No começo, tudo era estranho, até mesmo ele. Ele não fazia o tipo dela, não fisicamente, mas tudo nele indicava um interesse, ao qual ela não conseguia desapegar.
Com o tempo, ele foi se tornando especial. Ela jurava para ela mesma que não era nada demais, que era apenas casual. E foi se tornando cada vez mais rotineiro e presente em sua vida. Do desapego ao desespero.
Na sua frente, ela ficava muda, e nada falava. Não sabia o que falar, nem pensar ela pensava. Silêncio total. Ele sempre tão distante, de corpo e alma, sempre sozinho. Ela sempre a espera de algo que nem ela mesmo sabia o que era. Nem dela, nem de ninguém.
Ciúmes foram aparecendo como as mudanças no decorrer do tempo. Ciúmes por parte dele, ciúmes por parte dela. Nada escancarado.
Ela desapegou, quis desistir, mas não conseguia. Na sua presença tudo era mais forte, difícil hesitar. Nem falar, ela falava. Escrever é mais fácil. Seus amigos em comum davam conselhos, ora ruins, ora bons. Da menina decidida, para menina sem ação, eternamente a espera.
Ela resolveu calar o corpo também, unicamente dele. Mas nem isso ajudou. Ele sempre quieto, tímido, receoso. De uma relação que nunca teve inicio, o fim é só o começo...