quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

2011

Todo final de ano a gente se depara com pensamentos sobre o ano que está acabando, pessoas com as quais brigamos, pessoas que conhecemos, que amamos ou pela quais nos apaixonamos. Nos indagamos se o que fizemos foi certo e se as consequências valeram a pena no final, choramos pelo ano que passou e por coisas que não mais podemos consertar, por pessoas que perdemos, por sentimentos acumulados, por palavras proferidas, por tudo e mais um pouco. Refletimos calmamente e chegamos a conclusão que vamos fazer tudo diferente no ano que se aproxima, mas no fim das contas, isso não passa de planos. Pulamos as sete ondinhas, jogamos flores a Iemanjá, abraços a pessoa mais próxima quando dá meia-noite, desejamos um feliz ano novo, rimos, fazemos promessas e no fim nem metade é verdadeiro, quase nada na verdade. São poucas as pessoas que realmente se dedicam a mudar no novo ano. O que importa não é se vamos cumprir a promessa feita a nós mesmos ou não, mas sim se estamos felizes do jeito que estamos, se devemos continuar no mesmo caminho pela vida ou se devemos abandonar, largar de mão e nos arriscarmos. Mas porque trocar o certo pelo incerto, não é? Porque ás vezes é o único caminho para o sucesso, seja ele pessoal, familiar, financeiro. Ás vezes é nos jogando e arriscando que vemos o quanto a vida pode ser maravilhosa e quando morrermos não nos arrependermos da vidinha pela qual não queríamos lutar. Feliz ano novo!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Reencontro

Tão somente florescer, como brisa que se transforma.
Aos poucos seus motivos são outros e se perdem.
Negativa da perfeição, faz-se de outra matéria e deixa ao alento a percepção.
Ah! Como é mágica e cruel essa forma, como todas as formas, que ora são belas, ora fantasmagóricas, ocupar no mesmo espaço tantos closes.
Deixar escapulir por entre os olhos a verdadeira face.
Deixar se vestir de negro com tanta ausência, fazendo crer que possui cores.
O nada se instala e cria vida. Não o niilismo da filosofia, nem o puro existencialismo. Agora outra nominação, inúmeras vezes escapulida de si.
Está por ai e ninguém quer ver, como não se querer ver, se seu espelho o acompanha diariamente.
Vai vislumbra-te, apoderasse da tua forma e faz brisa novamente.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Flores..

E depois de tudo, de tanto tempo, tive a percepção, a certeza de que minha vida não passava de sonhos ruins, de ilusões passageiras, de especulações, e mais ainda, de idealizar o que nunca ocorreu, o que dificilmente poderia ser verdadeiro, e eu, me prendia a isso, com todas as certezas da vida, com toda força e fé que eu nunca tive. Tenho várias faces, vários eus correndo dentro de mim, e nem sei qual deles é o verdadeiro. Já me perdi nas minhas mentiras, na minha vida falsa, e levo comigo todas as pessoas ao meu redor. Sou tão real, tão confiável que chega a assustar, são tantas pessoas a quem amar, a quem ser amiga, que fica complicado não o ser. Meu medo do certo é maior do que o medo da certeza de que tudo é uma farsa. Presencio e não quero mudar, clamo por algo a mais o tempo todo, e me deixo estagnar e acreditar que estou vivendo... O medo da felicidade me faz correr por caminhos não virtuosos, me fazem achar que a cinderela vive num labirinto sem volta. Poderia ser doença, poderia ser covardia, acho mesmo que é a falta total de compreensão, do quão pior pode ser se eu acordar pra vida. Tenho medo da desilusão, e que isso me faça descer ainda mais e não conseguir lutar, tenho preguiça de correr atrás do que seria melhor pra mim, e me culpo todos os dias: me tranco no quarto, choro até secar minhas lágrimas, e isso me basta. No dia seguinte sou uma rainha diferente, com um novo reino a colonizar. Talvez eu precise de uma força maior pra sair dessa inércia, talvez eu precise desistir de viver, pra então começar a entender. Quando eu descobrir, eu conto.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Águas

Agonizou em pranto eterno
O silêncio muita vezes acompanhou
Só que também o barulho nas ruas
Com ela parou.

O tempo voraz e veloz
No seu rastro sem demora
Foi amigo e algoz,
Foi anjo e história.

Hoje ele passa por ela,
Não há murmúrios, nem expressão
Há o desejo de tê-la
Há o desejo de ocupar o novo coração.

Agora olhando-o e longe
O choro perdeu o sentido
Ele tão fora de alcance
Ela num outro desatino.


- Isabel Moraes

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

ETERNO AMOR.

E sinto amor por ti desde que nasci
Clamo, grito, choro e me emociono a cada momento
Espero por milagres, acredito fielmente todo o tempo.

Sofro, me sacrifico, me dedico.
Penso em ti em todas as horas e sorrio de felicidade com suas glórias
Pra mim, é o que há de mais belo, mais emocionante, mais tocante.

É pelo que anceio, a cada novo ano.
É pelo seu bem que torço, a cada decisão.
É por você que eu prometo o meu amor, por toda vida.

Porque eu sou sua até morrer.
Porque minhas lágrimas e meu suor não são o bastante...
E por sua causa, hoje eu sou TRIIIIIIIIII CAMPEÃO.

FLUMINENSE, MINHA VIDA.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Entrelaçados.

E o que parecia certo, não o era.
E eu vira nos seu olhos, que te perdera
E nunca me senti tão sozinha nesse mundo..

Dizem que uma grande paixão vem de verdadeiras amizades
Sempre cri nisso, sempre me espelhei nisso
E vi, que o inevitável se tornou realidade.

Mas após algum tempo, me apeguei a memórias passadas
A sentimentos antigos, a fatos que não mais existiam
Me esqueci do presente, me esqueci de esquecer você...

Me deixo levar pelo vazio do meu coração
Pelo fato de não amar novamente, e de não querer..
Me deixo estar estagnada nas horas da vida

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Inevitável.

Beijo, me envolvo. Amo, zelo e cuido e no fim de tudo, enjôo.
Busco algo que ainda não encontrei, sentimentos que ainda não vivi.
Quero mais, quero tudo!
Por toda minha vida, culpei os outros.
Esperei o inevitável, forcei o que não existia mais.
Me superei, sofri, chorei, morri. Me ergui.
E a cada superação percebia que a anterior virava névoa, virava pó
E se posta na balança, não pesaria, faltaria ainda o que equilibrar.
Busco todos os dias por coisas que não existem ou as quais não posso ter.
Quero uma mistura de sentimentos fortes e avassaladores, e no entanto, quando o encontro, acho que não é o suficiente. Me sufoco, te sufoco, até um de nós desistir.
Lembro com facilidade, mas esqueço com maior facilidade. Já você, me guarda pra sempre, como um erro a não cometer novamente.
Sou perigosa, sou diabólica, sou a chave que você anseia, mas que depois de um tempo clama por jogar fora. Não consegue.
Se puder evitar, não se aproxime, não vai te fazer bem. Será dominado por forças ocultas e seu amor será maior que tudo e se transformará em ódio.
Evito, me culpo, mas no fim de tudo, eu me divirto.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Entranhas..

Presa entre seus braços, de um laço sem fim.
Presa nos seus beijos, de lábios molhados, agonizando por mim.
Presa em seu corpo em meio a tantos erros, a tantos bojos.
Presa na vida, no estar nela, na essência que tudo causa, que nada vê, que só sente.
E que toda passarela, na verdade é o medo, o anseio, a revolta, que me destoa, que me entorta. E tudo fica escuro, na melancolia de nossos dias, na reviravolta de nossas mentes. Queria mais tempo, queria menos histórias. Queria o céu fundindo com a lua, e no final de tudo isso, queria você, agora.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

sem mas

E depois de tanto tempo, de tanto relutar e explicar.
Depois de tudo...
Eu jurava que em você eu podia confiar, que nada me faria me separar. Que você estaria lá custe o que custar. As aparências enganam, já dizia alguém distante. O mundo da voltas e a vida nos prega peças e assim sucessivamente. Vi em você coisas que estavam além de nossas forças, esperei por algo que no fundo eu sabia que jamais se concretizaria, e chorei, chorei... me decepcionei. Mas, se me perguntarem o que sinto hoje, falarei do fundo do meu coração: sinto a sua falta!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

À AMIZADE.

Acho meio dificil se esquecer alguém do dia pra noite. Ainda mais quando esse alguém fez parte da sua vida de uma maneira tão significativa. E isso serve pra todos os tipos de relações. Eu, por exemplo, pondero muito mais uma amizade, e acho que ela vale muito mais que qualquer affair que venha a ter. Um namorado bom a gente arruma em qualquer esquina, qualquer pessoa se adapta a qualquer pessoa, basta querer. E dependendo dos seus objetivos não é muito dificil. Sinceramente, creio que 98% dos casais se casaram por interesse e não por paixão.
Amar o próximo é mais fácil do que se imagina e tem tantos motivos que chega a desnortear. Mas, se apaixonar? Ai está a dificuldade. Se sentir admirado pela mesma pessoa pelo resto da sua vida? É algo realmente complicado, na maioria dos casos.
Amamos o outro por comodimos e mais ainda por hábito, pela convivência. Mas a paixão é completamente diferente. Por isso eu digo que eu sou apaixonada, e completamente apaixonada por alguns amigos meus, que eu os amo de um forma louca. E isso vale mais a pena, pelo menos pra mim.
O valor dessa amizade, o sabor dela e a certeza que durará pra sempre, mesmo que ocorra uma desilusão, e eu nunca mais fale com a pessoa, na minha memória ficará guardada. Um rompimento de uma verdadeira amizade é como a morte, parte de você se deteriora sem explicação, e você se vê sem rumo na vida durantes vários dias. É pior que uma traição, que uma separação. É a dor, que te consome por dentro.
E os amores? no final da vida te quantos você se lembrará? Quantos terão feito você pular da cama de madrugada e fazer algo insano? Pessoas morrem sem isso, é mais normal do que se parece. A amizade é o bem mais valioso que se pode ter. Então, ousa meu conselho: faça novos amigos todos os dias, ame cada um deles, viva momentos ruins e bons intensamente ao lado deles e saiba com quem se pode contar. No final das contas, no final de tudo são eles que chorarão ao seu tumulo e te agradecerão por tudo.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Olhos que vêem se fundem em cores
Beijos que beijam salivas cheias de bocas.
Passarela das línguas que criam outras palavras,
Mãos que se tocam e tocam no sexo, bolinam e
fazem gozar a alma.
O suor é sorvido em copo de vinho.
Olhos que beijam!

- Mônica Bragança.

domingo, 12 de setembro de 2010

Cada escolha uma renúncia se propaga.

Estava lendo um texto de um antigo amigo meu no blog dele, que por sinal eu não visitava fazia tempos. Antigo, leia-se, amigo distante, e não de muitos anos. E o texto falava sobre as pessoas que são exceções no mundo, como eu e você, provavelmente, e sobre as escolhas dela, de que tudo é coeso e determinante, será? Ás vezes tomamos decisões importantes porque TEMOS que tomar, porque ninguém pode fazer isso por você, e essas escolhas na maioria das vezes são escolhas que fazem uma diferença tão grande a ponto de mudar não só a sua vida como a de outras coligadas. E ai? Será que nessa hora temos que ser egoístas a tal ponto de ignorar tudo e todos e agir conforme nossas crenças e critérios? Ou será que temos que ponderar e tentar ver que o lado do outro não é tão verde assim? Acho que pra toda ação há uma reação, e que devemos sim pensar nas consequências dela pra outras pessoas mais do que pra nós mesmos. Porque se eu estragar a minha vida é um problema meu, mas e se eu estragar a sua? A coisa é muito mais complexa. Torço sim, pra que todas as minhas escolhas tragam fruto bom para mim e para as pessoas envolvidas, e que eu aprenda com meus erros à não cometê-los novamente, e se cometê-los que pague por essa imprudência. No fim a gente presta conta com nós mesmos.
Acho sim que tudo que se faz hoje volta contra você amanhã, mas paremos de falar de azarações e má consequências, falemos apenas sobre o porque de sermos tais exceções.
Talvez porque agimos de tal modo que quando algo de ruim acontece damos a desculpa de que foi o acaso e nunca irresponsabilidade da nossa parte, não conseguimos ou não queremos tomar a frente dos nossos problemas achando que tudo vai se resolver milagrosamente(e às vezes realmente se resolve). Fugimos da escolha e esperamos confiante que tudo se resolva sozinho, torcendo pro inevitável e acreditando que tudo acontece porque tem de acontecer. Esquecemos que somos nós responsáveis por todos os males individuais e coletivos. Esquecemos porque é confortável esquecer, e lembramos apenas das coisas boas. É, acho que estamos longe de sermos uma sociedade civilizada, beiramos ao ridículo e não nos importamos muito com isso.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Contradições do cotidiano.

Matar a sede
Dominar o submundo
Correr ao além

Dividir anseios
Medos, devaneios.
Pensar em quê, em quem?

Descobrir que o infinito é mais que uma subversão dos fatos
Uma transgressão linear. ´
Segregar-se em mentes opressoras.

É alienar-se com consentimento
Parar a esmo, mudar-se, imobilizar-se.
Prevenir-se contra injúrias, perjúrios.

E depois de tudo, ainda acreditar que tudo é possível,
Que cada gota de lágrima não foi em vão
Ser passional e ser racional.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Pudores, pra que?

Ah! As coisas pateticamente fáceis.
Ah! A vida em ascensão.
E tudo o mais que nos transborda, nos faz perder o rumo, a direção. As criticas alheias sobre o que devemos comer, quem devemos amar, o que podemos ou não fazer. Essa ética sem sentido, alienada, que nos fazer achar que tudo o que nos dizem ser o correto na verdade não é. Como aplicar algo a uma sociedade sem critérios?
Critérios, leia-se, aqueles bajulados pela maioria para que a minoria creia em algo fictício, maleável, inventado, ou ao menos infantil. É como nos conto-de-fadas onde a mocinha vive feliz para sempre. Quem disse que isso é felicidade?
Felicidade é pra cada um o que enxerga e o que deseja, seja algo material, emocional, seja abstrato ou sólido. É o que devemos pra nós mesmos, e o mundo ao qual não enxergamos (por mais que existam) erros alguns. Então paremos um pouco com tamanha demagogia, riremos das mancadas alheias, da infelicidade da massa, porque no fundo nós nos sentimos responsáveis por termos o que temos e por não termos também. Não importa muito o que dizem de você e nem quem diz, na verdade não importa nada. Se você faz sua vida de acordo com conceitos criados por você a opinião dos outros é somente isso, dos outros. Vivemos em paz, ou ao menos com concepção de que cada um cuida da sua vida e aja da maneira que melhor lhe convier. Boa noite.

domingo, 8 de agosto de 2010

Ah, e dizer que isto vai acabar, que por si mesmo não pode durar. Não, ela não está se referindo ao fogo, refere-se ao que sente. O que sente nunca dura, o que sente sempre acaba, e pode nunca mais voltar. Encarniça-se então sobre o momento, come-lhe o fogo, e o fogo doce arde, arde, flameja. Então, ela que sabe que tudo vai acabar, pega a mão livre do homem, e ao prendê-la nas suas, ela doce arde, arde, flameja.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

e agora? [2]

Vivemos num mundo sem regras
Sem lástimas, um mundo pueril
Sem auterações e incorrutível.

Queremos bandeiras brancas astiradas
Queremos menos mortes e corrupção
Lutamos por direitos iguais num universo desigual.

Sorrisos falsos, abraços despreparados
Mentiras, calúnias, depravação, vulgarização
Olhos chorosos, olhares caídos.

Vemos tudo e não vemos nada
Pensamos e não mudamos
Tudo se degrine, tudo vira lixo

E a humanidade...
...
...
não resta mais nada.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

- "O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraíso que nos persegue, bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas."

(Cazuza)

terça-feira, 3 de agosto de 2010

e agora?

Me desconcentro pensando em você
Perco a direção, ando em constante contra-mão
Meu mundo vira um breu. Um mundaréu de párias.

Me descontrolo, perco a fala, fico sem ar.
Choro, rio e ás vezes ate canto, bem alto.
Me esqueço de esquecer e só sei lembrar...

... Fecho os olhos pra vê se você está
Abro-os e nada enxergo, imagino, crio.
E na ilusão de meus pensamentos, me acabo.

Talvez.
É, talvez você saiba de tudo isso e não se importe.
Talvez não. Talvez até chore.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Ser Humano?

Todo ser humano é dotado de uma consciência moral, que o faz distinguir entre o certo e o errado, justo ou injusto, bom ou ruin, com isso é capaz de avaliar suas ações; sendo portanto, capaz de errar. Estes vem a ser os valores, que se tornam deveres, incorporados por cada cultura e que são expressos em ações. A ética portanto, é a ciência do dever, da obrigatoriedade, a qual rege a conduta humana.
O bem é a forma de vida que mistura inteligência e prazer, portanto, o homem que vive pela razão, não vive guiado pelo medo, deseja fazer o que é melhor para todos e através até mesmo das leis do Estado, viver livremente.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Gabriel...

Me esqueço de lembrar
Me esqueço de viver
Me esqueço de tudo que eu deveria fazer
Porque só você me faz sentir
Só você me faz sorrir
Só você me faz chorar
Só você me faz amar
Lembro como tudo era diferente de quando não nos conhecíamos
De quando não nos adorávamos
Nos idolátravamos
De quando não podia sentir sua falta
Lembro que tudo era preto e branco antes de você
Mas você veio, não na forma literal
Não na forma carnal
Não nos beijos
Nem nos abraços
Mas nos anceios
Nos medos
Nos desabafos
No carinho
No amor
No desejo
Espero pra te ver
Espero pra te sentir
Espero pra ser feliz
Espero por você.
Ela esperava por ele
Ele mentia pra ela
Ela acreditava em suas promessas

Ele prometia o que não podia cumprir
Ela cumpria o que nunca prometeu
Ele a traía.

Ela o amava
Ele a admirava
Ela morreria por ele.

Ela pra ele era só mais uma
Ele pra ela era essencial
Ela sofria
Ele ria...

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Tudo passa

Seremos forte quando mais precisarmos
Seremos corretos diante a tanta corrupção
Seremos serenos diante de tempestades devastadoras!

Viveremos felizes durante a guerra
Viveremos juntos mesmo após a morte
Viveremos confiantes diante tanta desconfiança.

Lembraremos que tudo pode ser bem melhor
Lembraremos que devemos cair e nos reerguer
Lembraremos que éramos felizes e sabíamos.

Morreremos como heróis
Morreremos diante de tanta devastação
Morreremos saudasos por nossos corações.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

XXX*

Quando para as sessões do quieto pensamento
Doces lembranças eu convoco do passado,
Sentindo tantas faltas outra vez lamento,
Com velha mágoas, tudo o que me foi levado.
A vista desafeita ao pranto afogo, então,
Por amigos que em noite infinda oculta a morte,
E choro, reaberta, a dor de uma afeição,
E quanto velha cena esvaeceu a sorte.
Posso aflirge-me, assim, com penas já perdidas,
E, faço gravemente, unindo dor a dor,
A conta de aflições já uma vez sentidas,
Que outra vez pago, qual se ainda devedor.
Porém se penso, amigo, em ti nesse momento
Repare-se o perdido e cessa o meu tormento.


- Willian Shakespeare

domingo, 9 de maio de 2010

Vontade...

Acordei com vontade de mordê-lo,
Morder sua alma, sua boca, seu sexo, sua vida.
Morder suas entranhas, suas palavras, suas pinturas.
Não te vejo mais entre os meus olhos, porque foges?
Não te sinto mais entre os meus dedos, porque dormes?
Acordei com vontade de morder seus olhos, seu brilho e iluminar-me.
Morder seus lábios, minha língua, minhas vestes.
Morder meus passos, seus passos, nossas faces.
Não te vejo mais entre os meus, porque não te chamas?
Não te vejo mais entre os seus, porque não me amas?
Acordei com vontade de você.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

"Se tudo cresce (eu fico a meditar)
Apenas um momento alcança a perfeição;
Se os astros vêm, com influência oculta, comentar
As meras peças que o mundo têm ação;
Se os homens sei que como as plantas arborescem
E o céu que lhes dá aplauso é o céu que os vem vaiar:
Gloriam-se de seiva e no ápice decrescem,
Para afinal esse auge esplêndido olvidar;
Então, pensando nessa instável permanência,
Mais jovem eu te vejo, amor, à minha frente,
Embora queira o Tempo, ouvindo a Decadência,
Mudar teu jovem dia em noite desluzente.
E, por amor a ti, em guerra o Tempo enfrento:
Quanto ele em ti suprime, é quanto te acrescento."

- Willian Shakespeare

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Não gostava muito da vida que eu tinha
Na verdade, não a entendia
Não sabia distinguir o que era certo do que era errado
Ou nunca quis saber.
Cada mudança era um aprendizado
Acho que nunca parei pra analizar se era algo bom ou não
Deixava de lado, simplesmente não me importava
Como todos os problemas cotidianos que abalam nossa moral
Como todos os clichês que vemos nos jornais
Como toda a miséria, fome e degradação para qual fechamos os olhos!
Larguei de mão.
Não quis saber, como quase em tudo na minha vida.
Deixei acontecer
Chorei, sofri, quase morri.
Mais nasci de novo, e nasço todo dia como se fosse o último dia.
Não sei se um dia vou me importar, se vou mudar
Ás vezes creio que não, que morrerei na solidão, sabendo que não quis lutar
Não vejo outro caminho.
Mas saibam, estou feliz assim.
Cada um cava sua própria cova, eu já cavei a minha faz tempo.
Que sirvam de sonhos então...

quinta-feira, 25 de março de 2010

Por te querer.

Quero um homem que me preencha pelo avesso.
Que saiba distinguir o meu cheiro como um aviso.
Quero um homem que me escute no vento.
Que saiba percorrer meus passos e fazer os dele nas areias banhadas pelo mar para que eu possa caminhar.
Quero um homem simplesmente, homem, que me desabroche qual flor em primavera pronta para os braços do sol, que se esconde no inverno esperando degustar o seu alimento, que se despe no outono para reforçar sua magia e no verão seja tão colorido, com as cores que juntos vamos pintar.
Quero um homem que me faça perceber o que vai atrás do véu. Que saiba se desnudar para mim como quem procura segredos no céu.
Quero, e por querer muito, talvez eu queira o impossível, mas o impossível existe, é só saber procurar e mesmo que procure errado, não desanime, já que ele pode estar bem ali.


- Mônica Bragança

domingo, 21 de março de 2010

Doer dói.

Já pensou o quanto dói fechar a porta no próprio dedo? Ou melhor: você certamente já sentiu isso na pele. Na pele e no ossinho do indicador; ou do mindinho, ou seja lá que dedo foi. Prender o próprio dedo na porta do carro ou de casa ou do armário ou do box dói, dói pra burro. Como é que a gente consegue se machucar tanto, e de tantas formas, sem ajuda de ninguém? Simplesmente sós, distraídos, apressados.

Existem outras coisas que a gente precisa machucar. Existem partes a cortar. Machucados que a gente precisa fazer de forma consciente. Entendeu? Assim, ó: quando você precisa arrancar de dentro de você alguma coisa que você sente, mas não pode mais sentir, por exemplo. Entendeu agora? Quer que desenhe? Eu desenho.

Eu desenho um céu cinza. Um céu cinza numa tarde de segunda-feira em meio a um feriado. Eu desenho um telefone celular do lado da cama. Uma tarde cinza de uma segunda-feira em que você desliga o próprio telefone porque não quer que ele toque, ou porque não quer esperar que ele toque. E quando você aperta o botão de desligar, é mais ou menos como prender o dedinho na porta do carro. Dói. Mas precisa ser feito. Mas dói de qualquer jeito: você queria deixar o celular ligado e ser surpreendida pela campainha insistente.

Eu desenho um final de tarde frio. Um final de tarde frio com o céu amarelo e um ônibus vermelho cortando a paisagem. E você entra no ônibus mas, antes que a porta feche, você recua. E fica do lado de fora olhando o ônibus vermelho cortar a paisagem e levar embora um pedaço bem curto da sua história. Um pedaço do qual você precisa se livrar a todo custo. E no exato instante em que o ônibus vermelho cruza o céu amarelo à sua frente, o vento que sopra é tão frio, tão frio, que corta. E dói. Você queria estar dentro do ônibus; mas é melhor que o vento sopre agora e corte agora. Vai por mim.

Então é mais ou menos assim. A gente precisa cortar os próprios pulsos às vezes pra deixar morrer uma coisa e nascer outra. E isso vai doer pra caralho. E a gente precisa ter MUITA coragem pra desligar o celular, sair do ônibus, deixar o vento frio soprar. Porque não tem hospital, não tem band aid, merthiolate, não tem nada: é cortar, olhar pra ferida e esperar sangrar até parar.


Autor Desconhecido