Deixa a manhã nascer, moça de ouro
deixa a manhã nascer que ela não é tua
se às noites comes minha carne crua
deixa a manhã nascer sobre teu couro
deixa que amanheça e desestrele
o que houver de brilho no espaço
não impede a manhã com teu cabaço
nunca prenda uma noite com tua pele
ou cumprirás as litanias de Satã
que Beaudelaire em surto deprimente
reuniu para espalhar sobre seu clã
não procureis, sabes ainda, ainda és sã
como é feroz, brutal, incandescente
um encontro a sós da noite com a manhã
"Quando a borboleta coroou a flor amarela, os lírios, em ângulo reto com seus caules, fizeram uma profunda saudação..." - Guimarães Rosa
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Amor solitário
Eu não te tive em meus braços
Não te roubei um sorriso
Não te mostrei as estrelas
E as portas do paraíso
Não te falei de amor
Não te vi tão feliz
Não te contei os segredos
Da vida que sempre quis
E não te verei mais velho
E não te verei tão tristonho
Não beijarei os teus lábios
Para acordar de um sonho
E não verás o meu rosto
E não verás meu vestido
Não sentirás o perfume
Que sempre trago comigo
Mas ouvirei teu silêncio
Falando ao meu ouvido
E rolará uma lágrima
Por nunca ter te esquecido
Não te roubei um sorriso
Não te mostrei as estrelas
E as portas do paraíso
Não te falei de amor
Não te vi tão feliz
Não te contei os segredos
Da vida que sempre quis
E não te verei mais velho
E não te verei tão tristonho
Não beijarei os teus lábios
Para acordar de um sonho
E não verás o meu rosto
E não verás meu vestido
Não sentirás o perfume
Que sempre trago comigo
Mas ouvirei teu silêncio
Falando ao meu ouvido
E rolará uma lágrima
Por nunca ter te esquecido
domingo, 6 de dezembro de 2009
Fábula.
Devemos considerar a existência de pelo menos três mundos num só. O primeiro seria o mundo tal como nos fazem vê-lo: a globalização como fábula; o segundo seria o mundo tal como ele é: a globalização como perversidade; e o terceiro, o mundo como ele pode ser: uma outra globalização.
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
The Tudors.
Esses dias terríveis partiram meu coração,
minha luxúria, minha juventude foram-se então.
Por seus próprios feitos muitos homens lamentariam
e sendo assim muitos ainda choram.
É uma grande perda que tais homens se foram.
O tempo que teve acima de sua pobre instrução
antes do qual seus amigos viriam a lamentar.
Um galho podre e uma árvore tão alta escorregar da sua mão
e você está morto, se foi!
Esses dias terríveis partiram meu coração,
minha luxúria, minha juventude foram-se então.
E desejos cegos de almas ambiciosos que se apressam
para emergir parece um tiro pela culatra.
E quanto ao trono fica ao som do trovão.
minha luxúria, minha juventude foram-se então.
Por seus próprios feitos muitos homens lamentariam
e sendo assim muitos ainda choram.
É uma grande perda que tais homens se foram.
O tempo que teve acima de sua pobre instrução
antes do qual seus amigos viriam a lamentar.
Um galho podre e uma árvore tão alta escorregar da sua mão
e você está morto, se foi!
Esses dias terríveis partiram meu coração,
minha luxúria, minha juventude foram-se então.
E desejos cegos de almas ambiciosos que se apressam
para emergir parece um tiro pela culatra.
E quanto ao trono fica ao som do trovão.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Anti - Radicalismo
Aproximen-se os bem-aventurados da razão gentil
aproximen-se dessa modorra dos lassos
e venham ter com a suavidade plácida
das maneiras inofensivas
venham todos e tragam
sua moderação
sua mediação
sua parcimônia
sua prudência
sua paciência
seu cimedimento
sua delicadeza
sua urbanidade
sua calma
sua tolerância
sua polidez
sua sobriedade
sua circunspeção
sua ponderação
sua sensatez
seu bom gosto
sua temperança
seu recato
sua maturidade
e seus magânimos
sensos de beleza e de justiça
aproximen-se do mundo real
com seus finos lenços de seda diante do nariz
(bordados com monogramas nos cantos)
aproximen-se e contemplem a colossal estatura
dessa torre de bosta tépida
que a desculpa da mornidão cortês e covarde
conseguiu empulhar no crepúsculo dos séculos
que aguardam
quem sabe o próximo
quem sabe ainda não...
aproximen-se dessa modorra dos lassos
e venham ter com a suavidade plácida
das maneiras inofensivas
venham todos e tragam
sua moderação
sua mediação
sua parcimônia
sua prudência
sua paciência
seu cimedimento
sua delicadeza
sua urbanidade
sua calma
sua tolerância
sua polidez
sua sobriedade
sua circunspeção
sua ponderação
sua sensatez
seu bom gosto
sua temperança
seu recato
sua maturidade
e seus magânimos
sensos de beleza e de justiça
aproximen-se do mundo real
com seus finos lenços de seda diante do nariz
(bordados com monogramas nos cantos)
aproximen-se e contemplem a colossal estatura
dessa torre de bosta tépida
que a desculpa da mornidão cortês e covarde
conseguiu empulhar no crepúsculo dos séculos
que aguardam
quem sabe o próximo
quem sabe ainda não...
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
domingo, 20 de setembro de 2009
Carta 98
Passei outro dia pela Ponte Nova com um de meus amigos; encontrei um conhecido que, segundo me disse, era um geômetra; não tinha nada que não o fizesse parecer, pois estava num devaneio profundo; foi preciso que meu amigo o puxasse repetidas vezes pela manga e o sacudisse para fazê-lo descer até ele, de tal modo estava ocupado com uma curva geométrica que o atormentava havia mais oito dias. Os dois trocaram muitas gentilezas e revelaram um ao outro algumas notícias literárias. Essa conversa os levou até a porta de um café, no qual entrei junto com eles. Observei que nosso geômetra foi recebido por todos com solicitude e que os garçons do café faziam muito mais caso dele que de dois mosqueteiros sentados num canto. Para ele, parecia-lhe estar num local agradável, pois desenrugou um pouco seu rosto e se pôs a rir, como se não tivesse a menor familiaridade com geometria. Entretanto, seu espírito regular tosava tudo o que se dizia na conversa. Parecia aquele que, num jardim, cortava com sua espada a ponta das flores que se sobressaíssem acima das outras. Mártir de sua exatidão, ficava ofendido com uma tirada, como uma vista delicada é ofendida por uma luz muito intensa. Nada lhe era indiferente, contanto que fosse verdade. Por isso a conversa era singular. Ele havia chegado nesse mesmo dia do campo com um homem que havia visto um castelo soberbo e jardins magníficos. Ele, no entanto, só havia visto um edifício de sessenta pés de comprimento por trinta e cinco de largura e um pequeno bosque sem proporções definidas de dez jeiras; teria gostado muito que as regras das perspectivas tivessem sido de tal forma observadas que as alamedas fossem em todo o âmbito da mesma largura; teria dado para isso um método infálivel. Pareceu muito contente com um relógio de sol que havia divisado, de uma estrutura muito singular; mas ficou enraivecido com um sábio, que estava perto dele, e infelizmente lhe perguntou se esse relógio de sol marcava as horas babilônicas. Um contador de histórias falou do bombardeio do castelo de Fontarábia, ele imediatamente nos deus propriedades da linhas que as bombas haviam descrito no ar e, encantado por saber isso, quis ignorar inteiramente o sucesso delas. Um homem se queixava por ter sido arruinado no inverno pelas inundações; o geômetra então disse:" O que dizer me agrada muito, pois vejo que não me enganei na observação que fiz, ou seja, que caíram na terra pelo menos duas polegadas de água a mais que no ano passado". Logo a seguir, ele saiu e nós os seguimos. Como andasse muito depressa e não cuidasse de olhar na frente dele, deu um encontrão em cheio em outro homem; eles se chocaram com força e, com isso, cada um espirrou para um lado, a razão recíproca de sua velocidade e de suas massas. Logo que se recuperaram um pouco de seu atordoamento, esse homem, levando a mão à testa, disse ao geômetra: "Fico feliz pelo encontrão, pois tenho uma grande novidade para te contar: acabo de dar ao público meu Horácio"
- Como? - diz o geômetra - Há dois mil anos que sua obra é conhecida.
- Não me entendes - retrucou o outro - É uma tradução desse antigo autor, que acabo de publicar. Há vinte anos que me ocupo com traduções.
- Como, senhor! - diz o geômetra - Há vinte vinte anos que não pensas? Falas pelos outros e eles pensam por ti?
- Senhor - diz o sábio - acreditas que não prestei um grande serviço ao público ao lhe tornar a leitura dos bons autores familiares?
- Não digo isso de modo algum. Estimo como qualquer outro os sublimes gênios que traduzes, mas tu não se assemelhas a eles, pois se continuares traduzindo sempre, ninguém vai de traduzir.
- As traduções são como essas moedas de cobre que têm na realidade o mesmo valor que uma moeda de ouro e que têm até mesmo um uso bem maior entre o povo, mas são sempre fracas e de má qualidade.
- Queres, segundos dizer, fazer renascer entre nós esses ilustres mortos e acredito que lhe darás até um corpo, mas não lhes devolverás a vida, sempre vai faltar um espírito para reanimá-los. Por que não te aplicas antes à pesquisa de tantas belas verdades que um cálculo fácil nos leva a descobrir todos os dias?"
Depois desse pequeno conselho, eles se separaram, e acredito, muito descontentes um com relação ao outro.
Cartas Persas - Charles de Montesquieu
- Como? - diz o geômetra - Há dois mil anos que sua obra é conhecida.
- Não me entendes - retrucou o outro - É uma tradução desse antigo autor, que acabo de publicar. Há vinte anos que me ocupo com traduções.
- Como, senhor! - diz o geômetra - Há vinte vinte anos que não pensas? Falas pelos outros e eles pensam por ti?
- Senhor - diz o sábio - acreditas que não prestei um grande serviço ao público ao lhe tornar a leitura dos bons autores familiares?
- Não digo isso de modo algum. Estimo como qualquer outro os sublimes gênios que traduzes, mas tu não se assemelhas a eles, pois se continuares traduzindo sempre, ninguém vai de traduzir.
- As traduções são como essas moedas de cobre que têm na realidade o mesmo valor que uma moeda de ouro e que têm até mesmo um uso bem maior entre o povo, mas são sempre fracas e de má qualidade.
- Queres, segundos dizer, fazer renascer entre nós esses ilustres mortos e acredito que lhe darás até um corpo, mas não lhes devolverás a vida, sempre vai faltar um espírito para reanimá-los. Por que não te aplicas antes à pesquisa de tantas belas verdades que um cálculo fácil nos leva a descobrir todos os dias?"
Depois desse pequeno conselho, eles se separaram, e acredito, muito descontentes um com relação ao outro.
Cartas Persas - Charles de Montesquieu
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Inimigo meu
Passas por mim deixando rastros de versos mudos...
Iludo-me com as verdades extraordinárias que compõem teu corpo bruto.
És, de fato, do mundo?
Teus olhos vão além do que a humanidade abriga!
Procuro aqui dentro o que te atraia,
Mas sou traída por esta minha alma presa a cotidianos falidos.
Inimigo real és, pois tens tudo que sonho,
Pois és tudo que quero, pois vives de verdades.
Quero possuir-te, ouvir-te declamar estes versos eternos sem deixar rastros,
Quero sua fala convicta, sua sabedoria extra-humana.
Sua boca, seu suor, seus olhos, tudo que te faz ser poesia.
Guerrear contigo, perder.
Perder-me.
E, quem sabe, após, encontrar-me dentro do universo que existe na beleza de seu sorriso.
Inimigo, eu me rendo...
Inimigo, dê-me abrigo.
Iludo-me com as verdades extraordinárias que compõem teu corpo bruto.
És, de fato, do mundo?
Teus olhos vão além do que a humanidade abriga!
Procuro aqui dentro o que te atraia,
Mas sou traída por esta minha alma presa a cotidianos falidos.
Inimigo real és, pois tens tudo que sonho,
Pois és tudo que quero, pois vives de verdades.
Quero possuir-te, ouvir-te declamar estes versos eternos sem deixar rastros,
Quero sua fala convicta, sua sabedoria extra-humana.
Sua boca, seu suor, seus olhos, tudo que te faz ser poesia.
Guerrear contigo, perder.
Perder-me.
E, quem sabe, após, encontrar-me dentro do universo que existe na beleza de seu sorriso.
Inimigo, eu me rendo...
Inimigo, dê-me abrigo.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Uma lua no céu apareceu
Cheia e branca; foi quando, emocionada
A mulher a meu lado estremeceu
E se entregou sem que eu dissesse nada.
Larguei-as pela jovem madrugada
Ambas cheias e brancas e sem véu
Perdida uma, outra abandonada
Uma nua na terra, outra no céu.
Mas não partira delas; a mais louca
Apaixonou-me o pensamento; dei-o
Feliz - eu de amor pouco e vida pouca
Mas que tinha deixado em meu enleio
Um sorriso de carne em sua boca
Uma gota de leite no seu seio.
SONETO DE DESPEDIDA - Vinicius de Moraes
Cheia e branca; foi quando, emocionada
A mulher a meu lado estremeceu
E se entregou sem que eu dissesse nada.
Larguei-as pela jovem madrugada
Ambas cheias e brancas e sem véu
Perdida uma, outra abandonada
Uma nua na terra, outra no céu.
Mas não partira delas; a mais louca
Apaixonou-me o pensamento; dei-o
Feliz - eu de amor pouco e vida pouca
Mas que tinha deixado em meu enleio
Um sorriso de carne em sua boca
Uma gota de leite no seu seio.
SONETO DE DESPEDIDA - Vinicius de Moraes
domingo, 9 de agosto de 2009
E se eu quisesse terminar?
Rir de tudo na sua cara
O que você faria?
E se eu desmoronar
Se não pudesse mais aguentar
O que você faria?
Venha me destruir
Me enterre, me enterre!
Eu estou farto de você
E se eu quisesse lutar
Pelo resto da vida implorar
O que você faria?
Você diz que queria mais
O que você está esperando?
Eu não estou fugindo de você
Venha me destruir
Me enterre, me enterre!
Eu estou farto de você
Olhe nos meus olhos
Você está me matando, me matando!
Tudo que eu queria era você
Eu tentei ser outra pessoa
Mas nada parecia mudar
Sei agora este é quem eu realmente sou por dentro
Finalmente me encontrei
Lutando por uma chance
Sei agora este é quem eu realmente sou
Ah, haaah
Ah-ha ohh
Ah, haaah
Venha me destruir
Me enterre, me enterre!
Eu estou farto de você
Olhe nos meus olhos
Você está me matando, me matando!
Tudo que eu queria era você
Traduçao de Addicted - Simple Plan
Rir de tudo na sua cara
O que você faria?
E se eu desmoronar
Se não pudesse mais aguentar
O que você faria?
Venha me destruir
Me enterre, me enterre!
Eu estou farto de você
E se eu quisesse lutar
Pelo resto da vida implorar
O que você faria?
Você diz que queria mais
O que você está esperando?
Eu não estou fugindo de você
Venha me destruir
Me enterre, me enterre!
Eu estou farto de você
Olhe nos meus olhos
Você está me matando, me matando!
Tudo que eu queria era você
Eu tentei ser outra pessoa
Mas nada parecia mudar
Sei agora este é quem eu realmente sou por dentro
Finalmente me encontrei
Lutando por uma chance
Sei agora este é quem eu realmente sou
Ah, haaah
Ah-ha ohh
Ah, haaah
Venha me destruir
Me enterre, me enterre!
Eu estou farto de você
Olhe nos meus olhos
Você está me matando, me matando!
Tudo que eu queria era você
Traduçao de Addicted - Simple Plan
sábado, 1 de agosto de 2009
Como um conto
Poderia passar horas escrutinando a minha imaginação à sua procura.
Viveria todo esse reconhecer como um conto das “Mil e Uma Noites”.
Seria para ti a sua Sherazade e, no fim, quando tivesse desmistificado a sua existência, caminharia em sua direção, sentaria ao seu lado e calmamente te contaria uma história.
Viveria todo esse reconhecer como um conto das “Mil e Uma Noites”.
Seria para ti a sua Sherazade e, no fim, quando tivesse desmistificado a sua existência, caminharia em sua direção, sentaria ao seu lado e calmamente te contaria uma história.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Há tempo
Traga-me o tempo, que em tempo eu aprendo.
Traga-me as horas que poderia ter sabido, compreendido, apenas estado.
Traga-me os segredos não contados, não confiados.
Traga-me a alegria do peito lavado, sem mácula.
Traga-me a limpeza do espírito reenergizado.
Traga-me o mais apertado abraço.
Traga-me o cheiro das flores e da noite.
Traga-me o silêncio dos atos.
Traga-me os sentidos de um beijo, pois já não sinto a língua.
Traga-me os olhos, braços, pernas, sexo. Alma, pois já não penso.
Traga-me o tempo, que em tempo eu reaprendo.
Traga-me você, perdida, achada, calada, estática, sem tempo, com tempo, depressa ou devagar. Apenas traga-me!
Traga-me o sonho de acreditar que poderei estar.
Traga-me a paciência dos longos dias da sala de espera.
Traga-me a calma do seu coração.
Traga-me as marés, que não descansam e que não têm tempo.
Traga-me o gozo que se perdeu no lençol vazio.
Traga-me o sono que ficou perdido nos braços largos de Morfeu.
Traga-me eu de volta, revolta e sem tempo.
Traga-me na exatidão do meu universo que apenas quer conspirar com o seu.
Mesmo que o tempo esteja sem tempo ou com sobra de muitos tempos.
Apenas traga-me!
- Mônica Bragança
Traga-me as horas que poderia ter sabido, compreendido, apenas estado.
Traga-me os segredos não contados, não confiados.
Traga-me a alegria do peito lavado, sem mácula.
Traga-me a limpeza do espírito reenergizado.
Traga-me o mais apertado abraço.
Traga-me o cheiro das flores e da noite.
Traga-me o silêncio dos atos.
Traga-me os sentidos de um beijo, pois já não sinto a língua.
Traga-me os olhos, braços, pernas, sexo. Alma, pois já não penso.
Traga-me o tempo, que em tempo eu reaprendo.
Traga-me você, perdida, achada, calada, estática, sem tempo, com tempo, depressa ou devagar. Apenas traga-me!
Traga-me o sonho de acreditar que poderei estar.
Traga-me a paciência dos longos dias da sala de espera.
Traga-me a calma do seu coração.
Traga-me as marés, que não descansam e que não têm tempo.
Traga-me o gozo que se perdeu no lençol vazio.
Traga-me o sono que ficou perdido nos braços largos de Morfeu.
Traga-me eu de volta, revolta e sem tempo.
Traga-me na exatidão do meu universo que apenas quer conspirar com o seu.
Mesmo que o tempo esteja sem tempo ou com sobra de muitos tempos.
Apenas traga-me!
- Mônica Bragança
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Deletérios
Por que me foges, amor quando preciso?
Por que te ausentas de mim, ó meu desejo?
Por que me negas, à boca o ardente beijo?
Por que me escondes da face o doce riso?
Por que me mostras de modo tão conciso,
a ausência que em minha fronte vejo?
Por que me ocultas, amor o teu cortejo,
quando sabes que de ti muito preciso?
Por que me negas o abraço dos teus braços?
Por que deixas paralelo esses dois traços?
Por que te ausentas de mim, ó meu desejo?
Por que me deixas confuso e indeciso?
Por que me foges, amor quando preciso?
Por que me escondes da boca o ardente beijo?
Por que te ausentas de mim, ó meu desejo?
Por que me negas, à boca o ardente beijo?
Por que me escondes da face o doce riso?
Por que me mostras de modo tão conciso,
a ausência que em minha fronte vejo?
Por que me ocultas, amor o teu cortejo,
quando sabes que de ti muito preciso?
Por que me negas o abraço dos teus braços?
Por que deixas paralelo esses dois traços?
Por que te ausentas de mim, ó meu desejo?
Por que me deixas confuso e indeciso?
Por que me foges, amor quando preciso?
Por que me escondes da boca o ardente beijo?
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Paradoxal
Ontem sonhei com lábios fascinantes,
com tuas mãos e olhos pecadores,
com teus seios virginais e tentadores
cobertos por lascívias dardejantes.
o teu corpo com espasmos flamejantes
de êxtase lúbrico, venenos e terrores
que escurecem os arrebóis, os esplendores.
caía sobre os meus apertos relevantes.
quando acordei! eu vi tudo caótico.
Na minha mente: vestígios de narcótico
relatavam meus brumosos pesadêlos...
O meu tálamo seguia vago e frio
e não encontrei no amanhacer sombrio
nem um fio, sequer, dos teus cabelos.
com tuas mãos e olhos pecadores,
com teus seios virginais e tentadores
cobertos por lascívias dardejantes.
o teu corpo com espasmos flamejantes
de êxtase lúbrico, venenos e terrores
que escurecem os arrebóis, os esplendores.
caía sobre os meus apertos relevantes.
quando acordei! eu vi tudo caótico.
Na minha mente: vestígios de narcótico
relatavam meus brumosos pesadêlos...
O meu tálamo seguia vago e frio
e não encontrei no amanhacer sombrio
nem um fio, sequer, dos teus cabelos.
domingo, 5 de julho de 2009
Cegos olhos nus.
Não.
O prazer de destruíres meus sonhos com atos ingratos, não será teu!
Aliás, o que terás de mim no eterno, é apenas esse desejo intraduzível de querer tua alma na minha boca.
Não me dói.
Não me dói, porque essa máscara não é tua.
Perceba, querido: fui criada pra te pertencer.
Não podes desobedecer as leis da vida.
Não permito que me deixes partida no início dessa estrada poética que nos espera
Teus atos não me dizem nada. Teus olhos, sim.
Aguardo.
Quando teu olhar, de fato, enxergar...
Quando teu corpo não mais desobedecer ao destino,
Quando teus passos seguirem os rastros dos meus versos.
Inteira, estarei.
Completa do que é teu.
Inspirada na poesia da tua alma.
E te mostrarei, não mais provida de calma, que os prazeres do teu íntimo [os quais nem tu conheces]
foram guardados só para mim.
Assim, continue a amar pela metade,
Mas, quando vir, jogue fora tudo o que tens de humano, tudo o que é realidade.
O prazer de destruíres meus sonhos com atos ingratos, não será teu!
Aliás, o que terás de mim no eterno, é apenas esse desejo intraduzível de querer tua alma na minha boca.
Não me dói.
Não me dói, porque essa máscara não é tua.
Perceba, querido: fui criada pra te pertencer.
Não podes desobedecer as leis da vida.
Não permito que me deixes partida no início dessa estrada poética que nos espera
Teus atos não me dizem nada. Teus olhos, sim.
Aguardo.
Quando teu olhar, de fato, enxergar...
Quando teu corpo não mais desobedecer ao destino,
Quando teus passos seguirem os rastros dos meus versos.
Inteira, estarei.
Completa do que é teu.
Inspirada na poesia da tua alma.
E te mostrarei, não mais provida de calma, que os prazeres do teu íntimo [os quais nem tu conheces]
foram guardados só para mim.
Assim, continue a amar pela metade,
Mas, quando vir, jogue fora tudo o que tens de humano, tudo o que é realidade.
terça-feira, 30 de junho de 2009
Obscessão
Não quero o branco da folha de papel,
O branco triste das guerras sem quartel,
Mas o branco dessas noites solitárias,
O branco sonâmbulo das noites várias.
Não quero o branco da torre de Babel,
E nem o branco humilde de um fogaréu,
Mas o branco desse mundaréu de párias,
O branco sólido da paz embrionária.
Branco sem traços, sem delimitações,
Branco puro solidamente real.
Não o branco desse transcorrer de dias,
Mas o branco bruto e seco e duro,
O branco frio, gelidamente branco,
O branco que nasce e que morre só branco.
O branco triste das guerras sem quartel,
Mas o branco dessas noites solitárias,
O branco sonâmbulo das noites várias.
Não quero o branco da torre de Babel,
E nem o branco humilde de um fogaréu,
Mas o branco desse mundaréu de párias,
O branco sólido da paz embrionária.
Branco sem traços, sem delimitações,
Branco puro solidamente real.
Não o branco desse transcorrer de dias,
Mas o branco bruto e seco e duro,
O branco frio, gelidamente branco,
O branco que nasce e que morre só branco.
quinta-feira, 18 de junho de 2009
"Sabe, tenho pensado muitas coisas. Tenho pensado sobre os presentes que a vida nos dá, sobre a caixinha de surpresas que ela é. Penso que ela se assemelha ao natal. É como a árvore cheia de sinos e enfeites com presentes escondidos. Alguns deles vão nos agradar, outros nem tanto. Na verdade, iremos odiar alguns presentes. Mas definitivamente, em algum momento, vamos fazer alguma coisa com eles.
Se alguém lhe der um par de meias, talvez você prefira não usá-la. Talvez não combine com seus sapatos, ou ainda, não seja da marca que você goste. Mas talvez você possa voltar e trocar por alguma coisa que lhe agrade. Ou, quem sabe um dia, você poderá entregá-la pra alguém que precise. Talvez seu presente seja presentear, e não ser presenteado. Talvez ela vire pano de chão, flanela. Talvez ela sirva de lição. Talvez ela tenha valido a pena pela boa intenção de quem a comprou pra você. Ou talvez, sirva de lição pena má intenção de quem a comprou. Um dia, em algum momento, elas vão servir pra alguma coisa.
Metaforicamente falando, a vida sempre nos dá meias. Umas coloridas, divertidas e confortáveis. Outras pequenas, feias e desagradáveis.
Quando alguém te dá um conselho torto, ou se intromete na sua vida, ou te deseja coisas ruins, é a vida te dando um presente. Você pode não saber, mas um dia vai fazer alguma coisa de tudo isso que lhe foi dito ou desejado. Às vezes, um conselho ruim serve de ênfase àquilo que realmente queremos ou achamos que está correto. Nem sempre vêm com boa intenção, esses presentes que a vida nos dá. Mas ela espera que os transformemos em coisas boas. Ela espera que salvemos o bolo solado, que costuremos a roupa rasgada. Ela espera um sorriso, diante de uma arrogância. Ela espera um ato de generosidade, diante de um ato de egoísmo. Um cubinho de açúcar, pra um amargo suco. É isso que a vida espera de nós.
Logicamente, não dá pra superar as expectativas sempre. É perdoável perder a cabeça, errar, ser egoísta e intolerante de vez em quando. Mas não gaste seus créditos demais. São créditos que, uma vez estourados, tornam-se irrecuperáveis. Não esqueça que tudo retorna. Quem planta maldade, colhe maldade. Quem planta mentira, colhe mentira. Quem planta discórdia, colhe discórdia. Quem planta... colhe... e vai por aí.
Reciclar presentes, reutilizar. Você pede laranjas, a vida te dá limões. Pare de reclamar e vá fazer limonada. Pense que poderiam estar podres, esses limões. Nós sempre achamos que nossa casinha é a pior, porque só olhamos pras mansões, e nunca olhamos pros barracos. A gente nunca tem o que quer, porque somos insaciáveis. Se nos contentássemos com o que temos, teríamos tudo o que queremos. Conheça o dito popular, aquelas frases de pára-choque de fusca: “Não tenho tudo que amo, mas amo tudo o que tenho!” Pois é. Às vezes, a vida não nos dá uma mansão, porque sabe que não vai adiantar. Ela sabe que chegaremos lá, e ainda seremos infelizes, porque sempre iremos querer muito mais do que temos. Você compraria um presente que sabe que não vai agradar? Eu não.
A resposta pra tudo, não é buscar o caminho da felicidade. A resposta pra tudo é ser feliz pra buscar o caminho. Felicidade vem de dentro pra fora. Ninguém é feliz porque a vida o fez feliz. As pessoas são felizes, e depois disso, a vida deu-lhes presentes que souberam aproveitar.
Por isso, fiz uma escolha. Ser feliz antes. Ser feliz antes de ter os presentes que quero. Quando a vida me der limões, quando eu pedir laranjas, eu vou fazer uma limonada. Se ela me der um par de meias feio, eu vou usá-lo para alguma coisa. Resolvi parar de reclamar, e de esquentar a “mufa”, porque os presentes que eu quero não estão embaixo da árvore. Pelo menos minha árvore tem algo embaixo. Pelo menos eu tenho uma árvore. Tem pessoas que nem isso tem. E, depois que decidi ser feliz antes, choveu presentes na minha árvore. Porque passei a olhar os pequenos presentes que a vida me dava, mas que eu jogava no lixo. Tudo serve, tudo se reutiliza, tudo ensina. Ser feliz antes...é a fórmula!"
Autor desconhecido.
Se alguém lhe der um par de meias, talvez você prefira não usá-la. Talvez não combine com seus sapatos, ou ainda, não seja da marca que você goste. Mas talvez você possa voltar e trocar por alguma coisa que lhe agrade. Ou, quem sabe um dia, você poderá entregá-la pra alguém que precise. Talvez seu presente seja presentear, e não ser presenteado. Talvez ela vire pano de chão, flanela. Talvez ela sirva de lição. Talvez ela tenha valido a pena pela boa intenção de quem a comprou pra você. Ou talvez, sirva de lição pena má intenção de quem a comprou. Um dia, em algum momento, elas vão servir pra alguma coisa.
Metaforicamente falando, a vida sempre nos dá meias. Umas coloridas, divertidas e confortáveis. Outras pequenas, feias e desagradáveis.
Quando alguém te dá um conselho torto, ou se intromete na sua vida, ou te deseja coisas ruins, é a vida te dando um presente. Você pode não saber, mas um dia vai fazer alguma coisa de tudo isso que lhe foi dito ou desejado. Às vezes, um conselho ruim serve de ênfase àquilo que realmente queremos ou achamos que está correto. Nem sempre vêm com boa intenção, esses presentes que a vida nos dá. Mas ela espera que os transformemos em coisas boas. Ela espera que salvemos o bolo solado, que costuremos a roupa rasgada. Ela espera um sorriso, diante de uma arrogância. Ela espera um ato de generosidade, diante de um ato de egoísmo. Um cubinho de açúcar, pra um amargo suco. É isso que a vida espera de nós.
Logicamente, não dá pra superar as expectativas sempre. É perdoável perder a cabeça, errar, ser egoísta e intolerante de vez em quando. Mas não gaste seus créditos demais. São créditos que, uma vez estourados, tornam-se irrecuperáveis. Não esqueça que tudo retorna. Quem planta maldade, colhe maldade. Quem planta mentira, colhe mentira. Quem planta discórdia, colhe discórdia. Quem planta... colhe... e vai por aí.
Reciclar presentes, reutilizar. Você pede laranjas, a vida te dá limões. Pare de reclamar e vá fazer limonada. Pense que poderiam estar podres, esses limões. Nós sempre achamos que nossa casinha é a pior, porque só olhamos pras mansões, e nunca olhamos pros barracos. A gente nunca tem o que quer, porque somos insaciáveis. Se nos contentássemos com o que temos, teríamos tudo o que queremos. Conheça o dito popular, aquelas frases de pára-choque de fusca: “Não tenho tudo que amo, mas amo tudo o que tenho!” Pois é. Às vezes, a vida não nos dá uma mansão, porque sabe que não vai adiantar. Ela sabe que chegaremos lá, e ainda seremos infelizes, porque sempre iremos querer muito mais do que temos. Você compraria um presente que sabe que não vai agradar? Eu não.
A resposta pra tudo, não é buscar o caminho da felicidade. A resposta pra tudo é ser feliz pra buscar o caminho. Felicidade vem de dentro pra fora. Ninguém é feliz porque a vida o fez feliz. As pessoas são felizes, e depois disso, a vida deu-lhes presentes que souberam aproveitar.
Por isso, fiz uma escolha. Ser feliz antes. Ser feliz antes de ter os presentes que quero. Quando a vida me der limões, quando eu pedir laranjas, eu vou fazer uma limonada. Se ela me der um par de meias feio, eu vou usá-lo para alguma coisa. Resolvi parar de reclamar, e de esquentar a “mufa”, porque os presentes que eu quero não estão embaixo da árvore. Pelo menos minha árvore tem algo embaixo. Pelo menos eu tenho uma árvore. Tem pessoas que nem isso tem. E, depois que decidi ser feliz antes, choveu presentes na minha árvore. Porque passei a olhar os pequenos presentes que a vida me dava, mas que eu jogava no lixo. Tudo serve, tudo se reutiliza, tudo ensina. Ser feliz antes...é a fórmula!"
Autor desconhecido.
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Rica a ***
Aqui todos se dedicam muito às ciências, mas não sei se são realmente sábios.
Aquele que duvida de tudo como filósofo nada ousa negar como teólogo; esse homem contraditório está sempre contente com ele, contanto que se reconheça suas qualidades.
A ânsia da maioria dos franceses é ter espírito; e a ânsia daqueles que têm espírito é escrever livros.
Entretanto, não há nada de tão mal imaginado; a natureza parecia ter sabiamente disposto para que as tolices dos homens fossem passageiras, mas os livros a imortalizam. Um tolo deveria ficar contente por ter aborrecido todos aqueles que conviveram com ele; quer ainda atormentar as gerações futuras; quer que sua tolice triunfe sobre o esquecimento, do qual poderia ter usufruído no túmulo; quer que a posteridade fique informada que ele viveu e que saiba para sempre que foi um tolo.
De todos os autores, aqueles que mais desprezo são os compiladores que andam a toda parte à procura de fragmentos das obras dos outros que colam nas suas, como pedaços de grama num estrado; não está acima desses empregados de editora que perfilam caracteres que, combinados num conjunto, produzem um livro, para o qual só emprestaram suas mãos. Gostaria que os livros originais fossem respeitados; parece-me que é uma espécie de profanação extrair peças que os compõem do santuário em que estão para expô-las a um desprezo que não merecem.
Quando um homem não tem nada a dizer de novo, por que não se cala? Que temos a ver com esses duplos empregos?
“Mas quero dispor uma nova ordem – És um homem hábil! Vem à minha biblioteca e farás o seguinte: Põe na parte debaixo os livros que estão no alto e no alto aqueles que estão embaixo; não deixa de ser uma obra-prima!
Escrevo-te a respeito disso porque estou indignada com um livro que acabo de ler e que é tão grosso que parecia conter a ciência universal, mas me fez quebrar à cabeça sem aprender coisa que valha. Adeus.
Cartas Persas - Charles de Montesquieu
Aquele que duvida de tudo como filósofo nada ousa negar como teólogo; esse homem contraditório está sempre contente com ele, contanto que se reconheça suas qualidades.
A ânsia da maioria dos franceses é ter espírito; e a ânsia daqueles que têm espírito é escrever livros.
Entretanto, não há nada de tão mal imaginado; a natureza parecia ter sabiamente disposto para que as tolices dos homens fossem passageiras, mas os livros a imortalizam. Um tolo deveria ficar contente por ter aborrecido todos aqueles que conviveram com ele; quer ainda atormentar as gerações futuras; quer que sua tolice triunfe sobre o esquecimento, do qual poderia ter usufruído no túmulo; quer que a posteridade fique informada que ele viveu e que saiba para sempre que foi um tolo.
De todos os autores, aqueles que mais desprezo são os compiladores que andam a toda parte à procura de fragmentos das obras dos outros que colam nas suas, como pedaços de grama num estrado; não está acima desses empregados de editora que perfilam caracteres que, combinados num conjunto, produzem um livro, para o qual só emprestaram suas mãos. Gostaria que os livros originais fossem respeitados; parece-me que é uma espécie de profanação extrair peças que os compõem do santuário em que estão para expô-las a um desprezo que não merecem.
Quando um homem não tem nada a dizer de novo, por que não se cala? Que temos a ver com esses duplos empregos?
“Mas quero dispor uma nova ordem – És um homem hábil! Vem à minha biblioteca e farás o seguinte: Põe na parte debaixo os livros que estão no alto e no alto aqueles que estão embaixo; não deixa de ser uma obra-prima!
Escrevo-te a respeito disso porque estou indignada com um livro que acabo de ler e que é tão grosso que parecia conter a ciência universal, mas me fez quebrar à cabeça sem aprender coisa que valha. Adeus.
Cartas Persas - Charles de Montesquieu
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Poema do Sorriso que perdi.
Reluzia tanto,
Que não te via.
No entanto, não me importava.
Era uma luz distinta, louca, brava.
Era tudo que eu queria.
Lembro que sempre pedia
Nas passagens escuras dos meus dias,
Uma prova da existência do divino.
E ele veio...
E incorporou-se em você!
E cada vez mais pude crer na luz do teu sorriso.
Porque era ele quem me guiaria
Porque o amei,
O senti,
Ele quem encontrei quando estive perdida,
Desiludida, sem caminho pra seguir.
Agora retorna o imenso breu.
Perdeu-se o encanto repentino
E tão breve partiu que nem deixou rastros.
Foi-se com teus passos
Teu sorriso de menino.
Nada vejo, nada espero,
Ainda amo o que perdi.
Então, pergunto-me:
“Se o divino é breve, porque o amor ficou aqui?”
Deve ser engano acreditar no que se sente.
A verdade é que esse teu jeito sorridente,
Foi só um lapso,
Só uma visão de quem nasceu
Pra viver na solidão.
Não houve laço com teus passos.
Olho sem traço,
Dente sem luz!
Que não te via.
No entanto, não me importava.
Era uma luz distinta, louca, brava.
Era tudo que eu queria.
Lembro que sempre pedia
Nas passagens escuras dos meus dias,
Uma prova da existência do divino.
E ele veio...
E incorporou-se em você!
E cada vez mais pude crer na luz do teu sorriso.
Porque era ele quem me guiaria
Porque o amei,
O senti,
Ele quem encontrei quando estive perdida,
Desiludida, sem caminho pra seguir.
Agora retorna o imenso breu.
Perdeu-se o encanto repentino
E tão breve partiu que nem deixou rastros.
Foi-se com teus passos
Teu sorriso de menino.
Nada vejo, nada espero,
Ainda amo o que perdi.
Então, pergunto-me:
“Se o divino é breve, porque o amor ficou aqui?”
Deve ser engano acreditar no que se sente.
A verdade é que esse teu jeito sorridente,
Foi só um lapso,
Só uma visão de quem nasceu
Pra viver na solidão.
Não houve laço com teus passos.
Olho sem traço,
Dente sem luz!
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Sou meu próprio enigma!
Me descobri pássaro e com minhas asas percorro o mundo, mas como todo mundo procuro o ninho, descanso, deposito meus ovos - ensinamentos - e logo, tenho que alçar-me para as infinitudes da natureza humana, desmembrando corpos, desnudando verdades, sentido asco e prazer. Assim como a Vida, que num sentido amorfo se reveste de cores, cheiros, sentidos, conceitos, formas. Não sou difícil de decifrar, mas a cegueira é mãe da Humanidade. Bastar olhar as pistas que deixo aqui, por exemplo, seja nas frases, nas comunidades, seja no seleto grupo de amigos, seja na expressão do meu olhar, na minha parte que doei ao mundo em forma genética, seja no simples fato de eu simplesmente assumir SER. Concordo que minha indiferença deva realmente incomodar, já que a grande maioria das pessoas prefere estar rodeada de sentidos que talvez não lhe façam sentidos. Mas, a grande mágica é que cada um é cada um, mas a grande diferença é que são poucos que assumem realmente seus atos, suas posições,suas idéias, seu jeito de ser. Todos os dias são aprendizados em minha vida, uns bons, outros ruins, mas faz parte desta máquina nem tanto enigmática chamada VIDA, basta querer olhar o que vai por trás. Como a natureza que retira do seu habitat o que não presta e recicla quando lhe é útil, aprendi com as árvores, minhas irmãs ancestrais, assim como os bichos, meus elos do passado, aprendi com o vento, meu pai furioso, que me leva daqui para acolá, atualmente aprendo com minha mãe terra a perceber, que mesmo patéticos, alguns de seus filhos, merecem melhor atenção, então, estou neste processo, que confesso, me provoca ira, mas o caos é necessário, como a estrela que para brilhar precisa explodir. Rs.
Se você merecer posso ser doce como o mel, se me tratar com cinismo ou mentiras, simplesmente te devolvo para o limbo, se for negligente, posso até procurar um pouco mais de paciência, mas se permanecer, receberás isolamento. Portanto, sou como bicho, que mesmo social, tem muito aguçado seus instintos primitivos, àqueles que precisamos para nos diferenciar dos demais. Sejam bem-vindos ao meu mundo, mas cautela, são poucos os que conseguem conhecer e permanecer, precisa ter coragem, ser especial e ser realmente merecedor deste mundo mágico que sou eu.
- Mônica Bragança
Se você merecer posso ser doce como o mel, se me tratar com cinismo ou mentiras, simplesmente te devolvo para o limbo, se for negligente, posso até procurar um pouco mais de paciência, mas se permanecer, receberás isolamento. Portanto, sou como bicho, que mesmo social, tem muito aguçado seus instintos primitivos, àqueles que precisamos para nos diferenciar dos demais. Sejam bem-vindos ao meu mundo, mas cautela, são poucos os que conseguem conhecer e permanecer, precisa ter coragem, ser especial e ser realmente merecedor deste mundo mágico que sou eu.
- Mônica Bragança
sábado, 23 de maio de 2009
Olha lá quem vem do lado oposto
e vem sem gosto de viver
Olha lá que os bravos são escravos
sãos e salvos de sofrer
Olha lá quem acha que perder
é ser menor na vida
Olha lá quem sempre quer vitória
e perde a glória de chorar
Eu que já não quero mais ser um vencedor,
levo a vida devagar pra não faltar amor
Olha você e diz que não
vive a esconder o coração
Não faz isso, amigo
Já se sabe que você
só procura abrigo,
mas não deixa ninguém ver
Por que será ?
Eu que nunca fui assim
muito de ganhar,
junto às mãos ao meu redor
Faço o melhor que sou capaz
só pra viver em paz.
Vencedor - Los Hermanos
e vem sem gosto de viver
Olha lá que os bravos são escravos
sãos e salvos de sofrer
Olha lá quem acha que perder
é ser menor na vida
Olha lá quem sempre quer vitória
e perde a glória de chorar
Eu que já não quero mais ser um vencedor,
levo a vida devagar pra não faltar amor
Olha você e diz que não
vive a esconder o coração
Não faz isso, amigo
Já se sabe que você
só procura abrigo,
mas não deixa ninguém ver
Por que será ?
Eu que nunca fui assim
muito de ganhar,
junto às mãos ao meu redor
Faço o melhor que sou capaz
só pra viver em paz.
Vencedor - Los Hermanos
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Para: minha best; De: Patricia Canella
Se existe alguém que está comigo em todos os momentos, esse alguém é você,
e a cada dia que passa você me prova mais ainda o quanto você é tudo.
Você não deixa que a distancia nos distancie aqui dentro, nossos corações já são um só,
você sente por mim e eu sinto por você.
Você não é do tipo que passa a mão na minha cabeça,
pelo contrário, você é capaz de brigar feio comigo,
quando quer me ver bem, para que eu levante a cabeça nos momentos difíceis.
Eu também sou assim, eu quero o melhor pra você, e vou sempre lutar JUNTO com você pelos
seus objetivos. Eu te amo mais que todas, porque você é a mais idiota, a mais mongol,
a mais grossa, a mais culta, a mais inteligente, a mais irritante, a mais amorosa,
a mais atenciosa, a mais ignorante. Eu amo suas qualidades e seus defeitos,
pois é desse jeito que você é, que você me ilumina e faz crescer cada vez mais.
Obrigada por existir, MINHA best!
MINHA melhor de todas!
MEU amor!
Eu te amo, e é pra SEMPRE!
e a cada dia que passa você me prova mais ainda o quanto você é tudo.
Você não deixa que a distancia nos distancie aqui dentro, nossos corações já são um só,
você sente por mim e eu sinto por você.
Você não é do tipo que passa a mão na minha cabeça,
pelo contrário, você é capaz de brigar feio comigo,
quando quer me ver bem, para que eu levante a cabeça nos momentos difíceis.
Eu também sou assim, eu quero o melhor pra você, e vou sempre lutar JUNTO com você pelos
seus objetivos. Eu te amo mais que todas, porque você é a mais idiota, a mais mongol,
a mais grossa, a mais culta, a mais inteligente, a mais irritante, a mais amorosa,
a mais atenciosa, a mais ignorante. Eu amo suas qualidades e seus defeitos,
pois é desse jeito que você é, que você me ilumina e faz crescer cada vez mais.
Obrigada por existir, MINHA best!
MINHA melhor de todas!
MEU amor!
Eu te amo, e é pra SEMPRE!
sexta-feira, 15 de maio de 2009
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Sou aquela que acredita nas convivências em carne e osso, já que carne e osso significam Vida. Sou aquela que apesar de ultra moderna e adorar as novas tecnologias e se utilizar delas para relações profissionais e sociais, me coloco à disposição para as relações humanas em todos os sentidos, para que assim essa ferramenta tão maravilhosa possa ser utilizada da forma correta. Infelizmente, as pessoas, em diferentes níveis estão se aprisionando nas caricaturas que reinventam a todo o momento para se esconderem de suas sociopatias. Mas, esquecem que para viver temos que correr riscos, pq senão, não vale a pena, seria como estarmos no mundo a passeio. Não importa se fomos magoados muitas vezes, ou se não conseguimos uma posição almejada, ou mesmo, fomos massacrados de alguma forma por alguém ou pela vida, se tal coisa acontece com frequência, talvez você esteja trilhando os passos errados e não esteja aprendendo com eles. Ou talvez seja uma pessoa negligente com a vida, ou até mesmo tenha medo de se mostrar, de crescer, evoluir. São tantas opções, mas não estou aqui para julgamentos, apenas para dizer, que sou o que sou, e sou o que sou com muita conquista, garra, força e coragem, me aventurando nos erros e acertos da vida. Então, se alguém tiver a audácia de me criticar por eu ter atitudes fortes e coerentes com o que eu acredito, é devido ao fato de eu ser uma mulher guerreira, que não tem medo da vida e que coloca a cara para bater, sempre sendo honesta, sincera e amiga. No mais, quero que tudo esteja em paz e que a vida seja cheia de expectativas, de caminhos e de oportunidades. Venha bem, venha Vida, que eu estou de braços escancarados para você!
Meus passos sou eu quem faço, portanto, decido quem fica e quem sai.
- Mônica Bragança
Meus passos sou eu quem faço, portanto, decido quem fica e quem sai.
- Mônica Bragança
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Quero...
Quero letras
Quero vida
Ver sua face escondida
Debaixo do cobertor.
E depois fazer poesia
Beijar você, idolatria
Canção depois do amor.
Quero seus olhos saltados
Gritando por mim.
Quero, sim,
Sua alegria, seu calor
Quero o toque, a harmonia
De uma bela canção de amor.
Com sua vida em minhas mãos
Tudo pode, tudo é ser.
E entrego a você minha alma
Acabo de vez com minha calma
Sem medo de me perder.
Passa o tempo, passam os dias
E nada de lhe esquecer
Quero versos
Quero rimas
Fazer de você obra-prima
Razão do meu viver.
E depois fazer poesia
Com você, que maravilha!
Canção falando de tudo
O que sinto por você.
Quero vida
Ver sua face escondida
Debaixo do cobertor.
E depois fazer poesia
Beijar você, idolatria
Canção depois do amor.
Quero seus olhos saltados
Gritando por mim.
Quero, sim,
Sua alegria, seu calor
Quero o toque, a harmonia
De uma bela canção de amor.
Com sua vida em minhas mãos
Tudo pode, tudo é ser.
E entrego a você minha alma
Acabo de vez com minha calma
Sem medo de me perder.
Passa o tempo, passam os dias
E nada de lhe esquecer
Quero versos
Quero rimas
Fazer de você obra-prima
Razão do meu viver.
E depois fazer poesia
Com você, que maravilha!
Canção falando de tudo
O que sinto por você.
Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido
Como uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor obrigação de acontecer
Eu acho tão bonito
Isso de ser abstrato, baby
A beleza é mesmo tão fugaz
É uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer
Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então,
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer
Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber
Apenas mais uma de amor - Lulu Santos ;)
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido
Como uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor obrigação de acontecer
Eu acho tão bonito
Isso de ser abstrato, baby
A beleza é mesmo tão fugaz
É uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer
Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então,
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer
Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber
Apenas mais uma de amor - Lulu Santos ;)
terça-feira, 28 de abril de 2009
quinta-feira, 23 de abril de 2009
:)
Teus olhos falam, falam docemente
na linguagem do amor, embevecida,
trazendo crença ao coração descrente,
e inspiração à alma combalida.
Ao escutá-los sinto apego à vida,
com a sensação de um náufrago iminente,
ante um farol de luz enriquecida
pela esperança em brilho intermitente...
Teus olhos são magia da quimera,
que me conduz à loura primavera,
entre visões de flores e matizes,
quando os escuto, cheios de ternura
do seu silêncio, a murmurar-me a jura
que com os lábios loquazes não me dizes.
João Ribeiro de Almeida Neto
na linguagem do amor, embevecida,
trazendo crença ao coração descrente,
e inspiração à alma combalida.
Ao escutá-los sinto apego à vida,
com a sensação de um náufrago iminente,
ante um farol de luz enriquecida
pela esperança em brilho intermitente...
Teus olhos são magia da quimera,
que me conduz à loura primavera,
entre visões de flores e matizes,
quando os escuto, cheios de ternura
do seu silêncio, a murmurar-me a jura
que com os lábios loquazes não me dizes.
João Ribeiro de Almeida Neto
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Eu sou o brilho dos teus olhos ao me olhar
Sou o teu sorriso ao ganhar um beijo meu
Eu sou teu corpo inteiro a se arrepiar
Quando em meus braços você se acolheu
Eu sou o teu segredo mais oculto
Teu desejo mais profundo, o teu querer
Tua fome de prazer sem disfarçar
Sou a fonte de alegria, sou o teu sonhar
Eu sou a tua sombra, eu sou teu guia
Sou o teu luar em plena luz do dia
Sou tua pele, proteção, sou o teu calor
Eu sou teu cheiro a perfumar o nosso amor
Eu sou tua saudade reprimida
Sou o teu sangrar ao ver minha partida
Sou o teu peito a apelar, gritar de dor
Ao se ver ainda mais distante do meu amor
Sou teu ego, tua alma
Sou teu céu, o teu inferno a tua calma
Eu sou teu tudo, sou teu nada
Minha pequena, és minha amada
Eu sou o teu mundo, sou teu poder
Sou tua vida, sou meu eu em você
Meu eu em você - Vitor e Leo
Sou o teu sorriso ao ganhar um beijo meu
Eu sou teu corpo inteiro a se arrepiar
Quando em meus braços você se acolheu
Eu sou o teu segredo mais oculto
Teu desejo mais profundo, o teu querer
Tua fome de prazer sem disfarçar
Sou a fonte de alegria, sou o teu sonhar
Eu sou a tua sombra, eu sou teu guia
Sou o teu luar em plena luz do dia
Sou tua pele, proteção, sou o teu calor
Eu sou teu cheiro a perfumar o nosso amor
Eu sou tua saudade reprimida
Sou o teu sangrar ao ver minha partida
Sou o teu peito a apelar, gritar de dor
Ao se ver ainda mais distante do meu amor
Sou teu ego, tua alma
Sou teu céu, o teu inferno a tua calma
Eu sou teu tudo, sou teu nada
Minha pequena, és minha amada
Eu sou o teu mundo, sou teu poder
Sou tua vida, sou meu eu em você
Meu eu em você - Vitor e Leo
terça-feira, 14 de abril de 2009
!
“Procedíamos de galáxias diferentes, como dois cometas que se cruzam efemeramente no espaço. Ele vinha da infância e nunca tivera uma parceira estável, queria me viver até me esgotar, queria que montássemos juntos uma casa, que sonhássemos um futuro, que nos enchêssemos de compromissos de eternidade até as orelhas. Eu, provinha da fatigante travessia da idade madura, sabia que a eternidade sempre se acaba, e tanto mais cedo quanto mais eterna. E assim fui avarenta, me neguei a ele, afastei-o de mim. Quanto mais ele me exigia, mais em sentia asfixiada; e, quanto mais me regateava, mais ansiosamente ele queria me segurar. Dito isso, se ele se retirava, eu avançava, e então o perseguia e o exigia: porque o amor é um jogo perverso de vasos comunicantes.”
Gastei bom pedaço da coluna transcrevendo esse parágrafo de excelente livro “A filha do canibal”, da espanhola Rosa Montero, pois eu não saberia descrever melhor a razão de tantos desencontros amorosos. O relato refere-se a um homem e uma mulher com alguma diferença de idade – ela é a mais velha, lógico, como tem se tornado comum hoje em dia. Muitas pessoas duvidam que uma relação assim possa dar certo. Claro que pode. Tudo pode dar certo e tudo pode dar errado, e a idade nada tem a ver com isso, é apenas um detalhe na certidão de nascimento. O que transforma nossa vida amorosa num melodrama é a diferença de necessidades. Aí não há casal que encontre seu ponto de apoio, seu eixo e seu futuro.
Um quer compromisso sério; para o outro, amar já é sério o suficiente. Um quer filhos, o outro nem em sonhos. Um quer uma casinha no meio do mato, o outro é curioso, precisa de informação, cinema, teatro, gente. Um valoriza a transa antes de tudo, o outro acha que conversar é importante também. Ao menos, os dois gostam de dançar.
Um quer se sentir o centro do universo, o outro quer incluí-lo no seu amplo universo. Um quer fugir da solidão, o outro aceita a solidão. Um não quer falar de suas dores, o outro pergunta demais. Um briga por amor, o outro silencia por amor. Os dois se amam, isso não se discute.
Um não precisa conhecer o mundo, o outro traz o mundo em si. Um é romântico para disfarçar a brutalidade, o outro é doce para despistar a secura. Um quer muito de tudo, o outro se contenta com o mínimo essencial. Nenhum dos dois liga pra dinheiro, mas o dinheiro quase sempre está no bolso de quem viveu mais. Um fica inseguro, o outro diz que nada disso importa, mas claro que importa.
Um quer que lhe dêem atenção 24 horas, o outro precisa que o esqueçam por uns instantes. Um quer aproveitar cada réstia de sol, o outro gostaria de dormir um pouco mais. Um gostaria de saber o que não sabe, o outro queria desaprender metade do que a vida lhe ensinou. Um precisa berrar, o outro chora.
Um quer ir embora e, ao mesmo tempo, não. O outro quer liberdade, mas a dois.
Então um se vai e deita em todas as camas, sofrendo. E o outro mergulha sozinho na dor, sobrevivendo.
Diferença de idade não existe. A necessidade secreta de cada um é que destrói ilusões e constrói o que está por vir..
-Martha Medeiros-
Gastei bom pedaço da coluna transcrevendo esse parágrafo de excelente livro “A filha do canibal”, da espanhola Rosa Montero, pois eu não saberia descrever melhor a razão de tantos desencontros amorosos. O relato refere-se a um homem e uma mulher com alguma diferença de idade – ela é a mais velha, lógico, como tem se tornado comum hoje em dia. Muitas pessoas duvidam que uma relação assim possa dar certo. Claro que pode. Tudo pode dar certo e tudo pode dar errado, e a idade nada tem a ver com isso, é apenas um detalhe na certidão de nascimento. O que transforma nossa vida amorosa num melodrama é a diferença de necessidades. Aí não há casal que encontre seu ponto de apoio, seu eixo e seu futuro.
Um quer compromisso sério; para o outro, amar já é sério o suficiente. Um quer filhos, o outro nem em sonhos. Um quer uma casinha no meio do mato, o outro é curioso, precisa de informação, cinema, teatro, gente. Um valoriza a transa antes de tudo, o outro acha que conversar é importante também. Ao menos, os dois gostam de dançar.
Um quer se sentir o centro do universo, o outro quer incluí-lo no seu amplo universo. Um quer fugir da solidão, o outro aceita a solidão. Um não quer falar de suas dores, o outro pergunta demais. Um briga por amor, o outro silencia por amor. Os dois se amam, isso não se discute.
Um não precisa conhecer o mundo, o outro traz o mundo em si. Um é romântico para disfarçar a brutalidade, o outro é doce para despistar a secura. Um quer muito de tudo, o outro se contenta com o mínimo essencial. Nenhum dos dois liga pra dinheiro, mas o dinheiro quase sempre está no bolso de quem viveu mais. Um fica inseguro, o outro diz que nada disso importa, mas claro que importa.
Um quer que lhe dêem atenção 24 horas, o outro precisa que o esqueçam por uns instantes. Um quer aproveitar cada réstia de sol, o outro gostaria de dormir um pouco mais. Um gostaria de saber o que não sabe, o outro queria desaprender metade do que a vida lhe ensinou. Um precisa berrar, o outro chora.
Um quer ir embora e, ao mesmo tempo, não. O outro quer liberdade, mas a dois.
Então um se vai e deita em todas as camas, sofrendo. E o outro mergulha sozinho na dor, sobrevivendo.
Diferença de idade não existe. A necessidade secreta de cada um é que destrói ilusões e constrói o que está por vir..
-Martha Medeiros-
segunda-feira, 30 de março de 2009
Metamorfo
No escape da linha tu dás o nó
na consciência da falsidade,
E a cada vez que fazes, tua existência
vira o pó do que planeja a tua realidade.
No alumiar do teu pensamento,
que pensas verdadeiramente que és outro,
Tu se deténs na frente do espelho com
um despertamento: sou louco?
Sou-ou-não-sou é a tua crueldade,
Esquecendo de si pra ficar com o alheio.
O que acontece no teu ambiente, é
a verdade que realmente te transformas:
vira louco ou deslouco
vira bonito ou vira feio.
A tua paridade nunca existiu
Consegues até brincar com a vida:
Tu matas, tu recrias,
tu apagas, tu renovas.
E se desistes de um, Ah...
Rapidamente inventas outro,
porque o que acaba contigo é
o espaço vazio, o espaço espaçoso.
Tu és todos Todos são tu
és essencialmente dentro do eu
Sem tu não se convive
Sem tua vida não acontece
Esse poema é a homenagem
a peça mais usada
da máquina da vida
Que só depois do proibido
o leitor conseguiu
Porque hoje finalmente
Metamorfo,
a tua máscara caiu.
na consciência da falsidade,
E a cada vez que fazes, tua existência
vira o pó do que planeja a tua realidade.
No alumiar do teu pensamento,
que pensas verdadeiramente que és outro,
Tu se deténs na frente do espelho com
um despertamento: sou louco?
Sou-ou-não-sou é a tua crueldade,
Esquecendo de si pra ficar com o alheio.
O que acontece no teu ambiente, é
a verdade que realmente te transformas:
vira louco ou deslouco
vira bonito ou vira feio.
A tua paridade nunca existiu
Consegues até brincar com a vida:
Tu matas, tu recrias,
tu apagas, tu renovas.
E se desistes de um, Ah...
Rapidamente inventas outro,
porque o que acaba contigo é
o espaço vazio, o espaço espaçoso.
Tu és todos Todos são tu
és essencialmente dentro do eu
Sem tu não se convive
Sem tua vida não acontece
Esse poema é a homenagem
a peça mais usada
da máquina da vida
Que só depois do proibido
o leitor conseguiu
Porque hoje finalmente
Metamorfo,
a tua máscara caiu.
quarta-feira, 25 de março de 2009
Coração de Poeta
Teu frígido desdén me enlouquece,
meus suspiros ao luar ficam sem brilho,
tua frieza me serve de empecilho,
pois me insulta, me atormenta e me aborrece.
Teu egoísmo me repele e me entristece,
o teu olhar obliquamente assim me insulta,
nem tampouco tua compaixão me indulta
e teu sarcasmo pouco a pouco me envelhece.
Mas nestes ermos caminhos que pervago,
ao invés de um desgosto dou-te afago,
ademais eu teu semblante dou-te afeto...
Se no homem frio o ódio é previsível,
o coração de um poeta é tão sensível
que de tolo te compôs este soneto.
meus suspiros ao luar ficam sem brilho,
tua frieza me serve de empecilho,
pois me insulta, me atormenta e me aborrece.
Teu egoísmo me repele e me entristece,
o teu olhar obliquamente assim me insulta,
nem tampouco tua compaixão me indulta
e teu sarcasmo pouco a pouco me envelhece.
Mas nestes ermos caminhos que pervago,
ao invés de um desgosto dou-te afago,
ademais eu teu semblante dou-te afeto...
Se no homem frio o ódio é previsível,
o coração de um poeta é tão sensível
que de tolo te compôs este soneto.
terça-feira, 24 de março de 2009
Recanto do Guerreiro
Encanto, magia, calor, sedução
Na pele macia, sabor da paixão
Olhar que arrepia, suor, emoção
Brota e escorre na palma da mão
Liberte minh'alma do encanto e desejo
A dor de um abraço, o sabor de um beijo
Fazes de mim aquilo que quer
Na simples poção envenena a fé
Olhar que domina, escravo vou ser
Controla e revira o que quero fazer
Na mão, minha sina, vontade, prazer
O corpo cansado não quer mais viver
Fagulhas percorrem meu corpo em dor
Maltrata meu peito, esmaga o rancor
Pitada de afeto, toque de sedução
Balança, remexe, sou sua poção
Me joga no chão, me mostra o poder
De prender a emoção, de estancar o prazer
De fazer solidão, na mente que crê
Que muito da vida precisa aprender
Revela os segredos do espaço e do tempo
Coloca as correntes, me deixa ao relento
Acolhe no peito, quando quer me usar
Cozinha a libido, aguça os sentidos, no amor ao luar
Na chama que arde e revela o seu ser
Na dor que te invade, imenso prazer
No sangue que brota na pele me diz
A mente engana um mero aprendiz
Na pele macia, sabor da paixão
Olhar que arrepia, suor, emoção
Brota e escorre na palma da mão
Liberte minh'alma do encanto e desejo
A dor de um abraço, o sabor de um beijo
Fazes de mim aquilo que quer
Na simples poção envenena a fé
Olhar que domina, escravo vou ser
Controla e revira o que quero fazer
Na mão, minha sina, vontade, prazer
O corpo cansado não quer mais viver
Fagulhas percorrem meu corpo em dor
Maltrata meu peito, esmaga o rancor
Pitada de afeto, toque de sedução
Balança, remexe, sou sua poção
Me joga no chão, me mostra o poder
De prender a emoção, de estancar o prazer
De fazer solidão, na mente que crê
Que muito da vida precisa aprender
Revela os segredos do espaço e do tempo
Coloca as correntes, me deixa ao relento
Acolhe no peito, quando quer me usar
Cozinha a libido, aguça os sentidos, no amor ao luar
Na chama que arde e revela o seu ser
Na dor que te invade, imenso prazer
No sangue que brota na pele me diz
A mente engana um mero aprendiz
domingo, 22 de março de 2009
Abismo de mim
É como se eu estivesse à beira do abismo
profundo, prostrado ante a imensos sulcos calcários.
E diante de mim, montanhas a nimbos se fundissem,
E se colorissem de um acinzentado lúgubre,
E aves, vívidas, no céu de chumbo pairassem,
E suas formas distantes, arqueadas,
À escuridão dos montes lentamente diluíssem.
E mesmo eu, que os sentidos a tanto perdera,
Me esbaldasse desta majestosa arquitetura.
E a noite, límpida, clarividente, serena,
Que num suspiro só se erguia,
Triunfasse soberana sobre o dia.
É como se rompessem meu peito,
E meu coração, desfeito, no abismo se findasse,
E portasse consigo meu pranto.
E do peito aberto ora surgisse
De um clarão maior que o tolerável
Um sentimento puro, inquebrantável.
E de meus olhos vítreos e translúcidos
Lágrimas amealhadas vertessem
E meu peito, e o abismo inundassem
profundo, prostrado ante a imensos sulcos calcários.
E diante de mim, montanhas a nimbos se fundissem,
E se colorissem de um acinzentado lúgubre,
E aves, vívidas, no céu de chumbo pairassem,
E suas formas distantes, arqueadas,
À escuridão dos montes lentamente diluíssem.
E mesmo eu, que os sentidos a tanto perdera,
Me esbaldasse desta majestosa arquitetura.
E a noite, límpida, clarividente, serena,
Que num suspiro só se erguia,
Triunfasse soberana sobre o dia.
É como se rompessem meu peito,
E meu coração, desfeito, no abismo se findasse,
E portasse consigo meu pranto.
E do peito aberto ora surgisse
De um clarão maior que o tolerável
Um sentimento puro, inquebrantável.
E de meus olhos vítreos e translúcidos
Lágrimas amealhadas vertessem
E meu peito, e o abismo inundassem
domingo, 15 de março de 2009
Ela faz
Na beleza do luar eu te encontrei
Devo estar apaixonado mas explicar eu nao sei
O amor nao tem explicaçao
O amor que vem nao é em vao
Eu sinto que por voce bate forte o coraçao
Nunca imaginei que fosse acontecer assim
Eu gostar de voce e voce gostar de mim
É uma magia natural
É uma magia sem igual
Pois longe de voce eu fico fraco
Revoltado, pra baixo, eu fico mal
ref:
Mas isso vai mudar, vai
Mas isso nao vai ficar assim
Eu quero te amar, mais perto
Eu quero voce, (mais perto de mim)2x
Quando eu paro pra pensar
Quando eu penso em voce
A saudade bate forte e eu só queria estar com voce
Meu coraçao fala alto
Quando voce vem no pensamento
Nao consigo explicar o que se passa (aqui por dentro)2x
Por: Vinicius Shelb
Devo estar apaixonado mas explicar eu nao sei
O amor nao tem explicaçao
O amor que vem nao é em vao
Eu sinto que por voce bate forte o coraçao
Nunca imaginei que fosse acontecer assim
Eu gostar de voce e voce gostar de mim
É uma magia natural
É uma magia sem igual
Pois longe de voce eu fico fraco
Revoltado, pra baixo, eu fico mal
ref:
Mas isso vai mudar, vai
Mas isso nao vai ficar assim
Eu quero te amar, mais perto
Eu quero voce, (mais perto de mim)2x
Quando eu paro pra pensar
Quando eu penso em voce
A saudade bate forte e eu só queria estar com voce
Meu coraçao fala alto
Quando voce vem no pensamento
Nao consigo explicar o que se passa (aqui por dentro)2x
Por: Vinicius Shelb
sexta-feira, 13 de março de 2009
s2
Como saber a diferença entre amor e paixão? Como amar um outro alguém tanto que você não consegue mais pensar por si própria? Como incendiar de alegria ao ver o outro se aproximando mesmo o tendo visto no dia anterior? São sentimentos e ações sem explicações, assim como quase tudo na vida. Uma mistura de saudade, ternura, carinho, oscilações de humor, gratidão, necessidade. Como pode tudo caber dentro de um só ser? Conheço amores de verão, que durou o tempo exato pra ficar pra sempre na memória, aquele amor mágico, perfeito, sem brigas ou qualquer outro motivo que sempre faz uma relação terminar, eu diria que os amores deveriam ser feitos de verão, onde tudo acontece e no final só ficam as lembranças boas, daquilo que se passou e que você deseja mais do que nunca ter de novo o mais rápido possível.
Tem os amores de escola, os platônicos, onde se almeja a pessoa desejada, mas que na maioria das vezes se torna frustrante se alcançado, porque a magia está na dificuldade de amar alguém que sempre se sonhou e quando isso se torna realidade, junto com ele vêm todos os defeitos e características de um amor que não se conhecia, a magia acaba e tudo se torna melancólico. Tem também os amores doentios, onde se ama alguém mais do que a si próprio e ter esse alguém é o objetivo de vida, e no fim das contas não se da conta que quem se ama não te ama mais e começou a ter receio, e o amor se torna ódio, terminando em tragédias, na maioria das vezes.
Temos o chamado: amor eterno, que é o que a maioria das pessoas almeja, o amor que dura pra sempre, que foi magicamente conquistado, que duas pessoas se tornam uma só, que tê-la já faz parte da vida, e que a morte do outro causaria sua própria morte, é o amor a base de respeito, dedicação, admiração, olhares e gestos que falam mais do que qualquer palavra dita. É o “eu te amo” constante, a batalha de conquistar o outro quando se acorda, é querer o outro e nada mais, é ter transformado seus defeitos em coisas comuns. É não enjoar de ter, beijar, ver a mesma pessoa todo dia, é o verdadeiro casamento.
Paixão? A maioria é avassaladora, devora o coração e nos faz pensar diariamente no outro até o encontrar, e depois quando esse vai embora, começa tudo de novo. É querer tê-lo fisicamente e interiormente, é sentir domínio sobre o outro, é ficar bobo e idiota com um simples presente, é achar que certos atos são mais do que na verdade eles são. É achar tudo lindo, tudo mágico e não enxergar defeitos importantes. Eu diria que a paixão é o segundo estágio para um relacionamento, primeiro se gosta de alguém, se sente bem com essa pessoa, depois se apaixona por ela e há quer o tempo todo para enfim chegar ao terceiro estágio, o amor por essa pessoa, e terminar talvez e dificilmente no quarto estágio, onde esse amor se torna um maravilhoso complemento de almas. É necessário se apaixonar para encontrar o amor de verdade.
Paixão e amor se movem juntos, pois ao amar alguém imensamente, você acaba se apaixonando por ela diariamente e ai se desvenda o segredo. Mas o coração humano é e sempre será o maior dos mistérios da humanidade, entender as emoções e os infinitos sentimentos acumulados é tarefa pra pouquíssimos. Cada pessoa possui um cofre diferente guardado no coração, onde está cada paixão, amor, trauma, sentimento. O amor está dentro de cada um de nós e quando achamos à alma gêmea, os corações se juntam e a magia se transforma, não sendo necessário mais nada acontecer e assim poderá ter a verdadeira felicidade.
Tem os amores de escola, os platônicos, onde se almeja a pessoa desejada, mas que na maioria das vezes se torna frustrante se alcançado, porque a magia está na dificuldade de amar alguém que sempre se sonhou e quando isso se torna realidade, junto com ele vêm todos os defeitos e características de um amor que não se conhecia, a magia acaba e tudo se torna melancólico. Tem também os amores doentios, onde se ama alguém mais do que a si próprio e ter esse alguém é o objetivo de vida, e no fim das contas não se da conta que quem se ama não te ama mais e começou a ter receio, e o amor se torna ódio, terminando em tragédias, na maioria das vezes.
Temos o chamado: amor eterno, que é o que a maioria das pessoas almeja, o amor que dura pra sempre, que foi magicamente conquistado, que duas pessoas se tornam uma só, que tê-la já faz parte da vida, e que a morte do outro causaria sua própria morte, é o amor a base de respeito, dedicação, admiração, olhares e gestos que falam mais do que qualquer palavra dita. É o “eu te amo” constante, a batalha de conquistar o outro quando se acorda, é querer o outro e nada mais, é ter transformado seus defeitos em coisas comuns. É não enjoar de ter, beijar, ver a mesma pessoa todo dia, é o verdadeiro casamento.
Paixão? A maioria é avassaladora, devora o coração e nos faz pensar diariamente no outro até o encontrar, e depois quando esse vai embora, começa tudo de novo. É querer tê-lo fisicamente e interiormente, é sentir domínio sobre o outro, é ficar bobo e idiota com um simples presente, é achar que certos atos são mais do que na verdade eles são. É achar tudo lindo, tudo mágico e não enxergar defeitos importantes. Eu diria que a paixão é o segundo estágio para um relacionamento, primeiro se gosta de alguém, se sente bem com essa pessoa, depois se apaixona por ela e há quer o tempo todo para enfim chegar ao terceiro estágio, o amor por essa pessoa, e terminar talvez e dificilmente no quarto estágio, onde esse amor se torna um maravilhoso complemento de almas. É necessário se apaixonar para encontrar o amor de verdade.
Paixão e amor se movem juntos, pois ao amar alguém imensamente, você acaba se apaixonando por ela diariamente e ai se desvenda o segredo. Mas o coração humano é e sempre será o maior dos mistérios da humanidade, entender as emoções e os infinitos sentimentos acumulados é tarefa pra pouquíssimos. Cada pessoa possui um cofre diferente guardado no coração, onde está cada paixão, amor, trauma, sentimento. O amor está dentro de cada um de nós e quando achamos à alma gêmea, os corações se juntam e a magia se transforma, não sendo necessário mais nada acontecer e assim poderá ter a verdadeira felicidade.
sexta-feira, 6 de março de 2009
Boa noite, Bonner.
A idéia de escrever à noite me veio à cabeça porque eu passo o dia pensando e não consigo colocar tudo no papel. O clima da manhã me parece menos inspirador que o clima da noite. Mas noite, muita gente pode pensar, foi feita para dormir. Eu não penso muito assim. Eu já até pensei que se pudesse, ou melhor, conseguisse, dormiria pela manhã e ficaria à noite acordada. Todos os dias.
Repare. Hoje à noite, ouça os barulhos dos carros nas ruas, chegue na janela e veja quantas pessoas estão acordadas assistindo à televisão, tem um cheiro de comida boa sendo feita por alguém nas redondezas (e não na sua casa).O lixeiro provavelmente vai passar tarde e vai assobiar alto. Um neném vai chorar enquanto a mãe prepara a mamadeira… Veja que é à noite que pensamos “cá com nossos botões”, na “morte da bezerra”, nos problemas e nas conquistas, no amor, na família, e no que temos para fazer no dia seguinte. Mas essa noite eu decidi pensar em apenas uma coisa: na noite propriamente dita. Eu estou aqui em casa, sem conseguir dormir. Sem demagogia, penso quantas pessoas estão dormindo mal agora, nas vielas do centro da cidade, em frente às vitrines de lojas de colchão, sem um lençol para se cobrir. Que bom que não está chovendo nem fazendo frio. Mesmo assim, o conforto da noite é estar num lugar agradável para dormir tranqüilo. Uma boa noite de sono tem de ter no mínimo, umas oito horas de duração, certo? Bem, essa noite se eu conseguir dormir a metade disso, estou satisfeita.
Tem gente agora, assim como eu, tentando dormir, mas o sono não vem. Não é fácil desligar a cabeça como a gente desliga um interruptor. Tem dia que não dá. E a essa hora tem gente querendo muito dormir, mas não pode. Imagine como deve ser difícil para o caminhoneiro dirigir numa noite escura, numa estrada longa, com os faróis dos outros carros no rosto. Imagine um vigia de empresa de segurança, sozinho, atento às pessoas que passam, com apenas uma cadeira para se sentar. Eu se fosse caminhoneiro seria bem gordo porque para enfrentar o sono numa viagem longa, talvez comendo eu conseguisse ficar com os olhos abertos. Se eu fosse vigia, estudaria para prova de concurso público. Você acha que alguém vai sair de casa de madrugada, altas horas da noite, para vigiar o vigia? Duvido.
Chato é saber que uma boa noite de sono faz bem à pele. Eu acho que amanhã terei 80 anos… Ah, e por falar em boa noite, fiquei pasma no dia em que soube que ao cumprimentar alguém com um boa noite, esse boa noite tem hífen: boa-noite. Mas tem também um boa noite sem hífen. Calma. Boa noite todos teremos se conseguirmos parar de pensar e dormir. É, a vida nos reserva boas surpresas (sem hífen, claro).
O boa-noite mais famoso, certamente, é o do William Bonner. Já vi Vovó Dina cumprimentá-lo uma vez quando estávamos em Rio das Ostras e aquilo me marcou. Teve gente que riu, mas, na verdade, teve uma reciprocidade naquele desejo sincero, porém distante. Pior é saber que devemos dar um boa-noite para quem está conosco antes de dormir e esquecemos. Mas tem gente tão educada quanto William Bonner por aí. No prédio onde mora minha mãe, o zelador todas as noites cumprimenta os moradores com um sonoro “Bánoite”. É engraçado sim, mas, ao mesmo tempo, eu penso como ele nunca esquece, por motivo algum, de desejar que tenhamos um bom final de dia. É bom desejar isso às pessoas. Tem gente que pode ter um péssimo final de dia, pode ter insônia, um problema cardíaco… e morrer. Cruzes! Esse papo está ficando ruim. É melhor dormir para que nada de terrível possa nos acontecer. Nada de boa-noite, Cinderela. Nem sonhando.
Repare. Hoje à noite, ouça os barulhos dos carros nas ruas, chegue na janela e veja quantas pessoas estão acordadas assistindo à televisão, tem um cheiro de comida boa sendo feita por alguém nas redondezas (e não na sua casa).O lixeiro provavelmente vai passar tarde e vai assobiar alto. Um neném vai chorar enquanto a mãe prepara a mamadeira… Veja que é à noite que pensamos “cá com nossos botões”, na “morte da bezerra”, nos problemas e nas conquistas, no amor, na família, e no que temos para fazer no dia seguinte. Mas essa noite eu decidi pensar em apenas uma coisa: na noite propriamente dita. Eu estou aqui em casa, sem conseguir dormir. Sem demagogia, penso quantas pessoas estão dormindo mal agora, nas vielas do centro da cidade, em frente às vitrines de lojas de colchão, sem um lençol para se cobrir. Que bom que não está chovendo nem fazendo frio. Mesmo assim, o conforto da noite é estar num lugar agradável para dormir tranqüilo. Uma boa noite de sono tem de ter no mínimo, umas oito horas de duração, certo? Bem, essa noite se eu conseguir dormir a metade disso, estou satisfeita.
Tem gente agora, assim como eu, tentando dormir, mas o sono não vem. Não é fácil desligar a cabeça como a gente desliga um interruptor. Tem dia que não dá. E a essa hora tem gente querendo muito dormir, mas não pode. Imagine como deve ser difícil para o caminhoneiro dirigir numa noite escura, numa estrada longa, com os faróis dos outros carros no rosto. Imagine um vigia de empresa de segurança, sozinho, atento às pessoas que passam, com apenas uma cadeira para se sentar. Eu se fosse caminhoneiro seria bem gordo porque para enfrentar o sono numa viagem longa, talvez comendo eu conseguisse ficar com os olhos abertos. Se eu fosse vigia, estudaria para prova de concurso público. Você acha que alguém vai sair de casa de madrugada, altas horas da noite, para vigiar o vigia? Duvido.
Chato é saber que uma boa noite de sono faz bem à pele. Eu acho que amanhã terei 80 anos… Ah, e por falar em boa noite, fiquei pasma no dia em que soube que ao cumprimentar alguém com um boa noite, esse boa noite tem hífen: boa-noite. Mas tem também um boa noite sem hífen. Calma. Boa noite todos teremos se conseguirmos parar de pensar e dormir. É, a vida nos reserva boas surpresas (sem hífen, claro).
O boa-noite mais famoso, certamente, é o do William Bonner. Já vi Vovó Dina cumprimentá-lo uma vez quando estávamos em Rio das Ostras e aquilo me marcou. Teve gente que riu, mas, na verdade, teve uma reciprocidade naquele desejo sincero, porém distante. Pior é saber que devemos dar um boa-noite para quem está conosco antes de dormir e esquecemos. Mas tem gente tão educada quanto William Bonner por aí. No prédio onde mora minha mãe, o zelador todas as noites cumprimenta os moradores com um sonoro “Bánoite”. É engraçado sim, mas, ao mesmo tempo, eu penso como ele nunca esquece, por motivo algum, de desejar que tenhamos um bom final de dia. É bom desejar isso às pessoas. Tem gente que pode ter um péssimo final de dia, pode ter insônia, um problema cardíaco… e morrer. Cruzes! Esse papo está ficando ruim. É melhor dormir para que nada de terrível possa nos acontecer. Nada de boa-noite, Cinderela. Nem sonhando.
terça-feira, 3 de março de 2009
.... 33
- Ô Zé, não cumprimenta mais a ex-namorada? Vai cuspir no prato que comeu?
A naturalidade de Claudia. A opressora naturalidade de Claudia, o falar alto, gesticular, o sorriso de 78 dentes, jeito espalhafatoso de se vestir, de puxar conversa com todos, qualquer um, até com o ex-namorado.
- Senta ai e toma um chope! – no pedido, uma ordem.
Zé Pereira sentou, sujeito-homem. E esse anel no dedo, aliança na mão esquerda, casamento: quem seria o Zé Pereira depois do Zé Pereira?
- Está vindo de onde ta indo pra onde? – Claudia de novo, a mulher-citação.
As palavras presas a língua que se recusa a abrir espaço entre os dentes. O que falar, como se portar? Zé Pereira ainda calado. Quantos segundos já teriam se passado desde que sentara e não abrira a boca? O pensamento impedindo a ação, bloqueando a espontaneidade, e ele começou a contar: 28, 29, 30, 31, 32, 33, sem perceber.
- Trinta e três? Está me achando com cara de médica Zé? – Claudia dona da situação, 156 dentes de um duplo sorriso, deboche.
- Não, é... 33 eu disse, não foi? Trinta e três anos esta fazendo o Marcelinho hoje – conseguira remendar o tempo – estou indo lá no aniversario dele daqui a pouco. Vamos lá?
Convidara Claudia para um programa, foi isso? Ato impensado, imprensado contra os azulejos do Novo Capela. E agora a vida era apenas a espera pela resposta, uma espera que se estendia em minutos, meses, quatro, o tempo de separação dos dois, e olhar de Claudia oscilando entre o rosto dele e a porta, será que ela está esperando alguém? E, novamente no rosto dele, no chope, no ultimo gole, 12, 13, 14, 15, 16.. – Zé Pereira de novo contando.
- Mas o aniversario do Marcelinho não é hoje!
- Não é hoje? É sim, não é? – Claudia me domina, ele pensa, Claudia ainda me hipnotiza, e agora era o olhar dele que vacilava entre o rosto dela e a porta, o dedo anular e a parede azulejada, os avisos colados na parede, peça de teatro, aulas de violão, show de samba.
- Mas de que Marcelinho você está falando?
- Mais dois chopes?
- Santo Cícero, providencial mestre de lentes embaçadas, solta dois chopes, ó mestre-prático. O meu sem colarinho que sou sujeito-homem, não gosto dessas frescuras de creme.
- Eu, hein, Zé, que historia é essa de sujeito-homem?
A mudez de Zé Pereira novamente, os lábios secos que não se desgrudavam, falta de saliva, memória de cerveja.
Sujeito-homem. Isso mesmo, pensou, mas não falou, sujeito-homem, sim, mais sujeito-homem que esse ai do anel. Pensou, mas não falou.
- Você está estranho, Zé! – uma afirmação, Claudia só falava no imperativo. Se Claudia falasse por escrito colocaria três exclamações ao final de cada frase.
- Mas que Marcelinho é esse, Zé? Não é o meu Marcelinho, é? – mesmo as interrogações de Claudia eram exclamações.
A porta do Nova Capela se abriu e um sorriso veio andando em direção a mesa onde os dois estavam. Um homem, um homem no diminutivo enlaçou o pescoço de Claudia e estalou um beijo no cantinho do lábio.
Marcelinho.
A naturalidade de Claudia. A opressora naturalidade de Claudia, o falar alto, gesticular, o sorriso de 78 dentes, jeito espalhafatoso de se vestir, de puxar conversa com todos, qualquer um, até com o ex-namorado.
- Senta ai e toma um chope! – no pedido, uma ordem.
Zé Pereira sentou, sujeito-homem. E esse anel no dedo, aliança na mão esquerda, casamento: quem seria o Zé Pereira depois do Zé Pereira?
- Está vindo de onde ta indo pra onde? – Claudia de novo, a mulher-citação.
As palavras presas a língua que se recusa a abrir espaço entre os dentes. O que falar, como se portar? Zé Pereira ainda calado. Quantos segundos já teriam se passado desde que sentara e não abrira a boca? O pensamento impedindo a ação, bloqueando a espontaneidade, e ele começou a contar: 28, 29, 30, 31, 32, 33, sem perceber.
- Trinta e três? Está me achando com cara de médica Zé? – Claudia dona da situação, 156 dentes de um duplo sorriso, deboche.
- Não, é... 33 eu disse, não foi? Trinta e três anos esta fazendo o Marcelinho hoje – conseguira remendar o tempo – estou indo lá no aniversario dele daqui a pouco. Vamos lá?
Convidara Claudia para um programa, foi isso? Ato impensado, imprensado contra os azulejos do Novo Capela. E agora a vida era apenas a espera pela resposta, uma espera que se estendia em minutos, meses, quatro, o tempo de separação dos dois, e olhar de Claudia oscilando entre o rosto dele e a porta, será que ela está esperando alguém? E, novamente no rosto dele, no chope, no ultimo gole, 12, 13, 14, 15, 16.. – Zé Pereira de novo contando.
- Mas o aniversario do Marcelinho não é hoje!
- Não é hoje? É sim, não é? – Claudia me domina, ele pensa, Claudia ainda me hipnotiza, e agora era o olhar dele que vacilava entre o rosto dela e a porta, o dedo anular e a parede azulejada, os avisos colados na parede, peça de teatro, aulas de violão, show de samba.
- Mas de que Marcelinho você está falando?
- Mais dois chopes?
- Santo Cícero, providencial mestre de lentes embaçadas, solta dois chopes, ó mestre-prático. O meu sem colarinho que sou sujeito-homem, não gosto dessas frescuras de creme.
- Eu, hein, Zé, que historia é essa de sujeito-homem?
A mudez de Zé Pereira novamente, os lábios secos que não se desgrudavam, falta de saliva, memória de cerveja.
Sujeito-homem. Isso mesmo, pensou, mas não falou, sujeito-homem, sim, mais sujeito-homem que esse ai do anel. Pensou, mas não falou.
- Você está estranho, Zé! – uma afirmação, Claudia só falava no imperativo. Se Claudia falasse por escrito colocaria três exclamações ao final de cada frase.
- Mas que Marcelinho é esse, Zé? Não é o meu Marcelinho, é? – mesmo as interrogações de Claudia eram exclamações.
A porta do Nova Capela se abriu e um sorriso veio andando em direção a mesa onde os dois estavam. Um homem, um homem no diminutivo enlaçou o pescoço de Claudia e estalou um beijo no cantinho do lábio.
Marcelinho.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Nonsense and Sensibility!
Existe o teste de QI, que dá a medida da capacidade de um ser humano para responder um teste de QI. Mas desenvolvi uma forma de medir outro tipo de habilidade humana: o Quociente de Sensibilidade, QS. A equação é QS = A (abstração) + T (tempo). Sendo um sujeito extremamente superficial, sempre tive dificuldade de perceber em certas obras de arte, a arte em si. E dias desses tive um epifania quando vi um sujeito em um museu contemplando um quadro ( duas linhas perpendiculares sobre a tela) tomar alguns passos de distancia, parar, e não satisfeito dar mais três passos pra trás, como se fosse cobrar um pênalti. Não perdeu o quadro de vista por um segundo sequer, e ficou ali parado por uma eternidade.
Percebi então que um indivíduo pode ser considerado mais sensível que a media quão mais abstrato é o objeto artístico em estudo e quão maior o tempo em que sua atenção recai sobre ele.
Espectadores rasteiros costumam desistir de admirar obras mais complexas nos primeiros indícios de dificuldade em absorver a mensagem, o que diminui o Quociente de Sensibilidade pela redução do fato de tempo da exposição. Eles podem, por exemplo, abandonar uma sessão de “Stalker” do Tarkovski por acreditar que nada aconteceu nos seus primeiros 20 minutos, e perder mais duas horas e meia de um nada acontecendo sensibilíssimo.
Ou até podem dedicar atenção por um considerável período de tempo a um determinado produto cultural, mas este tende a perder no quesito abstração – por exemplo, uma Maratona Simpson na Fox, que tem o risco adicional de poder representar diversão, o antônimo de Experiência artística.
Percebi então que um indivíduo pode ser considerado mais sensível que a media quão mais abstrato é o objeto artístico em estudo e quão maior o tempo em que sua atenção recai sobre ele.
Espectadores rasteiros costumam desistir de admirar obras mais complexas nos primeiros indícios de dificuldade em absorver a mensagem, o que diminui o Quociente de Sensibilidade pela redução do fato de tempo da exposição. Eles podem, por exemplo, abandonar uma sessão de “Stalker” do Tarkovski por acreditar que nada aconteceu nos seus primeiros 20 minutos, e perder mais duas horas e meia de um nada acontecendo sensibilíssimo.
Ou até podem dedicar atenção por um considerável período de tempo a um determinado produto cultural, mas este tende a perder no quesito abstração – por exemplo, uma Maratona Simpson na Fox, que tem o risco adicional de poder representar diversão, o antônimo de Experiência artística.
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Love of gold
Em tese são a inércia e a gravidade que fazem o mundo girar, mas vocês sabem o que é na verdade: o amor. “O amor pelo outro”, completa o Gene Hackman naquele filme do David Mamet.
Hoje compreendo isso, mas nem sempre foi assim. Lembro que quando era adolescente duvidava que alguém realmente casasse por dinheiro. Talvez fossem só os hormônios trabalhando em excesso, mas acreditava que dinheiro e tudo mais que havia no mundo era só pretexto e estratagemas para chegar até a recompensar por todas as aulas de trigonometria que fui obrigada a assistir: SEXO.
Que alguém abrisse mão da satisfação sexual por grana não fazia o menor sentido pra mim, que era uma ingênua e, claro, virgem, mas a verdade é que ainda acho difícil de acreditar. O que diz muito a respeito da minha escala de valores e explica porque ainda sou pobre(já que ainda moro com meus pais).
Também fui grunge quando adolescente, e naquela época essa historia de não se vender era um caso sério; um dos slogans do – ahn – movimento era “morte aos falsos”, embora não me lembre muito bem como era mesmo um grunge de verdade. Imaginava que esse papo de vendido está tão velho como a defesa do celibato enquanto método contraceptivo, mas a internet esta ai para mostrar que os velhos hábitos não morrem de resfriado.
Conheço, e só de ouvir falar, poucas pessoas que podem se declarar realmente independentes (por hierarquia, financeiramente, etc), sendo que contra algumas delas existem processos penais que questionam a retidão de suas trajetórias até a independência. E duvido que elas sejam as mesmas que escrevem em blogs ou comentários de blogs que tal fulano “se vendeu”.
Essa patrulha da pureza um tanto incoerente e tardia lembra a minha adolescência. Ou seja, quando vier alguém pro seu lado com esse discurso, pode ter certeza: o carinha ainda não amadureceu sexualmente.
Hoje compreendo isso, mas nem sempre foi assim. Lembro que quando era adolescente duvidava que alguém realmente casasse por dinheiro. Talvez fossem só os hormônios trabalhando em excesso, mas acreditava que dinheiro e tudo mais que havia no mundo era só pretexto e estratagemas para chegar até a recompensar por todas as aulas de trigonometria que fui obrigada a assistir: SEXO.
Que alguém abrisse mão da satisfação sexual por grana não fazia o menor sentido pra mim, que era uma ingênua e, claro, virgem, mas a verdade é que ainda acho difícil de acreditar. O que diz muito a respeito da minha escala de valores e explica porque ainda sou pobre(já que ainda moro com meus pais).
Também fui grunge quando adolescente, e naquela época essa historia de não se vender era um caso sério; um dos slogans do – ahn – movimento era “morte aos falsos”, embora não me lembre muito bem como era mesmo um grunge de verdade. Imaginava que esse papo de vendido está tão velho como a defesa do celibato enquanto método contraceptivo, mas a internet esta ai para mostrar que os velhos hábitos não morrem de resfriado.
Conheço, e só de ouvir falar, poucas pessoas que podem se declarar realmente independentes (por hierarquia, financeiramente, etc), sendo que contra algumas delas existem processos penais que questionam a retidão de suas trajetórias até a independência. E duvido que elas sejam as mesmas que escrevem em blogs ou comentários de blogs que tal fulano “se vendeu”.
Essa patrulha da pureza um tanto incoerente e tardia lembra a minha adolescência. Ou seja, quando vier alguém pro seu lado com esse discurso, pode ter certeza: o carinha ainda não amadureceu sexualmente.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
...
Então esse dia já começa. E é só noite. Um bando de malucos, dos mais saudáveis que conheço, se reúne. E eu aqui a começar alguma coisa que nem conheço. Recomeço.
Coragem. Ás vezes parece que não faz a menor diferença, mas que diferença há de se fazer?
Conhecer. Ta esquisito escrever. Igual. É o sinal que o teclado ofereceu.
Vocês vêm da sala. Que conforto ver o pensamento.
Nubladas lembranças. É no masculino que de diz, embora seja feminino. Tudo ao mesmo tempo agora. Balela, traquitana irresistível, audácia da filombeta. Fui. Criança. Sou. Embora. Não saiba. Quem.
Tesão da discrepância. O discernimento. Incrível e sozinho. Falta da mesma mente. Entende. Sua mão não lhe disse. A que vim. Afinal.
Barriga de historia. Nula presença. Louca crispada. Enfim. Dura e realidade. Linda em que se vê. Vazia em que se sente. Veste a força motriz. Explode cuspida, densa na turbina. Sua nudez é ridícula. Fonte dura de marfim.
Minha obra é tentar narrar com interrupções. Compra comida. Fazer comida. Beber. Acordar. Trepar. Amar. Caps lock. Criar. Pagar conta. Quase sempre. Acreditar. Que tem um buraco no fim do túnel. E que existe um veiculo que te leva.Você precisa descobrir qual o seu. No momento em que me encontro.
Sibilam e gritam diferentemente. Idiomas concretos. Sussurros expostos de experimentos. A correção idiomática gramatical que me obriga regras. Desfúteis. Inúteis. O pré dos fixos. Os melanócitos incrédulos. Me tragam objetos! Lindos de fora. Com rugas. Que hora.
Passei daquela ponte ininterrupta. Em que tempo te encontro?
Rock’in’roll will never die. Minha sonoridade importa.Você me inspira e que transpiração não seja clichê. De mente sem espaço. Ampla, duplex, cobertura. Sem ser na Barra. Que me odeie e me retire.
Livre.
Vomito tudo que não sou.
Coragem. Ás vezes parece que não faz a menor diferença, mas que diferença há de se fazer?
Conhecer. Ta esquisito escrever. Igual. É o sinal que o teclado ofereceu.
Vocês vêm da sala. Que conforto ver o pensamento.
Nubladas lembranças. É no masculino que de diz, embora seja feminino. Tudo ao mesmo tempo agora. Balela, traquitana irresistível, audácia da filombeta. Fui. Criança. Sou. Embora. Não saiba. Quem.
Tesão da discrepância. O discernimento. Incrível e sozinho. Falta da mesma mente. Entende. Sua mão não lhe disse. A que vim. Afinal.
Barriga de historia. Nula presença. Louca crispada. Enfim. Dura e realidade. Linda em que se vê. Vazia em que se sente. Veste a força motriz. Explode cuspida, densa na turbina. Sua nudez é ridícula. Fonte dura de marfim.
Minha obra é tentar narrar com interrupções. Compra comida. Fazer comida. Beber. Acordar. Trepar. Amar. Caps lock. Criar. Pagar conta. Quase sempre. Acreditar. Que tem um buraco no fim do túnel. E que existe um veiculo que te leva.Você precisa descobrir qual o seu. No momento em que me encontro.
Sibilam e gritam diferentemente. Idiomas concretos. Sussurros expostos de experimentos. A correção idiomática gramatical que me obriga regras. Desfúteis. Inúteis. O pré dos fixos. Os melanócitos incrédulos. Me tragam objetos! Lindos de fora. Com rugas. Que hora.
Passei daquela ponte ininterrupta. Em que tempo te encontro?
Rock’in’roll will never die. Minha sonoridade importa.Você me inspira e que transpiração não seja clichê. De mente sem espaço. Ampla, duplex, cobertura. Sem ser na Barra. Que me odeie e me retire.
Livre.
Vomito tudo que não sou.
domingo, 8 de fevereiro de 2009
Banho
Com as costas envergadas
de vergonha
Tu entraste no banheiro.
O silencio constrangido
a toalha nos ombros
cobriam um leão morto.
No Box apertado
Girei os registros
Molhei a toalha
Pedi que te virasses
Plantaste as mãos
- imóveis –
sobre os azulejos
E a cortina tocou meu rosto.
Guiada por mim, a toalha passeou:
teu tronco
tuas pernas
braços
pescoço.
A tolha úmida
e a cortina
que se fechava.
No breu dos teus olhos cerrados
E no tremelique das mãos
(que não podias deter)
Lembravas:
Um dia
Também me deste banho
Girei os registros
Troquei de toalha
Pedi que te virasses
Enquanto te secava
E ouvia um obrigado
Soube que não há como sair limpo
De um banho desses.
de vergonha
Tu entraste no banheiro.
O silencio constrangido
a toalha nos ombros
cobriam um leão morto.
No Box apertado
Girei os registros
Molhei a toalha
Pedi que te virasses
Plantaste as mãos
- imóveis –
sobre os azulejos
E a cortina tocou meu rosto.
Guiada por mim, a toalha passeou:
teu tronco
tuas pernas
braços
pescoço.
A tolha úmida
e a cortina
que se fechava.
No breu dos teus olhos cerrados
E no tremelique das mãos
(que não podias deter)
Lembravas:
Um dia
Também me deste banho
Girei os registros
Troquei de toalha
Pedi que te virasses
Enquanto te secava
E ouvia um obrigado
Soube que não há como sair limpo
De um banho desses.
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Tropa de Elite
A fantasia de Papai Noel esta pendurada, na entrada, no canto esquerdo da Loja Fantasias, na galeria H do mercadão. Na área mais nobre, um modelo, preto, com um colete feito em um tecido acolchoado. Na parte de baixo, apenas uma sugestiva lingerie, com uma liga. Uma boina de camurça completa o visual Capitão Nascimento que tem sido um sucesso do momento. Por R$ 59,90 é possível levar a fantasia. A infantil custa menos, R$ 39,90, mas discreta. Tem o detalhe da caveira do Bope na boina.
Gerson tem intimidade com a policia desde que nasceu. É filho de um policial militar. O pai, Jovelino Cortes, é um dos responsáveis por ele, apesar de ser negro e ter nascido na Rua Andrade Figueira, na subida do Morro São José, ter passado a infância longe do samba. O caveirão, hoje pavor das crianças, na época era Mestre Fuleiro, um dos fundadores do Império Serrano. Na adolescência, o pai mandava ficar longe do samba. E usava da figura do enorme legendário diretor de harmonia da verde-e-branca para assustá-lo.
- o sambista era visto como marginal. Meu irmão, Getulio Cortes, era muito americanizado. Ele foi um dos primeiros Djs. Comprava discos e levava pra gente dançar. Mas não tinha samba. Gerson conta que, com a chegada do rock, a cisão foi total. Os sambistas viam os roqueiros como homossexuais. Só mais velho Gerson se reconciliou com a turma do samba. Hoje é vizinho de Tia Doca da Portela e presença em seus pagodes. Com a policia, ele mantém um respeito formal. Seu problema agora é com um dos movimentos que ele ajudou a criar: o funk carioca. Gerson tem pavor de uma parte do movimento que usa a musica para fazer apologia ao crime ou fala ( e faz ) sexo explicitamente:
- Juntar o black e este funk dá choque. Temos um problema social, com esta periferia carente, cheia de problemas. Não precisa dessa coisa de chamar mulher de prostituta, cantar que vai comer a mãe. O morro marginal esta nessa musica e nós, que fizemos letras com cunho social, não temos nada com isso. Não temos nada que bandido é melhor. Nem policia é melhor nem bandido é melhor. Este funk é um modismo que não vai vencer. A não ser que queiramos que vire uma Sodoma e Gomorra. A idéia é até policiar isso. Já fui a baile que tinha sexo explicito.
Gerson tem intimidade com a policia desde que nasceu. É filho de um policial militar. O pai, Jovelino Cortes, é um dos responsáveis por ele, apesar de ser negro e ter nascido na Rua Andrade Figueira, na subida do Morro São José, ter passado a infância longe do samba. O caveirão, hoje pavor das crianças, na época era Mestre Fuleiro, um dos fundadores do Império Serrano. Na adolescência, o pai mandava ficar longe do samba. E usava da figura do enorme legendário diretor de harmonia da verde-e-branca para assustá-lo.
- o sambista era visto como marginal. Meu irmão, Getulio Cortes, era muito americanizado. Ele foi um dos primeiros Djs. Comprava discos e levava pra gente dançar. Mas não tinha samba. Gerson conta que, com a chegada do rock, a cisão foi total. Os sambistas viam os roqueiros como homossexuais. Só mais velho Gerson se reconciliou com a turma do samba. Hoje é vizinho de Tia Doca da Portela e presença em seus pagodes. Com a policia, ele mantém um respeito formal. Seu problema agora é com um dos movimentos que ele ajudou a criar: o funk carioca. Gerson tem pavor de uma parte do movimento que usa a musica para fazer apologia ao crime ou fala ( e faz ) sexo explicitamente:
- Juntar o black e este funk dá choque. Temos um problema social, com esta periferia carente, cheia de problemas. Não precisa dessa coisa de chamar mulher de prostituta, cantar que vai comer a mãe. O morro marginal esta nessa musica e nós, que fizemos letras com cunho social, não temos nada com isso. Não temos nada que bandido é melhor. Nem policia é melhor nem bandido é melhor. Este funk é um modismo que não vai vencer. A não ser que queiramos que vire uma Sodoma e Gomorra. A idéia é até policiar isso. Já fui a baile que tinha sexo explicito.
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
O anel
- A mão esquerda de Claudia, a aliança de ouro no dedo anular, o forte que era aquele Zé baixando, fraco, na cadeira. Pipa voadora no ar parado, descendo, descendo, sem outro remédio que não fosse, como sempre, grudar-se ao chão daquela mulher. Se durante tanto tempo havido sido assim, por que seria diferente agora? Questões de leis da física. Gravidade. Atração dos corpos. Desde a noite dos tempos era assim, e nas noites do apartamento em Copacabana também.
Antes, sobre a mesa, ele tinha notado um copo só: o dela. Em todos os dicionários de sinônimos visuais do mundo, aquela unidade equivalia a uma outra, muito obvia, muito lógica. Claudia estava sozinha. Mas apenas circunstancialmente sozinha, como ele agora via, com a chegada do Marcelinho e seu beijinho no cantinho do lábio dela.
Mulheres como Claudia sempre tem alguém, essa é a verdade, com ou sem aliança de ouro, e mesmo quando estão no Capela numa noite de sexta-feira, bebendo, sozinhas.
De longe, Cícero o decretou, com o olhar, perdido.
Marcelinho não se sentou. Saiu pelo Capela cumprimentando os garçons, parou na mesa de alguém a caminho do banheiro. O homem do diminutivo era a popularidade encarnada. Não precisava sequer sentir ciúmes de sua morena-loura bebendo em companhia de outro homem. Provavelmente era impensável que qualquer outro tivesse condições de substituí-lo no coração de Claudia, pensou Zé.
- você esta bem, Zé – ela disse, e ele chegou a abrir a boca pra responder, mas percebeu a tempo que ela não tinha perguntando nada. Não havia uma interrogação na frase, ela não queria saber como ele estava bem, ela apenas decretava, afirmava, informava que ele estava bem. Essa era a Claudia.
- você também – ele disse, e no conjunto das verdades e meias-verdades que compartilhara com ela ao longo de dois anos, nenhuma tido sido tão verdadeira.
Ela estava ainda mais merecedora do aperto no peito do sujeito-homem Zé do que naquele dia já distante (no tempo, não tanto na memória) em que trocava beijos dentro de um Fiat Uno vermelho. O salva-vidas era só mais um daqueles garotos da praia, com a maresia dentro da cabeça, como é que Claudia pôde descer tão baixo, ele se perguntou mais uma vez, em silencio. Olhava pra ela, para a santíssima trindade de sue queixo e seus seios no decote, e no meio do caminho o pescoço liso e sempre fresco, sempre. Olhava para a aliança no dedo, aliança de casamento, olhava para o chope diante do seu, no copo suado.
Será que a aliança era a prova da capitalização definitiva de Claudia ao Marcelinho? Será que o Marcelinho era salva-vidas? Zé disfarçou um olhar na direção do sujeito-homem. Bem vestido. Talvez tivesse dinheiro. Será que era jornalista? E daria a Claudia apartamento grande, empregada, filhos, cartões de crédito? As fantasias passavam pela cabeça de Zé em flashes carnavalescos, em alas da Portela. Enredo: os ciúmes do sujeito-homem Antônio José Pereira da Silva.
Enquanto Marcelinho passeava sua popularidade pelo Capela, Claudia e Zé trocaram umas frases simpáticas. Perguntaram um pela vida do outro. O que andavam fazendo. Trabalho. Irmãos de uma, sobrinhas do outro.
Mais uma vez, Zé percebeu que tinha chegado ao ultimo gole do chope. No silencio do copo vazio, ele tomou coragem, pigarreou. E disse, olhando para Claudia em cheio:
- Percebi a aliança no seu dedo
Ela sorriu com todos os seus dentes, todos eles, abaixando os olhos para mesa.
- Presta atenção na minha aliança, Zé. Ela aproximou a mão.
Humilhação, ele pensou. Como se não bastasse o salva-vidas, agora ela precisava exibir aquela naco de ouro amarelo diante dos olhos dele, a prova de que Zé era um sujeito-homem do passado.
- Presta bem atenção, Zé. Não está se lembrando?
Aí, então, com a autorização dela, ele se lembrou.
Abriu a boca sem palavras, nem o numero 33 veio em seu socorro – nada. Ele procurou o copo sem bebida.
- Você não tem mesmo jeito – Claudia disse. Já tinha esquecido é? – e ela girou a mão esquerda no ar, para um lado, para o outro.
- Este anel foi você quem me deu, Zé.
Antes, sobre a mesa, ele tinha notado um copo só: o dela. Em todos os dicionários de sinônimos visuais do mundo, aquela unidade equivalia a uma outra, muito obvia, muito lógica. Claudia estava sozinha. Mas apenas circunstancialmente sozinha, como ele agora via, com a chegada do Marcelinho e seu beijinho no cantinho do lábio dela.
Mulheres como Claudia sempre tem alguém, essa é a verdade, com ou sem aliança de ouro, e mesmo quando estão no Capela numa noite de sexta-feira, bebendo, sozinhas.
De longe, Cícero o decretou, com o olhar, perdido.
Marcelinho não se sentou. Saiu pelo Capela cumprimentando os garçons, parou na mesa de alguém a caminho do banheiro. O homem do diminutivo era a popularidade encarnada. Não precisava sequer sentir ciúmes de sua morena-loura bebendo em companhia de outro homem. Provavelmente era impensável que qualquer outro tivesse condições de substituí-lo no coração de Claudia, pensou Zé.
- você esta bem, Zé – ela disse, e ele chegou a abrir a boca pra responder, mas percebeu a tempo que ela não tinha perguntando nada. Não havia uma interrogação na frase, ela não queria saber como ele estava bem, ela apenas decretava, afirmava, informava que ele estava bem. Essa era a Claudia.
- você também – ele disse, e no conjunto das verdades e meias-verdades que compartilhara com ela ao longo de dois anos, nenhuma tido sido tão verdadeira.
Ela estava ainda mais merecedora do aperto no peito do sujeito-homem Zé do que naquele dia já distante (no tempo, não tanto na memória) em que trocava beijos dentro de um Fiat Uno vermelho. O salva-vidas era só mais um daqueles garotos da praia, com a maresia dentro da cabeça, como é que Claudia pôde descer tão baixo, ele se perguntou mais uma vez, em silencio. Olhava pra ela, para a santíssima trindade de sue queixo e seus seios no decote, e no meio do caminho o pescoço liso e sempre fresco, sempre. Olhava para a aliança no dedo, aliança de casamento, olhava para o chope diante do seu, no copo suado.
Será que a aliança era a prova da capitalização definitiva de Claudia ao Marcelinho? Será que o Marcelinho era salva-vidas? Zé disfarçou um olhar na direção do sujeito-homem. Bem vestido. Talvez tivesse dinheiro. Será que era jornalista? E daria a Claudia apartamento grande, empregada, filhos, cartões de crédito? As fantasias passavam pela cabeça de Zé em flashes carnavalescos, em alas da Portela. Enredo: os ciúmes do sujeito-homem Antônio José Pereira da Silva.
Enquanto Marcelinho passeava sua popularidade pelo Capela, Claudia e Zé trocaram umas frases simpáticas. Perguntaram um pela vida do outro. O que andavam fazendo. Trabalho. Irmãos de uma, sobrinhas do outro.
Mais uma vez, Zé percebeu que tinha chegado ao ultimo gole do chope. No silencio do copo vazio, ele tomou coragem, pigarreou. E disse, olhando para Claudia em cheio:
- Percebi a aliança no seu dedo
Ela sorriu com todos os seus dentes, todos eles, abaixando os olhos para mesa.
- Presta atenção na minha aliança, Zé. Ela aproximou a mão.
Humilhação, ele pensou. Como se não bastasse o salva-vidas, agora ela precisava exibir aquela naco de ouro amarelo diante dos olhos dele, a prova de que Zé era um sujeito-homem do passado.
- Presta bem atenção, Zé. Não está se lembrando?
Aí, então, com a autorização dela, ele se lembrou.
Abriu a boca sem palavras, nem o numero 33 veio em seu socorro – nada. Ele procurou o copo sem bebida.
- Você não tem mesmo jeito – Claudia disse. Já tinha esquecido é? – e ela girou a mão esquerda no ar, para um lado, para o outro.
- Este anel foi você quem me deu, Zé.
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Pra sempre
Quando sinto sua falta como agora
Esperar o dia amanhecer demora
Olho o céu escuro à noite perco a hora
Relembrando o seu carinho na memória
Quando você me beija
No seu movimento
Me perco no tempo
Naquele momento
Tão bom
Vou vivendo e aprendendo
Quando você me abraça
Entro em outro mundo
Parece distante
Mas é um segundo
Então eu mergulho fundo
Se o tempo quiser esperar
Logo logo eu vou te buscar
Para olhar o mae
Não há ninguém melhor pra estar
Quando todos pagarem pra ver
Eu não vou ter dúvidas pra dizer
Pra sempre eu vou amar você
Mesmo agora tão tarde assim
Sei que você roubou uma parte de mim
E o que resta não sabe mentir
Quero ter você de novo aqui
Esperar o dia amanhecer demora
Olho o céu escuro à noite perco a hora
Relembrando o seu carinho na memória
Quando você me beija
No seu movimento
Me perco no tempo
Naquele momento
Tão bom
Vou vivendo e aprendendo
Quando você me abraça
Entro em outro mundo
Parece distante
Mas é um segundo
Então eu mergulho fundo
Se o tempo quiser esperar
Logo logo eu vou te buscar
Para olhar o mae
Não há ninguém melhor pra estar
Quando todos pagarem pra ver
Eu não vou ter dúvidas pra dizer
Pra sempre eu vou amar você
Mesmo agora tão tarde assim
Sei que você roubou uma parte de mim
E o que resta não sabe mentir
Quero ter você de novo aqui
Um só
Juntos seremos um só
Juntos buscaremos uma saída
Juntos perseguiremos nessa vida
Construindo degrau por degrau
Não caindo a descompasso
Buscando sempre ficar um passo a frente
Lamento por ter desistido
Lamento por não aguentar
Lamento por ter te perdido
Hoje percebo o meu erro:
Amei demais quem não devia amar.
Lutei por linhas que não se encontram
Busquei a felicidade no fundo do mar
Descavei amores, enterrei sonhos
Dormi no desencontro
Desejei o impossível
Rezei para o invisivel e recebi o não em troca
Agora sei o que eu perdi
Agora lamento por tudo
Agora percebo que juntos
Nunca seremos um só
Juntos buscaremos uma saída
Juntos perseguiremos nessa vida
Construindo degrau por degrau
Não caindo a descompasso
Buscando sempre ficar um passo a frente
Lamento por ter desistido
Lamento por não aguentar
Lamento por ter te perdido
Hoje percebo o meu erro:
Amei demais quem não devia amar.
Lutei por linhas que não se encontram
Busquei a felicidade no fundo do mar
Descavei amores, enterrei sonhos
Dormi no desencontro
Desejei o impossível
Rezei para o invisivel e recebi o não em troca
Agora sei o que eu perdi
Agora lamento por tudo
Agora percebo que juntos
Nunca seremos um só
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Nada ;)
Não venho do nada. Sou o Nada. O Nada que se faz em Tudo e, portanto, capaz de se desfazer e se refazer. Sou o vento, sou a água e o ar. Sou fêmea, sou macho, sou Terra, sou Vida. Sou gigante, sou anã, sou fechadura e sou imensidão. Sei que sou difícil e simples, sou cor e amplidão. Sou o riso, a lágrima, sou a dança virgem, a dança cigana, sou cobra, sou tigre, sou lebre e sou mar. Sou sua e não sou de ninguém, porque sou minha. Sou eu, sou a solidão, sou a parceria e a confusão. Sou palavra, sou silêncio e neste dois sou a mistura infundada da vida.Sou eu, sou você, sou todos e não sou ninguém, simplesmente, porque sou vento. Sou esfinge, sou pitonisa, sou indecisão, indecifração. Sou o fonema, sou a palavra, sou a ação. Sou carne, sou osso, sou dor, sou emoção. Sou eu, assim, como uma asa de borboleta, que se pegar muito forte se desfaz. Assim como a Vida!
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Tira Ela de Mim
Tira a lembrança que ele deixou
Tira esse vazio que em mim ficou
Esse céu de estrelas que ele me levou, eram só mentiras...
Tira dos meus sonhos a imagem dele,
Tira o desejo de estar com ele,
Apagar da mente, fazer diferente, a gente...
Tira essa garoto do meu coração,
Tira do meu corpo essa sensação,
Beija a minha boca que ele beijou
Chega onde ninguém jamais chegou
Tira essa venda que me cegou
Tira esse golpe que me arrasou
Sempre existe espaço para um novo amor
A felicidade é superior
Tira dos meus sonhos...
Música de: - Alexandre Pires
Tira esse vazio que em mim ficou
Esse céu de estrelas que ele me levou, eram só mentiras...
Tira dos meus sonhos a imagem dele,
Tira o desejo de estar com ele,
Apagar da mente, fazer diferente, a gente...
Tira essa garoto do meu coração,
Tira do meu corpo essa sensação,
Beija a minha boca que ele beijou
Chega onde ninguém jamais chegou
Tira essa venda que me cegou
Tira esse golpe que me arrasou
Sempre existe espaço para um novo amor
A felicidade é superior
Tira dos meus sonhos...
Música de: - Alexandre Pires
Único
Seria bom se nós conseguissemos
colocar de lado e jogar fora tudo,
exceto o que realmente interessa,
mas a realidade é tao cruel
Algumas vezes
Eu vejo você sorrindo
sempre que fecho meus olhos
Até o dia em que eu encontrar o sono eterno
Esse rosto sorridente
terá que ficar comigo sem falhar
Todas as pessoas sao tristes,
entao elas vao embora e se esquecem, mas...
Por aquilo que eu devo amar,
Por aquilo que me dá amor,
Vou fazer o que eu posso
Voltando no tempo,
quando nos conhecemos
Tudo era complicado
Nós tivemos um longo caminho, nao??
Nós nos machucamos, nao??
E nós chegamos ao fim
colocar de lado e jogar fora tudo,
exceto o que realmente interessa,
mas a realidade é tao cruel
Algumas vezes
Eu vejo você sorrindo
sempre que fecho meus olhos
Até o dia em que eu encontrar o sono eterno
Esse rosto sorridente
terá que ficar comigo sem falhar
Todas as pessoas sao tristes,
entao elas vao embora e se esquecem, mas...
Por aquilo que eu devo amar,
Por aquilo que me dá amor,
Vou fazer o que eu posso
Voltando no tempo,
quando nos conhecemos
Tudo era complicado
Nós tivemos um longo caminho, nao??
Nós nos machucamos, nao??
E nós chegamos ao fim
domingo, 11 de janeiro de 2009
Você
Queria tê-lo agora, sem motivo
Queria vê-lo, sem porque
Queria senti-lo, simplismente.
O desejo vai acumulando
A vontade aumenta a cada instante
O tesão já se tornou insuportável
E quando seus olhos encontram os meus
Eu posso ver o que eu mais quero
E vejo o seu desejo também
Não podemos mais fugir
Não podemos mais nos esconder
Vamos nos entregar, nos conhecer
Cada centimetro, cada odor,
Cada toque, cada amor.
Cada prazer insaciável
Venha pra mim, eu não vou fugir
Estou aqui!
Queria vê-lo, sem porque
Queria senti-lo, simplismente.
O desejo vai acumulando
A vontade aumenta a cada instante
O tesão já se tornou insuportável
E quando seus olhos encontram os meus
Eu posso ver o que eu mais quero
E vejo o seu desejo também
Não podemos mais fugir
Não podemos mais nos esconder
Vamos nos entregar, nos conhecer
Cada centimetro, cada odor,
Cada toque, cada amor.
Cada prazer insaciável
Venha pra mim, eu não vou fugir
Estou aqui!
Adeus
Hoje eu acordei e me dei conta de que estava sozinha
Você nao estava ao meu lado, nao dessa vez,
Não mais!
Te amei e foi para sempre,
te perdi mo-de-ra-da-men-te
Agora estou sozinha, outra vez!
Alguém a quem confiar,
Alguém a quem chamar de amigo
Alguém compartilhando momentos comigo
A vida de um só,
A alma de dois amantes
O desejo e a paixão constantes
Hoje eu acordei, me dando conta de que estava sozinha
Você nao voltará, nao dessa vez
Não mais!
Você nao estava ao meu lado, nao dessa vez,
Não mais!
Te amei e foi para sempre,
te perdi mo-de-ra-da-men-te
Agora estou sozinha, outra vez!
Alguém a quem confiar,
Alguém a quem chamar de amigo
Alguém compartilhando momentos comigo
A vida de um só,
A alma de dois amantes
O desejo e a paixão constantes
Hoje eu acordei, me dando conta de que estava sozinha
Você nao voltará, nao dessa vez
Não mais!
Calada Noturna
Quantas noites já passei
Esperando acordar
Teu encanto já quebrei
Pra mais tarde me esgotar
Enquanto eu for
Calando o silêncio
Uma farsa, uma atriz
Encenando por dentro
Não sei aonde ir
Enquanto você se quebra aos poucos
Nem sei como fugir
Portanto espero respostas de novo
Quantas farsas encenei
Desviando o meu olhar
Entre vales vasculhei
Um refugio em teu lugar
Exausta de dor
Banal é o tormento
Esqueça o amor
Exalte o momento
Não sei aonde ir
Enquanto você se quebra aos poucos
Nem sei como fugir
Portanto espero respostas de novo
Esperando acordar
Teu encanto já quebrei
Pra mais tarde me esgotar
Enquanto eu for
Calando o silêncio
Uma farsa, uma atriz
Encenando por dentro
Não sei aonde ir
Enquanto você se quebra aos poucos
Nem sei como fugir
Portanto espero respostas de novo
Quantas farsas encenei
Desviando o meu olhar
Entre vales vasculhei
Um refugio em teu lugar
Exausta de dor
Banal é o tormento
Esqueça o amor
Exalte o momento
Não sei aonde ir
Enquanto você se quebra aos poucos
Nem sei como fugir
Portanto espero respostas de novo
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