Com as costas envergadas
de vergonha
Tu entraste no banheiro.
O silencio constrangido
a toalha nos ombros
cobriam um leão morto.
No Box apertado
Girei os registros
Molhei a toalha
Pedi que te virasses
Plantaste as mãos
- imóveis –
sobre os azulejos
E a cortina tocou meu rosto.
Guiada por mim, a toalha passeou:
teu tronco
tuas pernas
braços
pescoço.
A tolha úmida
e a cortina
que se fechava.
No breu dos teus olhos cerrados
E no tremelique das mãos
(que não podias deter)
Lembravas:
Um dia
Também me deste banho
Girei os registros
Troquei de toalha
Pedi que te virasses
Enquanto te secava
E ouvia um obrigado
Soube que não há como sair limpo
De um banho desses.
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