Quero sua presença em demasia,
Seus suspiros ao meu ouvido,
Seu fugar em nossas relações
Quero estar, permanecer, ser.
Você passa como quem não quer nada,
Olhar de escanteio.
Enobrece a alma, alumia a calma.
Você sorrir como quem vai chorar.
Procuro onde você não está.
Me deito, esperando os laços seus,
Procuro por sensações esparsas, avassaladoras,
Me rendo, ao senti-lo em êxtase lúdico.
Você se rende, como um garoto virginal
Implora e pede, por sentimentos findos.
Você vive como se a morte fosse sem esperança,
Abandona, esquece, foge e envaidece.
No fim, nos resta o abraço não dado,
As palavras retomadas, a rua, o vazio.
No fim, morrem as ilusões, outrora sonhos em vão.
Morremos também, para vivermos com outro alguém.
"Quando a borboleta coroou a flor amarela, os lírios, em ângulo reto com seus caules, fizeram uma profunda saudação..." - Guimarães Rosa
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Sol
O sol embotou minha alegria
Ao longe segue o vôo a passarada
E à volta sinto dor e agonia
Dessas horas em que desce a alvorada.
Pálido sol que nasce ainda frio
Que ao nascer traz lembranças do poente
E reflete sua imagem sobre o rio
E a cada instante se faz mais reluzente.
Horas mortas de silêncio e brancura
Como se o dia relutasse a luz romper
Mas logo o sol é fogo e chama pura
Eu o saúdo e volto a adormecer.
Ao longe segue o vôo a passarada
E à volta sinto dor e agonia
Dessas horas em que desce a alvorada.
Pálido sol que nasce ainda frio
Que ao nascer traz lembranças do poente
E reflete sua imagem sobre o rio
E a cada instante se faz mais reluzente.
Horas mortas de silêncio e brancura
Como se o dia relutasse a luz romper
Mas logo o sol é fogo e chama pura
Eu o saúdo e volto a adormecer.
Assinar:
Postagens (Atom)