quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Sabe-se

Sabe-se quando chega
Sabe-se quando vai embora
Doutrinas de Outrora

Vestígios do término de um calendário
31 dias de exaustão
Férias em colisão

Êxtase lúbrico
Feroz e mordaz
Deleite

Fica, entra, sai
Coloca, tira, põe de novo
até gozar...

Três vezes por semana
ou mais.
Verdade absoluta

Maiores relações
Desapego natural
Extrema obsessão

Sabe-se quando começa
Sabe-se quando termina
Pura realidade feminina.





quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Será que algum dia eu gostei mesmo de você?
Tudo me parece tão abstrato. Como se não tivesse passado de apenas comodismo.
Comodismo habitual, de se ter e não querer perder, mas passageiro. Como brisa.
E como eu responderia a essa pergunta? Como saber?
Acho que sempre tive receio, medo mesmo, de gostar de alguém. O mundo é tão cruel, não é mesmo? Não temos bons exemplos ao nosso redor. Nenhum casal é feliz pra sempre. Enjoamos da presença do outro muito fácil. Nos apegamos muito fácil também. O difícil é discernir um do outro, peca na diferença.
Não sei sequer se você foi de fato importante, ou apenas um ser que passa. Que passa e não marca... acho que me acostumei a acostumar.
Então se você quiser alguma coisa e me chamar, irei correndo para você.
Chegou a hora de desistir e descobrir o que nos impede de respiramos tranquilamente, e falarmos sinceramente. O caminho está livre se você estiver pronto.
As pequenas rachaduras cresceram quando percebemos que era tarde demais para andar em círculos e contar mentiras. Quando vamos aprender?
Então plante a ideia e veja a crescer, dê corda e a deixe ir.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Apenas cansada

Tô cansada de você me mandando o que fazer
Tô cansada de mandar todo mundo se fuder
Tô cansada de estar, permanecer, ser.

As coisas se repetem no final
As ilusões são as mesmas, os sentimentos se igualam
A mente se engana, o coração desmorona.

O quê fazer?

Tô cansada..
Apenas cansada.

Cansada de te ensinar, de te explicar
Cansada de ser melhor, de evoluir sozinha
Cansada do seu não falar, do seu não fazer

Cansada...

O mundo desmorona a sua volta, e ai?
Nada te destoa. Nada te incomoda.
Nem chorar, você chora.

Acorda. POR FAVOR !

A realidade não é o conto-de-fadas que você inventou
Não é a ilusão de um mundo simples e natural
Não é apenas a sua vontade.

Sabe, vai embora, me larga, me deixa.
Eu te imploro.
Não me liga mais, não me procura mais, não me olhe mais.

Tô cansada de repetir erros do passado
Cansada de querer e não ter
Tô cansada de você.

Apenas cansada...

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

ponto e vírgula

Adormeci.
Acordei.
Relaxei....


De dia, fantasia, ilusão
De noite, amores em solidão

Ventania.
Abra a porta, fecha a cortina. Vou pro quarto

Felicidade.
Cidadania, respeito, solidariedade

Cadê todo mundo?
Sumiu

Rua vazia, carro quebrado, sinal vermelho.
Marido, filhos, garfos e facas.

Cidadão do mundo

Bebo uma coca gelada, frito um hambúrguer.
Tomo uma vodka, acho melhor.

Ouço um vinil, Duke Ellington.
Frank Sinatra, Mile Davis.

Pego um vinho, olho, guardo-o de novo.
Daqui há 2 anos, quem sabe.

Tiro a roupa, tomo banho. Passo hidratante
Me cubro, ligo o ar, a TV.

Relaxo.
Adormeço.
Sonho acordada então...

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

ordem e progresso

Não fazia sol há dias. O mundo permanecia num estado de neblina interminável. Homens e mulheres saqueavam corações, roubavam a luz para haver apenas escuridão. Filhos eram mortos por negligência. Chovia, tempestade de lágrimas caiam dias após dia. A esperança havia desaparecido, o medo e a angústia faziam guarda nas portas das casas. A solidão era mãe de todos os cidadãos. Nada parecia possível de mudar. Tudo parecia natural.
No alto de um morro, escuro como o dia, havia um casebre abandonado. Na janela do último andar, podia-se avistar uma menina de cabelos brilhantes, olhar vivo(o que era raro no mundo atual), ela era mais como uma pintura, alguém inalcançável. Seu nome era Lara, e seu sorriso iluminava o cômodo. Se alguém tentasse falar com ela, sumia como poeira no vento. Ninguém jamais havia escutado o som de sua voz, chamavam-a de fantasma, de luz divina. Rezavam para ela, como se reza para um santo, clamavam para que descesse e pudesse ser tocada, vista. Mas ela nunca desceu, não até hoje, simplesmente observava o mundo da janela do último andar como se estivesse a esperar. Mas o quê não se sabe.
Os meses que se passaram foram de tornados e tufões, clima gélido e apagado. As mentes eram dominadas por pensamentos de morte e corrupção. As ruas estavam desertas, tamanha a taxa de mortalidade que se deu nos últimos dias. Morriam de tristeza, abandono. Não havia mais amor, as crianças nunca ouviram falar disso, pensavam que era uma lenda. A saudade também estava extinta, só havia a presença, contínua e firme. O presidente tinha perdido também a amizade, último decreto antes de sua morte: PROIBIDO AMIZADE.
Lara, sorria, cada dia mais, dia após dia, ela sorria. Parecia que quanto mais escuro e sombrio fosse o mundo mais brilhoso ficava seu sorriso, mais vivo ficava seus dias. Era como se Lara se alimentasse do ódio e da raiva alheia, fonte de sua sobrevivência.
Foi numa noite escura como todas as outras, que tudo aconteceu. Eram por volta de 2 da manhã, quando homens, mulheres e crianças invadiram o casebre, com armas e facas à mão, dispostos a roubar o brilho de Lara, a matá-la se preciso for. Subiram até o último andar, arrombaram a porta, ela olhou assustada, não havia imaginado que causava tanto desprezo nas outras pessoas, se achava imune a tudo e a todos. Cortaram seu cabelo, amarram na cama, arrancaram seus dentes, tão brilhosos, a cegaram e foram embora. Deixaram-na ao léu, sozinha.
Lara não podia sorrir, não podia ver, não podia observar o mundo que tanto prezou. E assim, sem forças, sem poder, tinha expulsado também a última coisa que faltava: a felicidade!
Os dias permaneceram iguais, agora não existia mais nada que pudesse reverter essa situação. O mundo agora era o que sempre foi. Pueril. Seus cidadãos permaneciam em suas casas escuras e sombrias, e tristes e infelizes. Permaneciam em eterno estado de dever cumprido.

domingo, 26 de agosto de 2012

No dia seguinte

Um sorriso bonito
Um olhar cativante
Uma lábia bem estruturada
Uma missão cumprida

Carinhos debaixo do cobertor
Afetos trocados de madrugada
Uma palavra de conforto
Prazer!

Um bom-dia maranhado
Um abraço apertado
Uma despedida cheia de beijos
Calor!

No dia seguinte
Não tem nome
Não tem telefone
Não tem amor

No dia seguinte
Não tem sobrenome
Não tem voz
Não tem clamor

No dia seguinte
Não tem rosto
Não tem memória
Não tem sabor

No dia seguinte
o status: namorando

Vêm a descoberta
Seguida de um sorriso de canto do lado
E o pensamento: tinha que ser

No dia seguinte
os dias são sempre dias seguintes.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Hoje eu só quero...




Sorria, a vida te chama!
Sorria, pro mundo que clama
Apenas, sorria!

terminamos nossos dias em lágrimas de sal
sem comida, bebida, sem ar.
terminamos nossos dias, lavando a alma

Hoje eu só quero que o dia termine bem.


Conhecer gente nova, cantar pro mundo, dançar até criar calos nos pés
transar com um desconhecido, beijar uma menina, tomar um chopp.

Hoje eu só quero que o dia seja memorável


Pintar um quadro, escrever uma poesia, uma melodia, tocar violão
tomar banho de mar, tomar banho de lua... se apaixonar
Hoje eu só quero que o dia seja pra mim!


Um samba na roda, dj de rock. Um house pra começar
Original, Heineken, Bohemia, até Itaipava serve

Hoje eu só quero me deleitar.


Acender um baseado, cheirar loló, coquetel molotov.
Batizados de proibições, casamentos de licitações.

Hoje eu só quero me renovar.

Chorar, para não lembrar, esquecer o que não se fez
Pensar, em estado de autismo.

Hoje eu só quero que você ria para mim.

Depois do amanhecer, a alegria.
Ressaca braba, cama, edredom...
Sorrir, para sorrir!

Hoje eu só quero que o dia seja assim

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Roda de samba

Que entre na roda quem gosta de samba
Que entre na roda quem sabe sambar
Quem canta e toca, encanta e esnoba
Que entre na roda a vida, a mente, e o penar.

Morena ditosa, sorriso bonito
Loira escandalosa, olhar distraído
Negra formosa, gingado de bar

O samba nasceu, a roda cresceu
Adultos, crianças, garotos, senhoras
Circuito da malandragem

A menina dispensou
O garoto esquivou
O outro olhou, perdeu,
O mundo se achou

Wilson das Neves, Ivone Lara
Ismael Silva, João Nogueira
Leci Brandão, Martinho da Vila
Nelson Cavaquinho, Noel Rosa

O nego olhou, a loira caiu
Peixe jogou, a nega fez gol
A zona sul rodeou, e a baixada é rei

Panela de barro, curici, carajá
Breja na mão, cachaça na outra
Chapéu panamá.

Subo morro, desço morro, rodo o morro
O morro sou eu.

Estácio de Sá, Mangueira
Salgueiro, São Carlos
Vila, Tijuca, Grande Rio.

Samba-canção, samba-choro
Samba sincopado, samba de breque

O dia amanheceu, a roda acabou
O sol sorriu, a vida chamou
Amanhã tem mais. Até pra sempre cabe mais...


segunda-feira, 2 de julho de 2012

Fecho a porta. Giro a chave. Mantenho-me calada.
2 dedos de whisky e um cubo de gelo. Viro. Deleito-me
Na parede uma escultura do Niemeyer, olhando pra mim, com todas suas curvas geométricas matematicamente equilibradas.

Mais uma dose, choro.

Cada ângulo desse cômodo me faz lembrar nós dois. Cada suspiro meu me faz querer de volta suas pernas entrelaçadas, seu braço me esmagando num abraço efêmero. Suas entranhas vibrando em meu tórax, suas unhas cravadas no meu dorso. Sua barba roçando em mim. Dias sim, dias sim também.

No gozar, a lamentação. Momento eterno que teve fim. Olho no olho. Boca na boca.
5 minutos, e você se foi. Prazer masculino, sempre assim.

Quem sabe um dia não chegará o momento em que você não se levante, não fale, não exclame. Simplesmente aproveite, fique fixo, adormeça.
Quem sabe.

E tudo que foi já é, e não mais seria. E tudo que não foi, passou, como quem não queria. E tudo se repete, como música que não sai da moda, e tudo se lamenta, como a moça da janela que chora a esperar seu novo amor. E tudo vira névoa, como névoa que vira dor.

Relapsa. Bebo mais uma dose, embriago-me de saudades.
Destilo pensamentos num Jonhy de anos e anos. Escuto um blues, absorvo-me. Mudo o disco, agora é heavy metal.

O sol dá suas caras, olho para a porta, nada.
Olho o relógio. Hora de levantar.
Olho para a fora, a vida que chama.

Mas existiria vida com essa dor que me maltrata? Existiria prazer sem o afagar de nossas relações? Existiria desprezo maior que nossa indiferença póstuma? Existiria rastro algum de nós dois? Nem mesmo Freud explica.

Lavo a alma a 14 graus. Me arrumo pro matadouro da metrópole carioca.
Sorrio para não chorar.
Abro a porta. Giro a chave. Mantenho-me livre.

sábado, 23 de junho de 2012

A espera

Resquícios de verão marcam o calendário. Esperando inevitavelmente dias que não mais virão. Parada na janela sinto o ar me faltando...
Crianças correndo com euforia exalada em cada sorriso.
O relógio marca 17h e nada de você chegar. Espero em vão. Você não virá. Não mais. Não depois de tudo.
Risos ditosos de amores que se acabam. Flores na porta com cartão postal de lugares que nunca conheci. Vivi seus sonhos, suas mentiras. Deixei de viver, eu acho!
Ainda bem que não tivemos aquele filho!
Será?
Minha mãe estava certa quando dizia que eu não era pra você. Sempre tão correto, metódico, careta.
Eu libertina.
Meu pai jurou te fazer sofrer, como quem faz a quem não se ama. Afinal, você foi embora sem nem dar explicação
Filhos, mulheres, talvez. Vá saber
Os anos passam, e eu permaneço na janela. Esperando... Em vão. O vento sopra mais forte, caem as folhas da estação
Nenhuma carta, nenhuma palavra.
Sonhos despedaçados. E se eu morrer? Creio que já o fiz.
Estranho sentimento preso na garganta. Prefiro uma faca, então
Minha irmã não entende, acha que eu fiquei caduca. Toma o remédio - ela diz. E depois chora, quieta.
Sofrer de amor, quem não sofre?
Três meses, e o chão continua igual. As folhas passam... As flores chegam. Tudo está lindo agora. E nada de você. Nem mesmo um telefonema
Prefiro que esteja morto, jogado numa vala qualquer para os urubus. Prefiro que seja um moribundo, um João sem nome. Prefiro isso a não preferir que você tenha me esquecido, me deixado
O correio bate a porta, levanto assustada.
São duas da manhã.. não existem carteiros esse horário. Minha aparência de fantasma assusta o moço. Dona Fernanda? - eu mesma. Obrigada moço!
Abro correndo o envelope.
Silêncio!
No fundo, seu distintivo e uma foto. A foto de uma moça morena, de olhos brilhantes, cabelos vivos. Feliz! Não conheço essa moça, não dessa forma. Parece ser alguém distante, de outra vida quem sabe.
Então foi por ela que me deixou? Desgraçado!
Ao entrar no quarto me deparo com o espelho.
Choro...
Você morreu, e a moça também.

terça-feira, 19 de junho de 2012

prazer !

Era domingo, daqueles dias chatos de final de ano que nem mais campeonato brasileiro se passa na TV, era final de tarde e o gordo do Faustão não calava a boca. Um quarto lúgubre com alguns cartazes de mulher pelada atrás da porta, uma bola de futebol embaixo da cama, uma cesta de basquete cheia de papeis de bolinhos de chocolates, usados, claro. O cesto de roupa suja perto do computador, que tinha um papel de parede das 10 mais gostosas do ano. Na cama um menino, olhando o ventilador rodar, de olhos abertos, castanhos. Sua cueca pra fora da calça, devia vestir tamanho 48, bem grandes, camiseta branca mostrando os culotes, cabelos enrolados, quase um anjo, se não fosse pelo formato de seu rosto, já na puberdade. Ele só pensava em uma coisa: a vizinha. Ele, com os hormônios em fúria de um pré-adolescente, só pensava nela e os pensamentos se juntavam com toda a confusão que há na cabeça de um jovem dessa idade. Levantou-se e foi até a janela quando viu, mais uma vez, a vizinha, Isabela, chegando, num carro diferente. Ela andava de forma sensual, era uma loira de 21 anos, mas que causava impacto. Ele correu pra procurar o binóculo, e ele com seus apenas 14 anos, sentiu de leve um levantar na calça, já tava acostumado com aquilo, acontece freqüentemente, ainda mais quando ela aparecia. E ela era toda linda, sonhava com seus beijos,com seu toque, tinha raiva dos inúmeros caras com seus carros importados que vinham buscá-la. Ela realmente era desejada, pensava ele. Mas aí entra o lado negro na história: ele era um moleque pervertido, já se masturbava desde os 11, idade essa onde só se consegue uma bela mijada depois de uma bela tentativa de masturbação e não precisava de muito pra isso acontecer, qualquer coisa era válido, até a doente mental e gostosa da Luciana Gimenez de madrugada. Já tinha tentado se masturbar com uma foto da Hebe de maiô na ilha de caras, o que não lhe garantiu muita excitação, convenhamos(mas como tentativas frustradas também devem ser contabilizadas como tentativas). E lá estava ele, com binóculo na mão, olhando-a conversar com um cara qualquer: um merda - pensava ele - mas um merda que comia ela. Não devia ser tão merda assim, no fim das contas. Ela se despediu do playboy e veio andando rebolativa que só, em direção à sua casa. Ele começou a suar frio, gotas e gotas de suor caiam pelo seu corpo, deixou escapar o binóculo, sua calça aberta, broxou. De repente, a campainha toca, ele permanece paralisado, sem saber o que fazer. Suando frio permanece no segundo andar, em seu quarto, mas quer vê-la mais de perto e resolve descer, tentando fazer menos barulho possível, mas são 70kg em cima de um assoalho de madeira tão antigo quando Dona Judite, sua avó. Chega no ultimo degrau, ainda suando frio, quando escuta aquela voz doce e suave da garota de cabelos dourados e corpo de deixar qualquer um embevecido. Ele sentiu um início de rigidez no bigulinho, ficou envergonhado, correu e foi sentar no sofá pra fingir que tava fazendo alguma coisa lá embaixo, ele ouvia algo como "a senhora tem aí, por um acaso..." de repente um silêncio, passos vindo na sua direção, ele tenta enxergar um pouco mais, se inclina pra cima do sofá, ela entra na casa, a vó fecha a porta e diz: "olha Marvin, quem está aí, é a vizinha, Isabela!" O primeiro contato é sempre o mais tenso. Ele se virou de volta no sofá, e mal olhou na cara dela, e disse um 'oi' mais pra dentro do que pra fora, olhando pra baixo envergonhadíssimo. Corou, seu rosto quase da cor dos cabelos, um vermelho vivo, quando ela se virou de costas... Ele se pôs a observar o andar daquela moça e o requebrar daqueles quadris, e o formato daquelas nádegas, suas curvas o deixavam louco, novamente sentiu um levantar entre suas pernas, procurou o mais rápido possível alguma almofada, mas não achava. A cueca caindo pra fora da calça, morria de medo dela virar e querer falar alguma coisa, suava frio novamente. Elas foram até a cozinha e ele não podia perder essa oportunidade, afinal ela estava dentro da casa dele! E ele se mandou pra cozinha, sempre uns passos atrás dela, não queria que ela notasse. O telefone toca e sua avó corre pra atender, deixando os dois sozinhos na cozinha. Ela olha pra ele, aquele olhar doce, singelo e ele só consegue olhar pro seus decotes, seus seios fartos e fica imaginando o que não faria com eles, de repente ela se aproxima, ele fica imóvel e ela chega cada vez mais perto. Cara cara, ofegante, ele não sabe o que fazer, quando ela fala: não tenha medo - com um sorriso no canto da boca, ele paralisa. Ela puxa sua mão e a coloca sobre seus seios, suas mãos continuam lá, sem se mover, ele ainda esta em choque... Ela sorri de novo, e põe a mão sobre sua calça, ele quase goza, tudo que ele sonhou está acontecendo. Calmamente ela abre o zíper e se inclina para baixo, se ajoelha, com a mão direita segura seu maior triunfo e com a boca delicadamente vai enfiando goela abaixo. Ele vibra, e em 120 segundos, tudo se resolve. “meu primeiro boquete”- sorri o menino. Ela se levanta, beija seu rosto e vai embora. De volta ao quarto ele fica imaginando se tudo não passou de um sonho. Coisas como essa não acontecem com meninos como ele, não, com meninas como ela. Ele adormece... sem despertar.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Ilusão

Que sentimento é esse criatura?
Que persegue, sufoca e mata?
Que sensação louca é essa?
De quem não quer mais acordar...
Por nós eu viveria a eternidade, morreria mil vezes se preciso.
Por nós escalaria montanhas, pulava do alto de um morro, parava de respirar.
Metódico da cabeça aos pés, retraído, tímido, calado...
Melhor seria se não fosse, não é? Pacato, bicho do mato.
Não são os opostos que se atraem? Pois bem, sou furacão nessa sua calmaria..
Oceano no seu rio sem fim, Al Capone no seu filme predileto.
Diretrizes nos informam caminhos contrários,
Bate os sinos: doze badaladas.
Hora de ir para casa...
Me despeço, e você insensato, programando horas de Dota sem parar.
De repente me olha, como quem perdeu sem saber porquê
E no seu olhar, a lembrança de tudo que já passamos.
Até a próxima: você fala.
Fico muda...
Bato a porta.
Na estrada o arrependimento das palavras nunca faladas
Palavras pensadas e jogadas ao vento...
É só o começo, do fim...
Se nem mesmo uma carinha feliz me faz suspirar mais forte
Se nem mesmo sua timidez me faz calar
Se nem mesmo seu olhar me faz desviar
O que sobra de nós?
A mesmice de sempre.
A paixão de amanhã.
O desespero de ontem.
Quem sabe?
Espero ansiosa, por ti.
Volta pra mim....

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Guerra e Paz

Povos e civilizações milenares corrompidas por um bocado de autoflagelação. A guerra tem dessas coisas, massacrar. Melhor do que virar pólvora na mão do inimigo, não? Estilhaços na estrada, cinza para todos os lados, cadáveres virando carne de urubu. E o Estado, cadê? Está jogando as mesmas bombas nucleares em outros povos e civilizações. A guerra não acaba nunca, para obter-se a paz, é necessário sacrifício da humanidade. Humanidade essa mais podre que carcaça de cavalo de guerra... Essas sim, de outrora que eram gloriosas, lutavam-se pela honra, por deuses, por mulheres, conquistavam terras por direito da força. Racionalizavam-se, misturavam-se, mesclavam-se... Depois vieram as de Peloponeso, Grécia, Japão... Vieram com elas a devassidão, a exclusão social, o caráter corruptível de hoje. Lamentamos por muito, mas fazemos pouco. Só a mudança é necessária, mas cadê aquele mártir para gritar ao mundo como devemos agir? Salve Dalai Lama, Salve Mandela! E muitos outros. Utopia, esse é o nome. Merecemos afundar mais ainda na lama? Pôr no poder cada monstro que nos ataca pelas costas? Ladrões de banco, de galinha, de assado. Merecemos sim, sem dúvida. Falamos de fulano, de ciclano, mas fechamos os vidros de nossos carros no sinal, lutamos por mais igualdade, mas não abraçamos nossos serviçais que ganham um salário minimo. Somos a favor de liberdade, mas não temos coragem de falar o que pensamos para quem entender. COVARDE ! É o que somos, e quando digo nós, digo a sociedade por inteira. COVARDE ! O mundo é lindo, é verde, SALVE A NATUREZA MINHA GENTE! VAMOS FAZER MARCHA DA MACONHA, VIVA !! VAMOS SER COMUNISTAS E LUTAR POR UMA SOCIEDADE IGUALITÁRIA. VAMOS SER HUMILDES E DEMOCRATAS E QUERER O BEM DE TODOS. E 10min se passam, e o mendigo da esquina continua com a roupa fudida, e sem 1 real no bolso. O moleque de rua continua roubando para ter o que comer, e você continua fechando o vidro do carro para ele. Falar é fácil, todo mundo fala. Temos que acreditar que um voto sim faz a diferença. E existem sim pessoas que podem mudar isso, e se não podem, mude você. Leia, conheça, reconheça, aprenda, se interesse.. Senão podemos voltar a guerra. Daria no mesmo, na verdade, seria mais proveitosa. Lutaríamos por um ideal, utópico, é verdade, mas estaríamos lutando por algo. Pessoas morreriam, povos seriam devastados, mas e dai? Já são mesmo e ninguém faz nada para mudar. Taí a violenta desigualdade social em que vivemos. Taí a violência nas grandes metrópoles que só aumenta, e a segurança que só diminui, pelo menos em guerra, obteríamos um pouco de paz.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Enquanto durar

Fazia tempos, quiçá anos.
O tempo passa e a gente nem percebe, é névoa branca em tempestade.
Quando ocorre, dá calafrios, náuseas, dores de cabeça, insônia.
Quando acaba os sintomas são desespero, agonia, aflição.
Há quem diga que o melhor é o que vem depois... meses de estação.
Há quem se conforte com apenas sete dias no ano.
Há também aqueles, poucos, que entregam-se ao verão.
Mórbidos detalhes, pequenas palavras, que se transformam e se vão...
Vinte quatro horas de puro êxtase.

Críticas são ignoradas, amigos esquecidos, defeitos de segunda mão.
Sorrisos sempre dispostos, elogios a cada minuto, qualidades reversas.
Noites que viram dias, dias que madrugam, solidão...
Caso com prazo de validade.
Extrema obsessão.

Fim...
Xingamentos, brigas, enjôos, tudo se destoa.
Baterias arriadas, cartas queimadas, sorrisos amarelos...
Dias nublados, quilos a mais, amores de menos.
Caso complicado... exacerbado.

Falácia.
Queixo-me de seus costumes.
De suas manias
Rebelião
Outrora alegria compartilhada.
Toda duração é necessária...


Recomponho-me então.
Desisto para sempre…



... Até tentar de novo.

domingo, 18 de março de 2012

Noites de uma ébria

Desfilo pelos bares o olhar da minha memória
E relembro os homens,
Folhetos a fortificarem as decepções do líquido.
Os cabelos pretos de um,
O olhar torto de outro,
Corpo escultural de um terceiro,
A boca delicada daquele outro, surgindo com ternura
ao estalar de um beijo,
O charme tentador de tantos me tentando,
O perfume que exala paixões,
As cantadas infalíveis no ar...
E eu e meu copo, tímidos, submersos nessa contemplação de voyeur,
Relembramos sonhos de uma princesa árabe.
E imagino, já embriagada, que o bar é um deserto
E o garçom beduíno aponta as delícias do oásis;
Os homens desfilam pela areia, entre camelos e ladrões,
E eu, heróica, tropeço,
Acordando à entrada do banheiro, apurada,
Desperto pelo fedor de um miquitório barato.
São sempre palhaços, pederastras, babacas, policiais andando
nas noites da cidade.
E eu, querendo encontrar em mim a prostituta invencível,
Vasculho a mulher que eu não sou.

quarta-feira, 7 de março de 2012

São Paulo

Acordo sozinho e não vejo ninguém, fico imaginando aonde foi todo mundo. Atravesso o corredor, subo as escadas até o terceiro andar, e nada. Em minha cabeça passam pensamentos abstratos... Até que me deparo com um espelho, e ao olhar-me, vejo nele a minha imagem: um físico invejável, mas o que mais me chama atenção em mim mesmo, é o meu olhar, morto e solitário.

Estou sozinho novamente, todos saíram e lá fora cai uma chuva fina, como se São Pedro pedisse para que ali eu permanecesse há observar a chuva bater na vidraça da sala. São Paulo às vezes me parece assim como eu, triste, solitária.

Novamente pensamentos me vêem à cabeça, lembranças da minha infância, da minha vida. De repente me lembro o motivo da minha tristeza, e como a morte de alguém pôde me afetar. São Paulo às vezes é vingativa, corroendo as pessoas no dia-à-dia.

Acidentes de carro acontecem diariamente. A TV anuncia a notícia, a população exclama: ai meu deus! - e voltam as suas vidas matinais. Nunca imagina-se que possa acontecer com alguém tão perto de você.

Lembro-me quando dei a notícia ao seu pai, que estava parado no alto da escada. Nunca vi um pai chorar tanto, e ainda não consigo entender a dor da perda. São Paulo está fria novamente, e uma garoa fina cai pela cidade.

A chuva cai numa vidraça escura, onde ali permanece um garoto, imóvel, caído no chão. Sua imagem refletida no vidro, onde sua expressão não muda. Eu ainda estou ali, e ninguém voltou ainda. São Paulo agora permanece calada.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O fim

O começo do fim, sempre começa ilusório...
Reconhecer para almejar.
Busca de promessas, cobranças findas.

O fim sempre acaba como começou, em sonhos eternos...
Lembranças nostálgicas. Mentes que se completam.
A vida sempre retoma da onde surgiu.

Se o amor é passageiro? O que não é?
Se vivemos parar amar? Porque esperar?
Se queremos sempre mais? Porque não alcançar?

Sociedade. Burocracia. Hipocrisia.

Tudo vira lixo. Imundice sem fim
Estilo Gothan City, ou Avatar?

Estamos mais para 5 de novembro.

O mundo é poeira, pó. Sem nó
Um gota d'água, que deságua em oceano...

Entupimos palavras em organismos alheios
Fingimos atenção, compaixão. Esquecemos. Não morremos.

Já estamos mortos, afinal..
O fim do mundo nunca teve fim
Apenas começou.