Na tarde de ontem em muitas homenagens e emoção no Maracanã, o Fluminense foi ovacionado por mais de 50 mil tricolores em sua despedida da temporada 2008, ano esse, que para o Flu, bem que poderia ser comparado a um best seller, sem retoques, tamanha a carga de drama, euforia e autenticidade que aconteceram no seu transcorrer, repleto de reviravoltas. O jogo contra o Ipatinga, por exemplo, que a princípio só serviria para ratificar a vaga do Flu na Copa Sul-Americana e para que Washington brigasse pela artilharia do Campeonato Brasileiro, transformou-se num rio de lágrimas: Não que o Flu tivesse deixado a vaga escapar ou que o Coração Valente não tivesse conseguido ser o goleador da competição - na verdade, o Tricolor angariou um e outro. A emoção das arquibancadas deveu-se à despedida do maior ídolo tricolor dos tempos modernos, Thiago Silva, que, de saída para a Europa, fez seu último jogo pelo clube que ama. “Não sei se mereço todas essas homenagens, mas quando escutei a torcida gritando meu nome pela última vez, não resisti”, disse, chorando muito. Thiago Silva diz lamentar não poder ficar toda uma vida no clube de coração (em três anos, jogou 145 partidas). Fazer sua independência financeira para dar um futuro digno à sua família é visto como prioridade neste momento. “Mas volto para encerrar a minha carreira aqui”, prometeu. Eu o aguardo com saudades, Monstro!
Considerado pela mídia um dos favoritos ao título brasileiro antes do início da competição, o Fluminense, por razões que poderiam ser listadas, jamais esteve perto de brigar pela taça. A décima-quarta colocação, posição que, devido à conquista do Internacional no meio de semana, lhe dá a última vaga para a Copa Sul-Americana do próximo ano, é um alento para a torcida tricolor, que esteve perto de tocar o céu nesta temporada. Na frieza dos números, foram apenas 45 pontos em 114 possíveis, com econômicas 11 vitórias em 38 jogos. Houve ainda 12 empates. Apesar da campanha ruim, o Tricolor, em parte graças à sua grande defesa que não sofreu uma única goleada em todo o campeonato (a maior derrota foi por dois gols de diferença), ainda terminou com saldo positivo: foram 49 gols a favor e 48 contra. Sabe-se, porém, que o Tricolor andou escalando jogadores de base nas nove primeiras rodadas, período em que priorizou a disputa da Libertadores. Após a sua perda, o time mergulhou num buraco negro, parecendo sem forças para reagir.
René Simões, tal qual um messias, operou o milagre da transformação e, com um aproveitamento de 60% (cinco vitórias e três empates em dez jogos), recolocou o clube nos eixos, ainda a tempo de salvá-lo do pior e de classificá-lo a nova competição internacional (à exceção de 2007, quando conquistou a Copa do Brasil, entre Copas Libertadores e Sul-Americana, o Flu vem, desde 2005, disputando campeonatos internacionais). Mais do que gratidão, renovar o contrato de René Simões, por sua comprovada competência, passou a ser obrigação. Vejam como a vida é engraçada: na madrugada de 3 de julho, logo após a decisão por pênaltis entre Flu e LDU (EQU), rubro-negros e cruzmaltinos, com certa dose de exagero e até de maldade, comemoravam o destino cruel do Tricolor na Libertadores. Apenas cinco meses depois, agora são ambas as torcidas que choram, ainda que por motivos distintos: o Fla por ter deixado escapar a vaga pra Libertadores mais ganha dos últimos anos (só perde para a do próprio Flu de 2005); e o Vasco, pior (aliás, muito pior), por ter sido rebaixado à Segunda Divisão do futebol brasileiro.
É, a vida tem dessas coisas…
É, a vida tem dessas coisas…
ps1: “O que começa com Fla e termina com Flu? A zona de classificação para a Copa Sul-Americana”
ps2: E o Renato, hein? O raio caiu duas vezes no mesmo lugar…
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