É como se eu estivesse à beira do abismo
profundo, prostrado ante a imensos sulcos calcários.
E diante de mim, montanhas a nimbos se fundissem,
E se colorissem de um acinzentado lúgubre,
E aves, vívidas, no céu de chumbo pairassem,
E suas formas distantes, arqueadas,
À escuridão dos montes lentamente diluíssem.
E mesmo eu, que os sentidos a tanto perdera,
Me esbaldasse desta majestosa arquitetura.
E a noite, límpida, clarividente, serena,
Que num suspiro só se erguia,
Triunfasse soberana sobre o dia.
É como se rompessem meu peito,
E meu coração, desfeito, no abismo se findasse,
E portasse consigo meu pranto.
E do peito aberto ora surgisse
De um clarão maior que o tolerável
Um sentimento puro, inquebrantável.
E de meus olhos vítreos e translúcidos
Lágrimas amealhadas vertessem
E meu peito, e o abismo inundassem
Nenhum comentário:
Postar um comentário