batia em educadores
Em bombeiros, e policiais
Ele batia em trabalhadores de rua, em crianças até.

E esse príncipe tinha um rei ainda pior
Que tratava maldade com maldade
Era sangue para todo lado

A cidade então se calou.
Por muito tempo ela se fechou

A violência era diária
Dinheiro sumia dos trabalhadores
Esperança
Dignidade

O príncipe e o rei cada dia mais eram felizes
Se gabavam aos outros reinos como eles tratavam a cidade
Mas a cidade não era feliz, pelo contrário.

Um belo dia essa cidade ganhou um prêmio:
Ela teria um torneio mundial
O rei não podia estar mais feliz
E mais dinheiro foi aparecendo na casa dele

A cidade não entendia como o príncipe e o rei eram tão ricos
Ela não entendia como o seu povo não tinha também esse dinheiro
Não entendia como o rei andava de escolta em uma bela carruagem
E seu povo andava a pé...

Até que um dia, a cidade teve uma ideia,
E procurou a última esperança do reino: o gigante.
O gigante permanecia adormecido há séculos
Ninguém mais falava sobre ele.

Teve a ideia de acordá-lo.
Reuniu milhares de pessoas para levantá-lo
Ela não conseguiria sozinha.
E assim foram marchando em direção ao gigante.

O milagre aconteceu:
O gigante tinha acordado
E com ele carregava toda fúria e desprezo guardado por todos esses séculos
E o gigante se vingou de seu reino, querendo a cabeça do rei.

Muitas guerras se passaram
Muitas brigas, muitas mortes e prisões
O gigante foi ferido centenas de vezes
Mas o reino foi abalado...

E por um tempo, o gigante sumiu.

A guerra continua
O rei e o príncipe cada dia estão mais fracos
E com menos aliados
O gigante não desistiu, ele está escondido

A espera.

Esse reino acabará
E o torneio será a Guerra Mundial
A cidade pediu
O gigante atendeu.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Nunca fui do tipo que da abraços, ou que conforta alguém que esta debulhando em lágrimas, muito menos aquela que diz "eu te amo" ou pula de felicidade ao ver o homem amado. Eu sou mais para aquela que ama calada e sofre mais calada ainda. Aquela que aparentemente está sempre sã, não séria, seriedade requer responsabilidade, requer uma vida madura e alguém que já viveu muito, eu só tenho 24 anos, em plena juventude de alguém que parece mais que tem 40. Acho que por causa da nova geração, meus 24 anos não são mais como os 24 anos dos meus pais, e muito menos dos meus avós, mas sim, estou velha mesmo estando jovem. Já não me empolgo mais com festas badalas e carinhas com corpos sarados, muito menos me empolgo com festivais que duram o dia inteiro, para mim o Rock in Rio é um martírio, eu vou porque é uma das únicas oportunidades de ver shows que se não tivesse esse tipo de festival eu talvez nunca veria, mas a cada segundo eu torço para que acabe logo, não o show, mas o todo. Show ideal é sentada em uma mesa bebendo um chopp a poucos metros de um palco, sem multidão, sem pessoas gritando, sem ficar horas em pé. Boate então nem pensar! Só em casos extremos, como aniversário de algum amigo próximo. Sou a favor de ficar em algum bar rodeada dos meus verdadeiros amigos falando sobre tudo e qualquer coisa. Sou a favor de ir para lugares de fácil acesso com hora para voltar. Está certo que eu amo viajar e ai já é meio contraditório, mas como toda velhice, prefiro meios de transporte rápidos e eficientes, sem barulhos alheios que não sejam os escolhidos por mim, e viajar com as companhias certas para lugares calmos, como uma praia deserta, por exemplo. Pior ainda é falar no telefone ou pelo chat do facebook, não tem nada mais chato, hoje eu estou mais para conversas pessoais, no whatsapp apenas conversas longas com aquelas pessoas que infelizmente não se tem outra opção. Sou a favor de risadas frouxas, de bebedeira entre amigos, de ficar o dia todo com alguém, de relacionamentos não questionáveis, não importa se duram 1 dia ou 1 semana. Sou a favor de vida ao vivo, de amor. Se daqui a uma mês ainda serei a favor disso, eu não sei, talvez não seja a favor nem de mim mesma. Mas a graça é exatamente essa. Viver hoje, e o futuro que fique no futuro!