quinta-feira, 6 de maio de 2010

"Se tudo cresce (eu fico a meditar)
Apenas um momento alcança a perfeição;
Se os astros vêm, com influência oculta, comentar
As meras peças que o mundo têm ação;
Se os homens sei que como as plantas arborescem
E o céu que lhes dá aplauso é o céu que os vem vaiar:
Gloriam-se de seiva e no ápice decrescem,
Para afinal esse auge esplêndido olvidar;
Então, pensando nessa instável permanência,
Mais jovem eu te vejo, amor, à minha frente,
Embora queira o Tempo, ouvindo a Decadência,
Mudar teu jovem dia em noite desluzente.
E, por amor a ti, em guerra o Tempo enfrento:
Quanto ele em ti suprime, é quanto te acrescento."

- Willian Shakespeare