terça-feira, 25 de agosto de 2009

Inimigo meu

Passas por mim deixando rastros de versos mudos...
Iludo-me com as verdades extraordinárias que compõem teu corpo bruto.
És, de fato, do mundo?
Teus olhos vão além do que a humanidade abriga!
Procuro aqui dentro o que te atraia,
Mas sou traída por esta minha alma presa a cotidianos falidos.
Inimigo real és, pois tens tudo que sonho,
Pois és tudo que quero, pois vives de verdades.
Quero possuir-te, ouvir-te declamar estes versos eternos sem deixar rastros,
Quero sua fala convicta, sua sabedoria extra-humana.
Sua boca, seu suor, seus olhos, tudo que te faz ser poesia.
Guerrear contigo, perder.
Perder-me.
E, quem sabe, após, encontrar-me dentro do universo que existe na beleza de seu sorriso.

Inimigo, eu me rendo...
Inimigo, dê-me abrigo.