"Quando a borboleta coroou a flor amarela, os lírios, em ângulo reto com seus caules, fizeram uma profunda saudação..." - Guimarães Rosa
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Da utilidade e do inconveniente da história para a vida.
História, civilização, cultura: três conceitos ligados ao passado; três realidades que se reportam a uma herança secular e milenar, sempre, portanto, remontando ao que foi dos que já viveram. E o presente teria de se espelhar nessas realidades, reviver o que já passou? Com o olhar voltado aos séculos e milênios que nos precederam, passar o tempo presente contemplado os monumentos deixados, as antiguidades perpetuadas, os mitos que foram criados, as guerras que devastaram, os conflitos que se sucederam, as religiões que se digladiaram, os erros - sempre mais marcantes que os acertos - cometidos, acumulados e repetidos que se transformaram em exemplos e modelos de ação da humanidade, isso tudo é história? Isso é representativo de uma civilização? Esses são os elementos que constituem o acervo de uma cultura? Segundo Nietzsche, isso é doença, é uma típica doença histórica. A medida que o presente propõe esses modelos chamados históricos, imita. Ao imitar, reproduz. Ao reproduzir, não cria. Idolatra a história, a civilização, a cultura, trio terminológico que tem cheiro de passado, somente de passado. Esta doença histórica do homem moderno. A cura? Reside na exigência de criar novos valores, de viver presente pelo presente, de projetar o futuro, de recriar o devir do homem...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário