Em tese são a inércia e a gravidade que fazem o mundo girar, mas vocês sabem o que é na verdade: o amor. “O amor pelo outro”, completa o Gene Hackman naquele filme do David Mamet.
Hoje compreendo isso, mas nem sempre foi assim. Lembro que quando era adolescente duvidava que alguém realmente casasse por dinheiro. Talvez fossem só os hormônios trabalhando em excesso, mas acreditava que dinheiro e tudo mais que havia no mundo era só pretexto e estratagemas para chegar até a recompensar por todas as aulas de trigonometria que fui obrigada a assistir: SEXO.
Que alguém abrisse mão da satisfação sexual por grana não fazia o menor sentido pra mim, que era uma ingênua e, claro, virgem, mas a verdade é que ainda acho difícil de acreditar. O que diz muito a respeito da minha escala de valores e explica porque ainda sou pobre(já que ainda moro com meus pais).
Também fui grunge quando adolescente, e naquela época essa historia de não se vender era um caso sério; um dos slogans do – ahn – movimento era “morte aos falsos”, embora não me lembre muito bem como era mesmo um grunge de verdade. Imaginava que esse papo de vendido está tão velho como a defesa do celibato enquanto método contraceptivo, mas a internet esta ai para mostrar que os velhos hábitos não morrem de resfriado.
Conheço, e só de ouvir falar, poucas pessoas que podem se declarar realmente independentes (por hierarquia, financeiramente, etc), sendo que contra algumas delas existem processos penais que questionam a retidão de suas trajetórias até a independência. E duvido que elas sejam as mesmas que escrevem em blogs ou comentários de blogs que tal fulano “se vendeu”.
Essa patrulha da pureza um tanto incoerente e tardia lembra a minha adolescência. Ou seja, quando vier alguém pro seu lado com esse discurso, pode ter certeza: o carinha ainda não amadureceu sexualmente.
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