quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Amanhã

Quero sua presença em demasia,
Seus suspiros ao meu ouvido,
Seu fugar em nossas relações
Quero estar, permanecer, ser.

Você passa como quem não quer nada,
Olhar de escanteio.
Enobrece a alma, alumia a calma.
Você sorrir como quem vai chorar.

Procuro onde você não está.
Me deito, esperando os laços seus,
Procuro por sensações esparsas, avassaladoras,
Me rendo, ao senti-lo em êxtase lúdico.

Você se rende, como um garoto virginal
Implora e pede, por sentimentos findos.
Você vive como se a morte fosse sem esperança,
Abandona, esquece, foge e envaidece.

No fim, nos resta o abraço não dado,
As palavras retomadas, a rua, o vazio.
No fim, morrem as ilusões, outrora sonhos em vão.
Morremos também, para vivermos com outro alguém.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Sol

O sol embotou minha alegria
Ao longe segue o vôo a passarada
E à volta sinto dor e agonia
Dessas horas em que desce a alvorada.

Pálido sol que nasce ainda frio
Que ao nascer traz lembranças do poente
E reflete sua imagem sobre o rio
E a cada instante se faz mais reluzente.

Horas mortas de silêncio e brancura
Como se o dia relutasse a luz romper
Mas logo o sol é fogo e chama pura
Eu o saúdo e volto a adormecer.