quarta-feira, 25 de março de 2009

Coração de Poeta

Teu frígido desdén me enlouquece,
meus suspiros ao luar ficam sem brilho,
tua frieza me serve de empecilho,
pois me insulta, me atormenta e me aborrece.

Teu egoísmo me repele e me entristece,
o teu olhar obliquamente assim me insulta,
nem tampouco tua compaixão me indulta
e teu sarcasmo pouco a pouco me envelhece.

Mas nestes ermos caminhos que pervago,
ao invés de um desgosto dou-te afago,
ademais eu teu semblante dou-te afeto...

Se no homem frio o ódio é previsível,
o coração de um poeta é tão sensível
que de tolo te compôs este soneto.

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