Tens no olhar repleto de magia
um negrume de ritmo dolente,
tens na rósea pele, um bronze de orgia,
e um feitiço que domina inconsciente...
És nômade, rainha da aventura,
e trazes na tua boca, carminzada,
o curare do amor n’uma ternura,
e a ironia do ódio, em gargalhada...
A noite em teus cabelos é tão bela,
que, ao vê-los, o poeta tem a musa,
e o pintor, pensa logo na aquarela...
Tens no corpo, capitoso e sensual
a ardente fascinante da andaluza
e a volúpia do amor em temporal...
"Quando a borboleta coroou a flor amarela, os lírios, em ângulo reto com seus caules, fizeram uma profunda saudação..." - Guimarães Rosa
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
terça-feira, 26 de agosto de 2008
Não te amo como se fosse rosas de sal , topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo;
te amo como se amam certas coisas escuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.
Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, escondida, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpoo
estreitado aroma que subiu da terra.
Te amo sem saber como, nem quando, nem de onde,
te amo diretamente, sem problemas nem orgulho;
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
a não ser deste modo em que não sou nem és,
tão perto que tua mão sobre o meu peito é minha,
tão perto que se fecham teus olhos com meu sono.
Pablo Neruda
ou flecha de cravos que propagam o fogo;
te amo como se amam certas coisas escuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.
Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, escondida, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpoo
estreitado aroma que subiu da terra.
Te amo sem saber como, nem quando, nem de onde,
te amo diretamente, sem problemas nem orgulho;
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
a não ser deste modo em que não sou nem és,
tão perto que tua mão sobre o meu peito é minha,
tão perto que se fecham teus olhos com meu sono.
Pablo Neruda
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