terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Ao seu lado

Os lençóis estampavam a marca dos corpos.
Entrelaçadas mãos e pernas adornavam a nova forma.
O quarto era lúgubre.
O cheiro do mofo não deixava que o sexo se apresentasse.
O papel da parede desbotado pelo tempo.
O sol intrépido derretia os amantes.
Nenhuma brisa vinha socorrer as angústias dos momentos.

Sempre na mesma hora – ela aparecia.
Negligentemente ele a esperava...
Nem precisava olhar o relógio, pois o tempo havia parado naquele quarto.
Não falavam seus nomes, nem conversavam.
Poderiam jurar que não sabiam o som de suas vozes.
Como um ballet de surdos-mudos, os amantes conspiravam.

Às vezes, a comida lhes chegava à boca, mas eram raros os momentos que o estômago se regalava.
Já não comiam.
Aquele verão prometia dias infindos.
O calor aumentava, os corpos sucumbiam ao suor.
Emagreciam.

Mãos e pernas continuavam entrelaçadas, criando outra forma.
Ele esperava.
...ela saía...
....o lençol...
....o calor...
...sexo...
...horas...

Um dia, alguém suspeitou tamanho silêncio.
O cheiro azedo do quarto não permitia sonhos de amor.
Entraram...
Perceberam que o jovem mancebo, sem forma, sem cor, sem nome, continuava a olhar para o longe, como a esperar.
Os vestígios de sua amada eram pequenas marcas de batom que se confundiam com as flores vermelhas desbotadas do papel de parede do quarto lúgubre.
Levaram o corpo sem vestes.
Adornaram seu pé com um cartão dependurado...
Um número talvez.

O verão continua insuportável...

Amor meu

Beijos serão dados em bocas seladas que não provaram o beijo do homem amado.
Toques serão como descobertas dos mares bravios antes nunca desvendados.
Gemidos serão ouvidos e o mel a percorrer o corpo, deixados assim, prontos para serem sorvidos.
Sinto você em mim e seus beijos me são tão conhecidos como o seu corpo grudado ao meu.
Seu resfolegar em meu pescoço e suas mãos me deixando do lado avesso.
Sei como me aconchegar em você.
Sei como serão suas mãos na minha cintura a me pegar em mar bravio e me segurar em ti.
Sei como são suas palavras misturadas à sua respiração.
Sei que sou tua e que tu és meu.
Abraçadas num ninho único de nós dois, sei como é o descansar do meu corpo nu em seus braços, sentir o seu cheiro misturado ao meu e uma confiança tão conhecida do que você predestinou para mim.
O medo nunca mais será seu conhecido já que sou a sua espera, o seu sonho, a sua plenitude.
Serei sua mulher por toda esta Vida, assim como já és meu!

Sei que foges de mim, mas foges, porque foges de ti.

domingo, 21 de dezembro de 2008

EU TE AMO

Tem um amigo meu que diz que amor é jogada de marketing, que é tudo ilusão, mas vindo de uma pessoa que nunca amou realmente na vida, a gente releva. E ele assume que não sabe o significado da palavra: amor. Não o amor de homem-mulher, e pensando bem nisso, acho que 10% das pessoas chegam ao final da sua vida tendo tido 1 amor de verdade, os outros 90% apenas gostaram muito, mais amar? Amar não é tao simples. É muito fácil hoje em dia você ouvir alguem dizer que ama fulano e ciclano, o eu te amo se tornou banal demais e isso é ruin. Eu digo que amo muitas pessoas, e amo mesmo, como amigo. Amizade pra mim é o dom mais precioso que existe, muito mais que o amor. Você pode ter o amor da sua vida ao seu lado 50 anos, mas se você não tiver nenhum amigo sequer, voce nao é ninguem, o amor sem amizade é vazio demais, tem que ter complemento, um necessita do outro, se não, não funciona. Não se pode somente amar alguem sem ser amigo dessa pessoa e a partir do momento que se é amigo de alguem, amigo mesmo, pra matar e morrer, se passa a amar essa pessoa mais do que é possivel explicar, ai sim, voce será realizado. Só conhece o amor de verdade quem conhece a amizade. Se não, é impossivel, é relativo demais, incompleto demais. Eu conto nos dedos as pessoas que eu sei que vao estar comigo ate o dia da minha morte, nos dedos de uma só mão, os meus amigos de verdade, a quem eu mataria e morreria, os outros? Os outros sao meus amigos sim, a quem atualmente eu faria loucuras, choraria e mataria ou nao por eles, mas sao amizades momentaneas, que eu sei que daqui a alguns anos por mais momentos bons que possam existir e saudades, elas morrerão e só sobrará a lembrança. Ruin? Não, nada melhor que ter muitos amigos a quem confiar e se divertir, nada melhor que se sentir bem ao lado de quem voce gosta, seja pro que for. Mas se voce pudesse contar pra te salvar de um precipicio, com quantos dos seus amigos voce contaria? Aí o dilema de uma vida inteira, voce é amiga de quem é seu amigo? Ás vezes, e na maioria das vezes, nós damos mais que recebemos e não aceitamos nao recebermos o mesmo nível em troca. Mais isso é fora de alcance, nao podemos obrigar ninguem a gostar mais do que ja gostam de nós, como existem outras pessoas que gostam muito mais de voce do que voce dela e voce nem percebe isso. Mas é o seu limite, nao tem como voce amar mais do que já ama, a pessoa tem de você exatamente o que cativa. Eu posso está errada, afinal eu só tenho 19 anos e ainda tenho muito o que viver, mas pra mim amizade é fundamental, e qualquer tipo dela, a de balada, a de ombro e a principal de todas, a de alma. E atraves dela amamos uma pessoa, ou ao amar alguem nos tornamos amigos, nao importa a ordem, o resultado é o mesmo. Antigamente eu achava que morerria jovem sem amar ninguem realmente, se assim for, pelo menos uma das partes eu ja conquistei, ja amei alguem mais do que eu poderia suportar, e esse amor nao precisa ser homem=mulher, é um amor que dura ate hoje e chega a ser doentio as vezes, mas é raro e único, e a minha certeza é que jamais alguem vai ama-la tanto quanto eu. Disso ela sabe, disso ela tem certeza, e a certeza dela me basta ;)

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

A mais querida ! [2]

A menina mais parece uma mulher, e todos dizem que ela deveria ter nascido homem, pelo seu jeito de falar, de lidar com as coisas mais banais ou sérias, pela forma de ver a vida e de não ligar pro que a sociedade diz que é correto ou não. Por amar de um jeito único, só dela, por ser tão libertina, por viver assim. A menina é amiga de todos, ela sabe transformar a vida de cada individuo que por ela passa sem motivo aparente, ela só precisa ser ela e mais nada e isso sempre basta. A menina ultrapassa barreiras impostas e consegue evoluir no mundo louco em que vive, ela não aceita não como resposta, a menina consegue o que quer, custe o que custar. Isso machuca a menina, decepciona, ela nao tem uma vida iludida e sabe que principes alados em cavalo branco nao existem, ela nao acredita em papel noel e coelho da pascoa, a menina é realista e segue a vida dela vivendo a própria vida, por mais pleonasmo que possa parecer. A menina tem um carisma só dela e ela se diverte dentro de sua própria aura, a menina alegra, diverte, emociona os outros e se sente bem só fazendo isso. A menina por mais sozinha que seja no meio de uma multidao, nao deixa transparecer, a menina nao precisa que sintam pena dela, a menina precisa de paz, de amor, de cuidados, a menina precisa se encontrar de novo e ser feliz sem motivo, pra deixar de ser menina e ser somente mulher.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

A mais querida !

A menina só sonhava com uma vida melhor, uma casa maior, mais comida na mesa e mais dinheiro na carteira. Ela só sonhava com os pais que ela nunca teve, os irmãos que ela nunca teve, o carinho e o respeito que ela sempre pediu. Mas era difícil pra menina, quanto mais ela se importava menos a respeitavam, quanto mais ela se entregava, mais indiferença recebia e ela não entendia porque as pessoas eram assim, porque o mundo era assim. Porque existiam pessoas capazes de fazer mal a outra sem nenhum motivo, apenas como diversão. Ela não entendia porque a mãe dela não a amava, se ela nunca fez nada que desse essa razão, a menina sempre tão bonita, tão dedicada, as vezes se mostrava rancorosa, mal humorada, e as pessoas a quem ela entregava seu amor, achavam que ele era amarga, mas esse era o sabor do seu escudo, da sua defesa pra humanidade que nunca prestou atenção e sempre a tratou como mais uma. A menina encontrava nos braços da rua o afago que sempre pediu o carinho, o riso, o respeito que sempre mereceu, e então a menina começou a viver o maior tempo possível fora de casa, onde ela era feliz em vários momentos, e onde ela não tinha que cruzar com pessoas que não queriam que ela estivesse ali. A menina por mais que se sentisse rejeitada, nunca transpareceu isso para as pessoas que a rejeitavam, sempre se mostrou indiferente o bastante, coisa que irritava mais ainda essas pessoas. Mas a menina sonhava que um dia tudo iria mudar e que essas pessoas que deviam seu amor a ela um dia iam perceber que ela não era mais uma, que ela era única, que ela estava ali por amor a eles. Mas a menina tinha medo que quando isso acontecesse ela já não estivesse no mundo ou que isso nunca acontecesse, a menina se sentia um estorvo e ao mesmo tempo se sentia um troféu. Um troféu que todos eles almejavam porque sabiam que nunca poderiam tê-la. E a menina ficava feliz e dormia tranquilamente, por mais que rios de lágrimas surgissem de seus lindos e brilhantes olhos durante a noite. Rios e rios de lágrimas presos nos sentimentos guardados pela menina, sentimentos esses que ninguém nunca teve contato, sentimentos que a menina tinha receio que soubessem. A menina sempre parecia uma rocha, mas não passava do ser mais sensível que existira e somente os que realmente se importavam com ela sabiam disso e entendiam a sua necessidade. Quanto aos outros ela era uma mera sombra que se esquivava evitando contato físico e psicológico. A menina era feliz, muito feliz apesar de tudo, ela era feliz quando estava sozinha ou quando estava nos braços de quem sonhava com ela.

Amores

" Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta. O amor não é chegado em fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar. Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco. Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina o Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então? Então que ela tem um jeito de sorrir queo deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD”, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome. Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai ligar e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo. Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara? Não pergunte pra mim, você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais.Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor. É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor? Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados! Não funciona assim. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível, honestos, existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó! Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso ;P "


( Arnaldo Jabor )

Amor e seu tempo

Amor é privilégio de maduros
Estendidos na mais estreita cama,
Que se torna a mais larga e mais relvosa,
Roçando, em cada poro, o céu do corpo.

É isto, amor: o ganho não previsto,
O prêmio subterrâneo e coruscante,
Leitura de relâmpago cifrado,
Que, decifrado, nada mais existe

Valendo a pena e o preço do terrestre,
Salvo o minuto de ouro no relógio
Minúsculo, vibrando no crepúsculo.

Amor é o que se aprende no limite,
Depois de se arquivar toda a ciência
Herdada, ouvida. amor começa tarde.$

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Despedida com glamour!


Na tarde de ontem em muitas homenagens e emoção no Maracanã, o Fluminense foi ovacionado por mais de 50 mil tricolores em sua despedida da temporada 2008, ano esse, que para o Flu, bem que poderia ser comparado a um best seller, sem retoques, tamanha a carga de drama, euforia e autenticidade que aconteceram no seu transcorrer, repleto de reviravoltas. O jogo contra o Ipatinga, por exemplo, que a princípio só serviria para ratificar a vaga do Flu na Copa Sul-Americana e para que Washington brigasse pela artilharia do Campeonato Brasileiro, transformou-se num rio de lágrimas: Não que o Flu tivesse deixado a vaga escapar ou que o Coração Valente não tivesse conseguido ser o goleador da competição - na verdade, o Tricolor angariou um e outro. A emoção das arquibancadas deveu-se à despedida do maior ídolo tricolor dos tempos modernos, Thiago Silva, que, de saída para a Europa, fez seu último jogo pelo clube que ama. “Não sei se mereço todas essas homenagens, mas quando escutei a torcida gritando meu nome pela última vez, não resisti”, disse, chorando muito. Thiago Silva diz lamentar não poder ficar toda uma vida no clube de coração (em três anos, jogou 145 partidas). Fazer sua independência financeira para dar um futuro digno à sua família é visto como prioridade neste momento. “Mas volto para encerrar a minha carreira aqui”, prometeu. Eu o aguardo com saudades, Monstro!
Considerado pela mídia um dos favoritos ao título brasileiro antes do início da competição, o Fluminense, por razões que poderiam ser listadas, jamais esteve perto de brigar pela taça. A décima-quarta colocação, posição que, devido à conquista do Internacional no meio de semana, lhe dá a última vaga para a Copa Sul-Americana do próximo ano, é um alento para a torcida tricolor, que esteve perto de tocar o céu nesta temporada. Na frieza dos números, foram apenas 45 pontos em 114 possíveis, com econômicas 11 vitórias em 38 jogos. Houve ainda 12 empates. Apesar da campanha ruim, o Tricolor, em parte graças à sua grande defesa que não sofreu uma única goleada em todo o campeonato (a maior derrota foi por dois gols de diferença), ainda terminou com saldo positivo: foram 49 gols a favor e 48 contra. Sabe-se, porém, que o Tricolor andou escalando jogadores de base nas nove primeiras rodadas, período em que priorizou a disputa da Libertadores. Após a sua perda, o time mergulhou num buraco negro, parecendo sem forças para reagir.
René Simões, tal qual um messias, operou o milagre da transformação e, com um aproveitamento de 60% (cinco vitórias e três empates em dez jogos), recolocou o clube nos eixos, ainda a tempo de salvá-lo do pior e de classificá-lo a nova competição internacional (à exceção de 2007, quando conquistou a Copa do Brasil, entre Copas Libertadores e Sul-Americana, o Flu vem, desde 2005, disputando campeonatos internacionais). Mais do que gratidão, renovar o contrato de René Simões, por sua comprovada competência, passou a ser obrigação. Vejam como a vida é engraçada: na madrugada de 3 de julho, logo após a decisão por pênaltis entre Flu e LDU (EQU), rubro-negros e cruzmaltinos, com certa dose de exagero e até de maldade, comemoravam o destino cruel do Tricolor na Libertadores. Apenas cinco meses depois, agora são ambas as torcidas que choram, ainda que por motivos distintos: o Fla por ter deixado escapar a vaga pra Libertadores mais ganha dos últimos anos (só perde para a do próprio Flu de 2005); e o Vasco, pior (aliás, muito pior), por ter sido rebaixado à Segunda Divisão do futebol brasileiro.

É, a vida tem dessas coisas…
ps1: “O que começa com Fla e termina com Flu? A zona de classificação para a Copa Sul-Americana”
ps2: E o Renato, hein? O raio caiu duas vezes no mesmo lugar…

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Da utilidade e do inconveniente da história para a vida.

História, civilização, cultura: três conceitos ligados ao passado; três realidades que se reportam a uma herança secular e milenar, sempre, portanto, remontando ao que foi dos que já viveram. E o presente teria de se espelhar nessas realidades, reviver o que já passou? Com o olhar voltado aos séculos e milênios que nos precederam, passar o tempo presente contemplado os monumentos deixados, as antiguidades perpetuadas, os mitos que foram criados, as guerras que devastaram, os conflitos que se sucederam, as religiões que se digladiaram, os erros - sempre mais marcantes que os acertos - cometidos, acumulados e repetidos que se transformaram em exemplos e modelos de ação da humanidade, isso tudo é história? Isso é representativo de uma civilização? Esses são os elementos que constituem o acervo de uma cultura? Segundo Nietzsche, isso é doença, é uma típica doença histórica. A medida que o presente propõe esses modelos chamados históricos, imita. Ao imitar, reproduz. Ao reproduzir, não cria. Idolatra a história, a civilização, a cultura, trio terminológico que tem cheiro de passado, somente de passado. Esta doença histórica do homem moderno. A cura? Reside na exigência de criar novos valores, de viver presente pelo presente, de projetar o futuro, de recriar o devir do homem...

Amores expressos.

Estar com os amigos é melhor que qualquer coisa, voce nao precisa de uma festa badalada, de um bar cheio ou de milhares de pessoas ao redor, basta eles e pronto. Num lugar calmo, sem agitação, onde só a companhia de cada um vale muito, os risos, as gargalhadas estridentes, as zoações que não acabam nunca, as discussões, tudo é perfeito na companhia deles. Não se tem vontade de estar em nenhum outro lugar com nenhuma outra pessoa e quando acaba voce lamenta nao poder ter ficado mais, porque sabe que no dia seguinte nao vai ve-los de novo, e que vai demorar ainda uma semana ou mais pra voce se sentir uma criança novamente. E fica olhando pra fora da janela do carro no caminho de volta pra casa, escutando alguma musica que te faça lembrar deles, mas todas as musicas de certa forma lembram algum momento com eles. E voce deseja mais do que nunca morar com eles. Abraça-los, beija-los todos os dias. Mais esse desejo ainda nao é possivel e talvez quando se tornar acessivel já seja tarde demais, porque voce é sustentado pelos seus pais e mora numa cidade diferente da deles [dos seus amigos] e por isso nao pode estar sempre que quiser na companhia deles. Como uma cidade, que nao a sua, pode ser tao importante? Onde estão seus melhores e maiores amigos, os seus verdadeiros amores, as suas primeiras paixões, as suas irmãs de coração, os seus momentos mais divertidos e alegres vêm de lugar onde voce nunca morou, mas é tao importante como se voce nunca tivesse saido de lá. Como se voce pertencesse a cada rua, a cada angulo, e de certa forma pertence, na memória de cada momento com eles. Entao o que te resta é sentir saudades durante dias, semanas e até meses, até que esse encontro aconteça de novo e voce possa desfrutar como se cada vez fosse a ultima ;)

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Tesão !

Seja aqui ou em marte
esteja vivo ou só em pensamento
o meu desejo por você não diminuirá
amar-te é mais que suportar a dor da saudade
é não agüentar mais, é tê-lo sem senti-lo
é querer o tempo todo está ao seu lado
seus lábios, sua pele, seu suor
tudo que me faz ir ao êxtase no mais
profundo gozo... Realizando meus desejos
ti ter, nem que por uma fração mínima do tempo
ti ter para não esquecer.
o poder da sedução.
nossos corpos entrelaçados
num suor mútuo e intenso
nossas pernas, nossos sonhos.

Pois é ;)

O mundo perde seu controle, deixa de ser humano e fica cada vez mais egoísta, cada vez mais se importando com a vida política e social dos mais bens qualificados. Crianças carentes, pessoas de pouca renda cada dia sofrem mais, passam fome, são discriminados pela sociedade, que sente vergonha de as terem como forma de má organização do governo, onde mais da metade da população está abaixo da linha de miséria. Onde pessoas matam, roubam, são inescrupulosas, tudo por nada, onde o mínimo se torna o máximo. Onde se importar com o próximo, com a opinião alheia são dons de pouquíssimos, o que vale é a seleção natural, o mais apto aos hábitos do ambiente é que sobrevive, o mais esperto, diríamos, enquanto os mais “burros” ou os mais honestos vão ficando para trás. Num mundo onde bondade, honestidade é visto como forma de inferioridade, as pessoas olham e falam: Que idiota!

Eu sou minha, minha e de mais ninguém!

Na minha vida eu sempre tentei disser pros outros tudo que me incomodava. Sempre disposta a dar sem esperar algo em troca. Fazer pelos outros o que talvez não fariam por mim. Me sacrificar por algo que eu acredito ou acho verdadeiro. Fugir dos problemas, se eles, não forem necessários.
Sempre tive meus princípios, aos quais eu sempre respeitei e nunca passei por cima deles, sempre acreditei que me espelhar neles me faz ser melhor do que muita pessoa. Não digo superior, porque acredito que ninguém é superior a ninguém, apenas existem pessoas indignas de receberem qualquer qualificação.
Dos erros que cometi, a maioria acredito que foi acertos, porque com eles eu aprendi a nunca mais cometê-los novamente, seja algo ligado à família, a escola, amigos ou namorados. Lições que se leva para a vida toda.
Nunca liguei pra opinião alheia, quem me conhece sabe bem disso. Não me importa o que acham de mim, de como eu me visto, falo, ando ou me comporto, o que me importa é a opinião verdadeira daquelas pessoas que eu considero o suficiente para dar alguma opinião. E é claro a minha! Que o mais importante J .
Amigas? Eu tenho várias e poe várias nisso. Amigas de balada, de estudo, de segredo, de viajem, de vida. Mas sempre tem as mais importantes.
Aquelas que não se sabem como nem onde e nem porque entraram em minha vida para nunca mais sair: Carol, a primeira de todas, a número 1, a quem eu aturo ou quem me atura há exatamente 13 anos, a que eu mais brigo, discuto e sinto falta, a que eu mais xingo e implico e amo, a que sempre será fundamental na minha vida, a que com certeza vai me ver casando e será madrinha dos meus filhos.
Amanda, a porra louca mais odiada por todos que não a conhecem, a chata e a escandalosa mor, sem ela não tem igual, a insubstituível, a que faria qualquer coisa por mim ou por quem ela considera amiga de verdade, a rodeada de homens e mulheres, a mais extrovertida, a mais doida, a que topa qualquer parada sempre, não importa dia, hora ou lugar. A mas AMIGA, com certeza a mais perfeita mesmo com os maiores erros.
Clara, a mais gata, a mais galinha, a mais admirada, rodeada, a mais sem noção de todas as formas possíveis, a mais “cheia de amigos”, a mais carente, a mais forte, a mais determinada, sem dúvida. Aquela que se preocupa ao excesso, aquela que não importa como ou onde, você pode contar com ela a qualquer hora, aquela que você briga, discute, mas que beija e agarra 5 min depois, aquela que é a mais pela de todas, aquela que você necessitar ver, ouvir, ficar ao lado, mesmo que seja pra comer brigadeiro e ver altas horas num sábado a noite.
Patty, a mais cara-de-pau, a mais autentica, a mais “to nem ai”, a mais menina, a mais criança, a mais mulher, a mais humana. Aquela que você se preocupa 24h por dia, aquela que mesmo que pareça que deu um tempo quando você menos esperar volta com tudo, a mais amiga, a mais escandalosa possível, a que você sente necessidade de cuidar, de saber como ela está passando, se sentindo, pensando! A que a cada susto que ela dá você morre por dentro, aquela pela qual você se descabela, chora, aquela que é impossível amar mais do que eu já amo, por ser a que eu mais amo. Aquela que me fez sentir o maior medo desse mundo, um medo diferente de qualquer outro medo, um medo não substantivo, um medo de perda, de nunca mais existir, o medo do “pra sempre” realmente acabar. Aquela doidinha insubstituível, aquela pela qual você anseia, sente falta, aquela pela qual é impossível não se preocupar, falar, amar. Entre outras, existe varias, pelas quais eu me sacrificaria, pela quais eu amo incondicionalmente.
Lua: a mais brilhante, a mais coerente, a mais LINDA, a mais iluminada, a mais perfeita em todas as formas possíveis de perfeição, a que se preocupa 24h com você, a que chora, sente saudade, se diverte tudo na medida exata. A que não tem igual, a que TODOS amam, idolatram e a querem por perto.
Iza, Mari, Mine, Juliana, Alice, Thaís, entre milhares de outras que eu posso contar, ligar, contar meus problemas, fofocar, encher a cara, dançar até o chão, pegar vários, me diverti ao excesso, sai nos finais de semana ou viaja junto. Aquelas que são as mais animadas, que odeiam monotonia, que adoram zuaçao, as que eu saio direto e posso contar para quando me sentir sozinha, para quando me sentir completa. As mais tranqüilas, as menos frescas possíveis, as mais fofas e alegres, as mais mais.
A minha vida se baseia nisso, em amigos, festas, estudo, zoaçao, responsabilidade, juízo, amor, amizade. Em me diverti ao maximo sempre que o possível, em não ligar pros outros e sim pra mim mesma, em nunca me afastar dos meus amigos de um jeito que seja pra sempre, em fazer novos amigos sempre, em ser responsável nas coisas que eu faço, em lutar pelo o que eu quero e acredito, em ser louca, retardada, doida, maluca, metida, ignorante, em ser EU,e mas nada.

Carpe Diem

Sejamos francos, a vida é cheia de surpresas, a maioria ruim ou inesperada.
Nunca estamos preparados para o que vai acontecer. E é ai que temos que escolher entre o que sempre aprendemos, ou seja, o que nossos pais a vida toda nos ensinou, ou entre o que a gente aprendeu com a vida, ou pela influência posta sobre ela. Às vezes cometemos erros dos quais queremos voltar atrás. Mas será que são erros mesmos? Quem foi que inventou o certo ou o errado? Quem sabe o que é certo ou errado realmente? Nós cometemos erros por achar que o que fizemos não foi o mais certo ou mais correto. Alguns erros são bons, são feitos para ajudar alguém ou a si próprio, alguns são feitos propositais e a gente sempre acaba recebendo em dobro. Dizem que nós mulheres somos complicadas, mas nós entendemos muito melhor e muito mais rápido as coisas, e sabemos lidar com os problemas melhor do que os homens, simplesmente por sermos mais fortes emocionalmente. Apesar de eles, os homens, não demonstrarem tanto, não chorarem, não se descabelarem, eles ficam muito mais arrasados do que nós que fazemos tudo isso junto.

Amigos, namorados, parentes te pedem coisas que você jamais imaginaria, e você não sabe se deve fazer ou não. Deve-se passar por cima de seus princípios básicos, princípios esses que se você não os estiver de inicio, pelo menos como forma de comparação, você me desculpe está realmente perdido. Se você possui esses princípios tente segui-los ao máximo, se espelhe neles para tudo o que aconteça, se você vacilar uma vez tudo bem, você irá aprender com o erro. Mas se perceber que não foi um vacilo, então mude esses princípios, eles não valerão tão a pena.
Mude sua cabeça, mesmo que por alguns segundos, você não precisa mudar suas atitudes, seria melhor se mudasse, mas o simples fato de ouvir o que outra pessoa tem a dizer e respeitar as ações e opiniões dela, mesmo que contrárias as suas, já fazem de você uma pessoa diferente da que você era.
Viva! Se divirta ao máximo, sem se preocupar tanto com o dia de amanha
Afinal só será amanha mesmo não é? Viva o seu presente aproveitando ao máximo
da maneira que melhor lhe convier e nunca se arrependa do que foi feito, se arrependa talvez do que você não fez, pra no dia de amanha poder fazer a coisa certa. Pule, cante, beije, dance, faça o que der na cabeça, com quem quiser a onde quiser e seja feliz acima de tudo! Preocupação? Eu deixo isso para os outros.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Reflexões paralelas sobre o cotidiano.

Parada, prendendo a respiração, apenas um minuto se passa e parece que se passou toda eternidade, me vêm à cabeça imagens de quando eu era criança, da bananeira do vizinho, do muro alto da escola, do meu primeiro cavalo, de tudo! Eu abro os olhos: 1 minuto e 23 segundos. - É, acho que podia ter feito melhor! - E continuo tentando ate bater meu recorde de 5 minutos embaixo d’água. Na superfície as coisas são muito diferentes, tem algo a se enfrentar, situações embaraçosas e o medo alheio que esmaga a espinha dorsal, como se um caminhão o tivesse atropelado.
Medo de não ser bom o bastante pra sociedade ou pros princípios dados pelos seus pais, medo de fazer algo novo e gostar, medo do garoto que não para de te olhar e se diz apaixonado, medo do antigo, medo do que irá acontecer. Às vezes paramos de viver, porque temos medo de seguir em frente e não dá certo, outras vezes ignoramos isso e fazemos nossas próprias regras, ambas as decisões te ferram no final. Quando se é criança, não se tem medo de nada, tudo é algo a ser explorado: o bicho nojento e úmido do quintal, o tio velho e gordo que você nunca conheceu, a menina linda de vestido rosa da casa ao lado, cachorros sardentos, muros e ruas mundo adentro. Quando se é criança se tem o mundo nas mãos, pode se fazer o que quiser, pode fingir uma louca aventura, pode se explorar sem medo de não dar certo, porque quando se é criança as coisas acontecem conforme a música. E é nessa fase da vida que se começa a traçar o futuro, seja com aulas de balé que te façam uma bailarina, seja com aulas de judô, que te transforme numa bela judoca, seja com aulas de teatro ou de moda, seja somente brincando e não fazendo nenhuma atividade dita como esporte, seja apenas jogando futebol. Está certo que 50% dessas escolhas são definidas pelos seus pais e está certo também que elas têm metade das chances de dar certo.
Levanto, me enxugo e caminho em direção a minha casa, uma bela casa de tijolos cor-de-rosa, gerânios na janela, pombas no telhado, linda e tão pura que parece que trás paz pra todos que nela habitam. Mas a pessoas, a maioria delas, não conseguem ver a beleza de uma casa assim se, não dissermos a quão valiosa ela é, aí depois do preço dito, elas exclamam: Que beleza! -É, tenho que me acostumar com o lado material das coisas, mesmo que não aprove, é que às vezes é prazeroso trabalhar em algo que se despreze. O relógio bate 16h45min, duas horas dentro d’água e não consegui bater o antigo recorde, dizem que o máximo que um ser humano agüenta embaixo d’água é 8 minutos, se for assim ainda me restam três. Realmente me sinto melhor de baixo d’água, parece que eu não tenho pra que correr ou porque fazer isso, o mundo é meu, eu faço minhas regras e meu tempo, e quando estou lá absorta em pensamentos é como se o tempo parasse pra mim e voltasse quando sentisse minha respiração. Quando penso na morte, penso na quão dolorosa ela pode ser, e me imagino morrendo afogada, onde meu mundo desabaria e a água se tornaria a vilã e eu uma simples matéria se decompondo no esquecimento do tempo.
Minha mãe sempre me diz pra eu não desistir dos meus sonhos, é pode ser! Às vezes eu me pego parada vendo National Geography, onde a vida da girafa ou da formiga de vez em quando é bem interessante, é incrível como seres minúsculos têm uma rotina e vivem em união em quanto os seres humanos mal conseguem fazer um trabalho em dupla que já discordam e querem ser melhores do que o outro. É incrível a capacidade de alguém desmatar árvore pra enriquecer a custo delas, e mais incrível ainda quando utilizam de crianças menores pro mesmo feito. A humanidade evoluiu, mas a raça humana parece que regride cada vez mais. Óbvio que fizemos vários feitos e conseguimos várias modificações necessárias hoje em dia, mas o caráter humano regride conforme avança as gerações. É ignorar o que não se pode ignorar, é mandar um foda-se pro mundo onde se vive e viver numa bolha, onde o que importa é você e ninguém mais. Como ignorar uma criança que morre de fome na Somália? Ou então o tetraplégico que sofreu um acidente de carro, onde a culpa foi de alguém que esta andando e falando perfeitamente. Como ignorar o mundo e a sociedade onde se vive? É como ignorar a si próprio, é usar uma venda no lugar dos olhos, é ser cego pra tudo que acontece, é não ter caráter e ser totalmente egoísta.
E o filme da minha infância passa de novo na minha cabeça quando estou dormindo: meu primeiro dia de aula, meu primeiro beijo, minha primeira nota vermelha, minha formatura, minhas bonecas e meu cachorro poodle que atendia como o nome de lili. E desejo fortemente voltar a ser criança, voltar a reclamar de coisas sem importância e ser inocente pros problemas de adulto. – É conversa de adulto! – mas se ser adulto é desse jeito, então eu nunca mais quero crescer. Prefiro permanecer um bebê de berço pra sempre, onde a única coisa chata será meu choro de madrugada e minha única preocupação será em tomar leite assim que tiver fome. Um dia caminhando pela praia, uma cigana me parou e pediu para ler minha mão, por mais que eu não acredite nessas coisas eu deixei e ela me disse que meu futuro era incerto, que tudo dependia das minhas escolhas. É ela tava certa, se eu fracasso a culpa é minha e de mais ninguém, mas às vezes é repugnante pensar que vivemos onde vivemos, onde as pessoas fora da minha casa agem e falam de um jeito que da mais raiva ainda de ser parte desse mundo e, o que me resta a fazer é me isolar e viver dentro da minha bolha. Mas como? Como ignorar o mundo lá fora? É tudo tão complicado e tão estranho, que me canso só de pensar. Eu acredito sim que cada um vem pro mundo com uma missão, mas acredito mais ainda que a pessoa que decide qual missão será essa e quando ela deve terminar. A minha missão era talvez fazer meus pais voltarem pra casa juntos e ela já foi realizada, a outra seria tornar minha irmã uma modelo internacional, insentivando-a o tempo todo a emagrecer e fazer exercícios físicos para ficar tão linda quanto é agora. Ou talvez enterrar minha cachorra lili depois de anos de felicidade, ou talvez quem saiba deixar de herança pros meus amigos as fotos e momentos perfeito que vivemos, muitos maiores que momentos de tempestades, não menos importantes. Mas também acho que se não estou satisfeita com alguma coisa devo ser eu e mais ninguém a mudá-la.
O sol está se pondo, 10 minutos se passam e eu permaneço embaixo d’água, um filme da minha vida se passa na minha cabeça e um longo sorriso se abre no meu rosto, refletindo talvez a felicidade instantânea que sempre procurei ou simplesmente a felicidade de relembrar momentos tão mágicos. 10 minutos e o sol vai cobrindo toda a piscina, me cobrindo, cobrindo meu mundo e meus sonhos, fechando pra todo sempre a minha bolha onde habitei por tanto tempo. Foram necessários 10 minutos e nada mais. Fecho meus olhos e ali permaneço parada, a água e eu juntas como se fossemos uma só, 10 minutos e o silêncio eterno!

Ser ou nao ser?

Como é possivel alguem mudar completamente de principios de um ano pro outro? Será que as experiências vividas por ela nesse tempo faz com que mude suas atitudes e ideologias? Será que alguém é capaz de mudar o carater de outro alguem? Será que não é preciso nada pra essa mudança acontecer, simplesmente se percebe que nem tudo é como se imaginava e que ela pode ser bem melhor do que é ou ja foi? Tenho minhas dúvidas, a respeito disso e a respeito de muitas outras coisas, penso tanto e ao mesmo tempo nao penso nada, pensar é muito desgastante. A sociedade diz que a educaçao faz o individuo, discordo, o individuo se faz sozinho de acordo com seus sonhos, sua posiçao perante a algo ou alguém e principalmente as experiencias vividas com as pessoas que passaram em sua vida, cada uma, seja quem for foi importante de alguma forma, para o bem ou para mal, ninguem é totalmente insignificante a ponto de passar despercebido. Todo tipo de sentimento é válido. Eu diria agora como protagonista da estória que eu mudei muito com o passar do tempo, mudei diversas vezes, inumeras eu diria e drasticamente, mas nunca, nunca mudei o meu modo de amar o outro e talvez isso seja o mais especial em mim, posso mudar de opiniao, de conceitos e até de principios dependendo do que me ocorra, mas duvido que um dia eu mudarei a forma de amar alguem, de me entregar totalmente, seja em uma relaçao de amor ou amizade. Algumas pessoas dizem que admiram o meu modo de ser, de me comportar diante de algumas situaçoes e de algumas pessoas. Concordo, mas nao é tao facil quanto parece, acho que nada é tao facil quanto parece, quando nao temos conhecimento sobre tao coisa ou assunto, ignora-la é o mais correto, chega a ser banal, mas quando temos esse conhecimento nos tornamos responsaveis sobre ela, e o nao ato disso nos torna negligentes.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Você realmente sabe se conhece alguém de verdade? Tem como saber se conhecemos alguém como ela é realmente? Nós nos conhecemos realmente ou as vezes temos dúvidas a respeito de quem realmente somos? [ta eu repeti a palavra "realmente" muitas vezes]. Será que é possível? Você conhece alguém, começam a sair juntos, se apaixonam e de repente essa pessoa muda, e você vê nela os piores defeitos e não consegue seguir adiante. Eu acho que só deveríamos nos entregar a alguém com amor e alma quando realmente conhecemos essa pessoa, os defeitos mais obscuros e as qualidades que mais ninguém vê e assim depois disso dizer que ama essa pessoa, não devemos e não podemos amar aquele não conhecemos ou simplesmente estaríamos amando uma ilusão, isso serve pra qualquer tipo de relação, seja de amor, de amizade, entre família, entre estranhos. Por isso o amor verdadeiro é raro, porque quase ninguém conhece realmente o seu parceiro, nem sempre sabemos com quem deitamos todos os dias. O amor verdadeiro, aquele que supera até a morte, esse sim, vale a pena lutar por toda e além da vida, porque é o encontro perfeitos das almas, onde nada pode ser escondido, duvidado, onde ninguém te conheça melhor, esse sim é o amor que vale a pena sempre, seja uma melhor amiga, seja um namorado. Porque se nós amamos a nós mesmo em primeiro lugar jamais poderíamos fazer qualquer ato de grandeza por essa pessoa não é mesma? Não importa que seja seu pai ou sua mãe, e não importa se essa pessoa te ama mais ou menos, deveríamos amar sem troca, sem motivo, simplesmente amar e pronto. Deveríamos seguir o nosso coração sempre, não importando se a razão consiste ou não com ele, porque temos apenas uma vida pra viver e sentir tudo aquilo que podemos e queremos. Eu prefiro sentir o gosto de uma boca amada, tocá-la, amá-la, uma única vez a viver a eternidade sem isso.

sábado, 8 de novembro de 2008

Me aconselharam para que eu escrevesse aqui sobre o que ta me acontecendo, a tempos que eu não faço mais desse blog algo pessoal, prefiro falar sobre o aleio ou por poesias minhas mesmo, enfim, to em época de vestibular, aquela epoca chata que voce abre mao de fins de semana com amigos, e a epoca onde surgem as melhores festas e viagens que nao surgiriam se voce nao estivesse em epoca de vestibular. Lei de murphy ne? A epoca em que voce tem que estudar duro pra passar na sua tao sonhada faculdade, pois é, mas eu nao faço nada disso, nem estudo duro, nem sonho com alguma faculdade em especial e nem abro maos dos meus fins de semana. Na verdade faz um pouco mais de 1 mes que eu nao compareço as aulas do meu curso, nao recomendo isso pra ninguem, isso só me prejudica, afinal eu ja paguei as inscriçoes e dinheiro nao chove e nem é colhido no quintal. Querendo ou nao, sabendo ou nao eu vou ter que fazer, a minha sorte ou talvez minha pretensão é que eu sou bastante inteligente e entao nao preciso realmente me dedicar aos estudos pra passar, mas como eu to de mal a pior e nem pego num livro, a situaçao é precária. Ainda mais quando se trata de matemática, que o meu carma na vida. Enfim, a primeira prova é amanha e nao é especifica porem é toda discursiva, agora nao da mais tempo, é relaxar e esperar o resultado. Nao vou virar o Eistein do dia pra noite [podia ne?] mas nem estou nervosa e talvez isso seja ainda pior, estou simplesmente ignorando o fato como se fosse mais uma prova de fim de trimestre [eu nunca fiz escola trimestral, enfim] a partir de semana que vem eu realmente vou me dedicar ou pelo menos é o que eu pretendo que aconteça e espero que eu realmente o faça, bom, to atrasada pra ver 007 nos cinemas, estreou ontem e as chances de conseguir ingressos pra proxima sessao é rara.

:)

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O fruto do vosso ventre.

Deixe que penetre em tua nave a aliviar-me da culpa do ser e sinta crescer em minha alma o que promete o alívio. Mais que a purificação da própria idéia de pecado, quero o dilúvio inexorável de minha pessoa pecadora, tecendo a teia de outra aléia. Quero adentrando em teus pórticos, viver a benção de teus santos, sofrer o ritmo de teus maiores, andar entre cantos e incensos e possivelmente, nua, despida e mítica, ser prostada em teu altar, adoravelmente miserável e arrependida, exausta e exangue, ser de novo acolhida, filha pródiga banqueteada com tua carne e com teu sangue. Então, ladeada de olhares penitentes, ser reticente com minha insistência no persistir em ver e olhar o confessionário como templo mais que sacro, a mim confessando a palavra proibida, a que aprás ser pecadora, e me assistir, a cada tempo, solitária e vária, para sempre fraca, tímida semente do semeador, maltratada e maltratando na terra que lavra a vida, gozando a vertigem de estar perdoada para nova semeadura. Pois o bastão que me fincou nesta agricultura também permite que outra verdade reprovável deite no colo da Virgem.

A deusa aprisionada !

Que se entreabam os lábios, góticos,
Devorando com a totalidade apreendida,
A impetuosa fúria então oferecida
Pela metonímia de desejos ópticos.
E os seios lindos, qual mármore esculpido,
Decifrem a vontade de lamber a pedra,
E as rachaduras de impérios em queda
Renasçam nos dedos dos pés do corpo erguido.
Que a visão e a palavra que a reveste
Se assombrem do muito pertencer;
Se o olhar faz o sentido se acender,
A palavra sabe reogarnizar a peste.
Que de tanto olhar-te assim, petrificado,
Lamento o tesão, energia subalterna,
Avalisado e dependente da expressão externa,
Traduzido na rima que o enquadra.
Mas se a visão for (também) uma outra lei?
O aleatório terá talvez seu ritmo,
E fugirei, pra ti sem ser legítimo,
Com tudo o que eu sou e o que eu não sei.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

PRA VOCÊ ELEITOR !

Pobre Juscelino, não sabia que Brasilia se transformaria na Ilha de Circe, a maga que transforma homens em porcos. Para constatar isso, basta ver que 90% dos candidatos não têm outro ideário além daquele que vai para o seu bolso. Observem como eles se comportam antes, durante e depois. O processo teratológico é visibilissimo.
Numa sociedade multimutilada como a nossa - onde quem está em cima esqueceu-se ou nunca soube o que é honra e quem está embaixo gasta todas as energias para sobreviver - convém pensar antes de votar. Para algumas gerações pode ser a última vez.
Alguns conselhos práticos: não vote em alguém cuja familia está no poder há décadas; nem em quem gastar na sua campanha mais do que ganhará em salários durante o mandato; nem em quem, na vida privada, só pensou em si. Não vote em quem lhe disser que está dando um voto a Deus; nem em quem oferecer dinheiro ou quem lhe pedir dinheiro. Um candidato (cândido = sem mácula) deve ser honesto, íntegro, confiável e leal, e seu caráter, a junção dessas qualidades. Um homem honrado defenderá sua honra até a morte, pois transformou-se na honra. O sujeito é o predicado!
Honestidade de conduta significa obedecer as leis de interesse geral e lutar contra as que beneficiam apenas poucos. Lembre-se porém, que nem toda mentira é inimiga da ética. Mas as justificavéis são raras. Ganhar 50 mil mensais para representar homens e mulheres que recebem salário-mínimo é injustificavel, embora legal. O que não é justificavel nem legal é ter caixa 2 num país onde milhares de crianças se prostituem por 2 reais. A palavra integridade vem do latim integer e que dizer uno, completo. Seu candidato não deve ter duas caras e deve agir de acordo com seus ideais e não através de expedientes. Sua vida pessoal deve ser pública; ele deve parecer íntegro. Para não se fraturar interiormente, deve refletir muito e assim evitar eventos do dia-a-dia determinem o curso de sua vida moral. O homem íntegro se veste com a própria alma. Às vezes só se pode prometer sangue, suor e lágrimas.
Certas alianças - marido-mulher, patrão-empregado, cidadão-país, presidente-ministro - criam uma expectativa de devoção que está longe de ser inteiramente moral. Essas alianças tornam-se imorais quando pedem os sacrificios de principios éticos. Não se pode ser tolerante com os intolerantes, nem leal a quem nos pede deslealdade. Michael Josephson, que acredita na possibilidade de humanizar o capitalismo, diz em seu livro Making ethical decisious, que, se apenas você habitasse o universo, não haveria necessidade de ética ( isso que Lula tem mais que qualquer outro brasileiro), mas já que isso não ocorre, seu candidato tem de se preocupar com o bem-estar dos demais, pois um dos componentes da ética é o altruísmo. Não confundir com caridade, que é deduzível do imposto de renda.


PS: Será que algum candidato leria isso no congresso? duvido

domingo, 14 de setembro de 2008

AS GOTAS AZUIS DA ANGÚSTIA

Nunca houvera nada de anormal com ele. Era um rapaz como todos os outros. E, na escola, onde o caso começou, era um aluno estudioso, raramente ticava em recuperação nos finais dos bimestres. Ninguém poderia supor que aquilo lhe acontecesse.
Tudo começara num dia em que, na escola, houvera prova de matemática. Já havia terminado a prova quando uma menina, uma bela adolescente por quem tinha especial interesse, sussurrou-lhe pedindo que escrevesse-lhe num pedaço de papel as respostas do teste e lhe passasse quando o professor não estivesse olhando. Ele prontamente pôs-se a executar a tarefa, pois jamais perderia chance de ajudar aquela menina com a qual sonhava constantemente. No entanto, quando já estava terminando de redigir a “cola”, notou que o professor o observava e apavorou-se. Tentou disfarçar, fingindo que refazia os cálculos, porem notava que o professor não lhe tirava os olhos. A menina, há esse tempo, já insistia pela demora das respostas. E ele, não querendo decepcioná-la, não sabia o que fazer. Não poderia passar o papel com as soluções da prova sem que o professor não o visse. Sabia que seus sentimentos para com a menina talvez não fossem correspondidos, mas seus sonhos de adolescente incentivavam-lhe a agir como cavaleiro sentimentalóide. Assim sendo, perante a situação em que se encontrava, começou a desesperar-se ligeiramente. Foi quando notou que a tinta azul da caneta que estava usando era por demais forte, a ponto de atravessar as folhas que escrevera e reproduzir-se na carteira. Assim, toda a redação da prova e da “cola” haviam ficado escritas, em tinta legível, na carteira. E uma coisa que ele também notou foi que tudo que fora escrito com aquela caneta tomava um brilho fora do normal, como que iluminado por tochas, o que possibilitava que a “cola” sobre sua carteira fosse lida por qualquer um que estivesse ate mesmo do outro extremo da sala. E isso resolveria seu problema. E, aliviado com essa solução, nem atinou no que havia de fantástico no caso. Entregaria a “cola” juntamente com a prova ao professor, como se primeira fosse um rascunho de cálculos da ultima. E quanto a menina ao seu lado, esta poderia obter as respostas do teste olhando para as letras brilhantes em sua carteira. E, mesmo se o professor percebesse o fato, não poderia culpá-lo, pois alias ele não tinha realmente culpa de sua caneta ser anormal.
Com o pensamento arrumado dessa maneira, ele levantou-se e caminhou para a mesa do professor, levando consigo a prova e a cola. A menina, quando o viu erguer-se, sussurrou-lhe mais uma vez. Ao que ele, sorrindo, mostrou-lhe, com os olhos, sua carteira. Ela não entendeu, mas ele seguiu seu caminho confiante. Foi quando notou que a folha de sua prova, por demais carregada com a tinta anormal de sua caneta, derramava gotas azuis pelo caminho. Eram gotas grossas, que pegavam fogo pouco antes de chocarem com o assoalho. Ele assustou-se, e sem saber o que fazer, tentava esconder as gotas da vista dos colegas. “È ridículo” pensou “ as letras e os números da prova devem estar se derretendo, a prova vai borrar-se toda”. E ele alucinou-se. E começou a fazer uma serie de malabarismos, ponde-se ora a frente, ora atrás da prova, tentando ate esconder a prova dentro da camisa, o que despertou a atenção do professor que exclamou assustado:
- Ficou maluco!
Ele confuso, desajeitado, não soube o que responder. E colocou a prova rapidamente sobre a mesa do professor.
- Desculpe de estar tudo borrado_disse ele_, mas a caneta... _ continuou nervoso.
O professor apanhou a prova sobre a mesa, olha-a toda e cautelosamente e com a expressão de duvida, replicou:
- Mas não há nada borrado.
Nosso rapaz, no entanto, mirava nervosamente as mãos que pelo contato com a prova haviam ficado inundadas de tinta azul. E, quando o professor lhe dirigiu novamente a palavra, ele limitou-se a mostrar-lhe as mãos e a dizer:
- Foi a caneta... é...estourou!....e eu me sujei todo...
E o professor, olhando-lhe para as mãos, as quais traziam-se limpas, sem nenhum traço de tinta ou qualquer outra anormalidade, perguntou-lhe:
- Você bebeu?
O rapaz não soube o que responder. E, a essa altura, já toda a classe prestava atenção a cena, entre risos e cacoetes. Ele saiu da sala cabisbaixo, não entendendo como os outros não viram, não notaram os trechos de tinta, as gotas azuis. Sua duvida aumentou quando a menina que lhe pedira “cola” veio zangada dizer-lhe que ele não quisera ajudar-lhe. E, quando ele lhe falou das respostas em tintas brilhantes em sua carteira, ela riu-se e chamou-o de palhaço. Tentou provar-lhe, levando-a a examinar sua carteira e o assoalho onde ainda via as marcas das gotas de tinta que haviam jorrado. Mas ela nada enxergara. Chamou outras pessoas para comprovar-lhe, mas ninguém nada via. Somente ele enxergava as manchas de tinta azul.
E esta foi a primeira vez em que o caso sucedeu-se. A principio ele julgou que todos viam as manchas, mas que, por brincadeira, haviam resolvido encenar para fazer-lhe de trouxa. Os outros, por seu lado, julgavam que era ele quem brincava, querendo fazer-se de maluco. Mas com o tempo ele passou a ver gotas azuis caírem contastemente do teto ou jorrarem de vez em quando das torneiras, quando ele as abria. E logo, todos que julgavam que se tratava de uma brincadeira, admitiram seu engano e passaram a trata-lo como reservas, julgando-o muito doente, num grau bastante elevado de loucura. E passaram a olhar-lhe com pena e comiseração. E até seus familiares que riam quando ele dizia estar sendo perseguido por um filete de tintas, julgando ser brincadeira, passaram a ficar nervosos e já sua mãe dizia:
- Para com isso menino!
Quando o mal foi descoberto, não tardou a ser internado num hospital de sanidade mental.
E ele desesperou-se, tentando provar aos outros que suas tintas azuis existiam. Apanhou da caneta com que redigira a prova de matemática e mostrou-a a todos, pensando ter solucionado o caso. Porém, era uma caneta como outra qualquer e os outros o julgaram ainda mais louco. Ele próprio então, desesperado, destruiu a maldita caneta, com o intuito de livrar-se do que só poderia ser uma praga. Todavia, mesmo com a caneta não mais existente, ele continuou a ver as gotas azuis. Elas jorravam de todas as folhas que ele via. Não havia livro ou caderno que ele tocasse sem sair gritando, dizendo que suas mãos estavam molhadas de tinta azul. E ele que gostava de escrever poesias, não mais o fez devido ao trauma. E logo, as gotas que ele dissera ver cair uma ou outra vez do teto, passaram a jorrar com mais constância, formando verdadeiras cascatas pelas paredes. E não tardou a andar só de capa impermeável e guarda-chuva para proteger-se das gotas azuis. Mas isso de nada adiantou. E em seu quarto no hospital, todos os dias exatamente as seis horas da manha, hora que antigamente acordava para ir ao colégio, uma grande gota de tinta, do tamanho de um bujão de gás, caia do teto, quicava três vezes no chão, diante da sua cama, e, dando um salto, vinha em sua direção e estourava-lhe no peito. A principio, tal incidente amedrontou-o por completo, mas, com o tempo foi acostumando-se e pensou até em usar aquela gigantesca gota como uma espécie de despertador, porém o cheiro de tinta o irritava e isso só serviu para aumentar ainda mais sua alucinação, a qual aumentou consideravelmente quando suas gotas de tinta que pegavam fogo passaram a emitir-lhe queimaduras quando o tocavam e chegaram até a incendiar uma casa quando choveram do céu. Os médicos tentaram provar-lhe que não existiam queimaduras nele e que casa alguma fora incendiada, mas seus esforços foram em vão.
Nesses estagio da sua loucura, já seus pais haviam procurado todos os analistas e psicólogos da cidade e perante a capacidade que todos apresentavam, o casal, já idoso, se consumia de tristeza perante a degradação físico-intelectual do querido filho que já negava-se a comer, sentindo cheiro de tinta em todos os alimentos e vendo cor azul para todos os líquidos. E logo, todos os objetos azuis e todas as canetas foram afastadas de sua presença, pois provocavam-lhe crise nervosa. E com o avançar da doença, a vida do rapaz passou a ser uma prisão, pois até mesmo o céu, por ser azul, dava-lhe imediata alergia.
E o caso corria de tal maneira quando ele fugiu do hospital. A família alarmou-se e colocou a policia e detetives particulares a sua procura. E ele, por seu lado, tentava, desesperado, convencer alguém da realidade das tintas azuis. Mas ninguém acreditava n, riam-se dele e chamavam-lhe de louco. Procurou todos os seus melhores amigos, mas esses mesmos fingiam, apenas, por um momento, dar-lhe crédito, para aproximassem, agarrá-lo e levar-lhe de volta ao hospital, o que o obrigava a correr e fugir constantemente. E seu desespero aumentava a proporção que as gotas azuis não acabam. As via por toda parte, até as pocinhas de esgoto ou de água pela rua, passaram-lhe a ser constituídas de tinta azul. E não tardou a surgir, sobre todas as calçadas e asfaltos, uma camada de tinta de uma polegada de profundidade, que servisse como uma espécie de lava-pé. Dirigiu-se então as fabricas de caneta, lembrando-se que fora por causa de uma que tudo começara. E tentou estudar a composição técnica de todas as canetas esferográficas conhecidas para ver se consegui algum resultado. Porém o problema era bem maior, não estava em uma simples caneta. E ele gritou horrorizado. E foi ai que começou a tempestade. Caminhava pelas ruas quando ressoou terrível trovoada e uma tempestade de tintas iniciou-se, uma chuva de gotas azuis. E a tempestade enchia as ruas. E a alucinação o tomou por completo. E ele correu em direção ao colégio, onde tudo começara, na esperança de uma solução, que já quase não julgava possível. E enquanto corria em direção ao seu destino as gotas azuis da chuva batiam-lhe contra o corpo, inundando-o. E, quando alcançou o colégio, a tinta da chuva que inundava as ruas já estava a altura de seu joelho. Entrou então, afobado, no estabelecimento e correu pelos corredores, todo sujo de tinta, até alcançar sua sala de aula. Ao chegar lá encontrou seus pais, detetives, professores e policiais que faziam apelos aos alunos, perguntando se não o haviam visto. Quando o viram chegar, logo o agarraram e sua mãe abraçou-o entre lagrimas. Ele olhou pelas janelas o verdadeiro rio de tinta que se formava nas ruas e que iria inundar a cidade, e gritou:
- A chuva, está enchendo as ruas de tinta, vai inundar tudo, temos que fugir imediatamente, senão, morreremos afogados.
- Mas meu filho_ replicou a mãe com ternura_ não está chovendo, está um dia lindo lá fora.
Mas já ele via tintas azuis jorrarem de todos os lados, entrando pelas janelas, pelas portas, pelo teto, pelas frestas.
- A tinta!_ gritou_ vocês não estão vendo, esta inundando a sala, esta envolvendo todos vocês, vão nos encobri.
E olhou desesperado para os policiais, professores e alunos, olhou para seus pais, olhou para a menina que lhe pedira cola. Todos traziam um olhar de tristeza, de pena infinita, como se mirassem uma pobre criatura miserável, aleijada para o resto de seus dias.
E ele, já com o rio de tinta a altura do pescoço e continuando a subir enquanto o som da tempestade continuava lá fora, tentou dizer alguma coisa, mas calou-se.
E não tardou, quando o rio de tinta encobriu-lhe, a cair estirado no chão, morto.
No mesmo dia, à noite, quando foi feita a autopsia do corpo, constatou-se com assombro que o motivo da morte fora afogamento. E, ao abrir-lhe o estomago para averiguações, descobriu-se grande quantidade de tinta azul que ele havia, inexplicavelmente, engolido.


Wilson Madeira Filho
Niterói, 21-22/06/1978

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Cigana

Tens no olhar repleto de magia
um negrume de ritmo dolente,
tens na rósea pele, um bronze de orgia,
e um feitiço que domina inconsciente...

És nômade, rainha da aventura,
e trazes na tua boca, carminzada,
o curare do amor n’uma ternura,
e a ironia do ódio, em gargalhada...

A noite em teus cabelos é tão bela,
que, ao vê-los, o poeta tem a musa,
e o pintor, pensa logo na aquarela...

Tens no corpo, capitoso e sensual
a ardente fascinante da andaluza
e a volúpia do amor em temporal...

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Não te amo como se fosse rosas de sal , topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo;
te amo como se amam certas coisas escuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.

Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, escondida, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpoo
estreitado aroma que subiu da terra.

Te amo sem saber como, nem quando, nem de onde,
te amo diretamente, sem problemas nem orgulho;
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,

a não ser deste modo em que não sou nem és,
tão perto que tua mão sobre o meu peito é minha,
tão perto que se fecham teus olhos com meu sono.




Pablo Neruda

domingo, 17 de agosto de 2008

Casos e Acasos!

Tive um vizinho que discutia com a namorada três vezes por semana. Eu ouvia tudo. Não por opção, morava no apartamento abaixo. Aquilo era amor ao choro e á reconciliação. Mas não um ao outro. Difícil saber o que é o amor. Mas fácil saber o que não é. Um namorado citou Guimarães Rosa: o amor é “descanso na loucura”. Com ele vivi mais loucura do que o descanso, mas o aprendizado tem de começar por algum ponto. O vizinho devia estar nesse estagio também, com o tempo vi que ele tinha razão, o namorado, não o vizinho. Amor é mesmo aquela sensação de voltar pra casa. Adormecer lado a lado é a grande prova. No dia seguinte, acordar e sentir que esta levando alguém com você. Descobrir um sorriso ridículo no canto da boca. Pronto, encaixou. Feito pecinhas de lego: diferentes, mas vindas do mesmo mundo. Lego é gostoso, quebra-cabeça não. Amor não é desejo: é feito de. Amor é feito de amor, mas não só. Amor não tem razão, ninguém ama pelas qualidades do outro, nem apesar de seus defeitos. Ama porque o outro é o outro e pronto. Amor é pacote completo. Você sabe que é amor quando se descobre cúmplice. Quando tem coragem de se mostrar. E de ser. O outro é um espelho, vai encarar? Você sabe que é amor quando se entrega, mas é melhor guardar algo para si mesmo. Amor não pode ser só para o outro.
Amor é o exercício do não ter. Amar e não ter nada em troca. Porque se é amor, não é em troca. Amor não serve pra nada, não garante nada. Como as coisas boas da vida. Amor é presença e falta. Uma não vive sem a outra. Amor é liberdade. Gostoso é saber que o outro com tantas opções, escolheu você mais uma vez. O que fazer para que amanhã ele faça à mesma escolha? Mantenha-se distraído.
Amor é feito de hoje. Da arte de não fazer tudo sempre igual. Da construção. Como revestir parede com aquelas pastilhas bem pequenininhas. No amor é preciso colocar uma por uma. Sem pressa de ver pronto. Pra mim, é esse o sentido de amar como se não houvesse amanha. Menos voraz do que sugere. Mas posso estar errada, sou amadora. Amei paredes inteiras. Quanto mais aprendo, menos sei. Gosto é de aprender. Uma convicção: amor é delicadeza. Eu sempre quis falar isso pro vizinho. Tomara que a namorada dele ache meu blog.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Anônimo

Quero ser o altar dos teus desejos,
tua fonte de amor e de prazeres,
onde possas saciar, com ardentes beijos,
tua sede, e a alegria de me creres...

Quero ser esta chama que iluminaas
trevas densas do teu pensamento,
quero ser a costela de tua sina,
teu canto, teu destino, teu momento...

Ser tu mesmo; egoísta, sem receio
de ver-te em outros braços, sem guarida,
ou de sentir-te dividido ao meio...

Quero ser tua deusa, teu demônio,
Quero ser a garoa da tua vida,
Quero ser a fumaça do seu sonho...

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Soneto

Como descobriste meu segredo,
Se eu me escondia tão bem até de mim?
Como me chamas para a vida, assim,
Sem saber se me volto ou sinto medo?

Como, mesmo, supreendeste-me num porre,
A me chamar de princesa errante?
Em que castelo pousas-te reinante
Quando a mim o sonho quase morre?

Como descobriste meu romantismo?
E lês-te dentro de mim – que poesia?
E vieste me salvar – de que abismo?

E agora presenteia-me um novo dia
E me dá raios de sol num heroísmo
A me mostrar eu mesma em melodia

terça-feira, 29 de julho de 2008

IMPRECAÇÕES A UMA MÃE POBRE

Levanta essa fronte já metade secular
E dirige teus olhos maternais para o teu sangue:
Ele vinga o teu esforço de amanhã.
E se sofres sabes: a alegria de teus filhos virá;
Do esgoto e da miséria, os rebentos hão de galgar os céus.
E o povo dominará as ruas. E uma filha sua,
Outra mãe, passeará com o filho, em paz pelas praças.
E o iniciará ao sexo, ela mesma. E hão de drogar-se juntos.
E a liberdade anárquica destruirá a fé comunista.
E e e e....mil coisas mais.
Até que a moral responda à altura com a sua clave firme,
Calando tanto opóbrio e devassidão. Reintegrando valores.
Pois a verdade é uma só e indiscutível.
E, em nome do sagrado, teu bisneto será um tirano.
Mas o filho deste terá crescendo em si a semente do inconformismo,
Que na próxima geração explodirá em reividicações.
E tua continuidade se instalará na política pró-democrática,
E as eleições trarão a corrupção para o teu sangue.
Um novo parente, já sem a menor notícia de ti, com uma mochila de neon,
Colocará o pé na estrada, pegando caronas em carros-laiser.
E tu, que sob os sete palmos fôra transferida e cremada
- Tudo pago pela Empreiteira Imobiliária Novo Mundo -
Rirá, em tuas cinzaz, das convicções efêmeras.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

" A evoluchão da educachão "

“Sérgio Cabral acaba de vetar os 6% da Uerj. No dia 17/07, Gilmar Mendes, presidente do STF, concedeu liminar à ação Direta de Inconstitucionalidade, movida pelo governo Sérgio Cabral, que conteste a vinculação de 35% das verbas do estado para a educação. Deste valor, 6% são destinados à UERJ”.
E assim se passa mais um dia político no nosso querido estado e no país, como é bela a forma de politicagem que hoje vemos sendo feitas, da até um certo orgulho de ver pessoas que nós colocamos no poder para nos representar e como representa bem essa minha cara juventude que como falam é uma juventude alienada e não quer nem estudar. Se essa juventude que hoje em sua grande parte sofre pela constante guerra que está na nossa cidade não quer mesmo estudar, deixem que se matar!
Só pode ser dessa forma que os nossos governantes estão pensando ao tirar toda essa quantia da educação, mas hoje vejo cada vez mais que minha geração não esta derrotada, mesmo sendo tão poucos somos fortes, podemos estar perdidos, mas mesmo assim vivos e esses 6% serviram para despertar um sentimento que estava adormecido na UERJ. Um sentimento de ironia e raiva para com o nosso “magnífico” reitor que realmente esta pensando em concordar com o governador Sérgio Cabral, tal pessoa que só esta pensando em nosso bem ao pensar em tal proposta.Dói-me ver uma universidade com a UERJ que hoje é só procuradas por alunos suicidas, cair junto com tais pessoas num fundo de dividas e concretos, veja bem os 6% são uma pequena base governamental para que daí possamos crescer para uma direção que nos faça ser realmente o que a UERJ deve ser grande. Assim se passa mais um dia na UERJ e se caso isso não se resolver façamos como uma professora falou ‘vamos privatizar tudo!’. Ai o problema não é mais meu, nem seu, nem do Sérgio Cabral e muito menos do reitor.





Por: Pedro Luiz "crok" Carneiro

terça-feira, 22 de julho de 2008

Palestina x Israel

A área correspondente à antiga Palestina até 1948 encontra-se hoje dividida em três partes: uma parte integra o Estado de Israel; duas outras, a saber, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, de maioria árabo-palestina, deveriam integrar um estado palestiniano-árabe a ser criado - de acordo com a lei internacional, bem como as determinações das Nações Unidas e da anterior potência colonial da zona, o Reino Unido. Todavia, em 1967, essas duas áreas foram ocupadas militarmente por Israel após a Guerra dos Seis Dias, que foi uma dentre várias guerras movidas pelos países árabes contra Israel por não aceitarem a determinação da partilha da Palestina pelas Nações Unidas, por não reconhecerem o direito dos judeus, que haviam sido massacrados na Europa pela aliança nazi-fascista, terem seu próprio estado nacional situado na região. Há alguns anos, porções dispersas dessas duas áreas passaram a ser administradas pela Autoridade Palestiniana, mas, devido aos inúmeros ataques terroristas que sofre, Israel mantém o controlo das fronteiras e está actualmente a construir um muro de separação que, na prática, anexa porções significativas da Cisjordânia ocidental às fronteiras israelenses. A população palestina dispersa pelos países árabes ou em campos de refugiados, situados nos territórios ocupados por Israel é estimada em 4.000.000 de pessoas.
A Palestina, sendo um estreito trecho de favorável passagem entre a África e Ásia, foi palco de um grande número de conquistas, pelos mais variados povos, por se constituir num corredor natural para os antigos exércitos. No ano de 614 a região acaba de ser encampada pelos persas Sassânidas que mantém seu jugo até o ano de 628 e no ano de 638 toda a região está sob o domínio árabe muçulmano. A região passa pelo controle do Império Otomano, da França e do Reino Unido. No final do século XIX, judeus começam a migrar para a região comprando terras. Em 1947, a Assembléia Geral das Nações Unidas determina a partilha da Palestina entre um Estado Judeu e outro Estado Árabe, mas os árabes não aceitam essa resolução e atacaram Israel, na chamada Guerra da Independência. Ao contrário de várias potências que por alí só estenderam seu domínio de passagem, as vezes legando a administração da região a potentados locais, os árabes (à semelhança dos antigos hebreus) se estabeleceram na região, e o primeiro elemento cultural que introduzam foi a língua uma vez que aparentada com o aramaico, obteve fácil aceitação. Ao fim do longo domínio árabe de mais de quatro séculos, a religião islâmica acabou amplamente majoritária, seguindo-se de uma pequena minoria de cristãos e um menor número ainda de judaítas Samaritanos, até quando, no ano de 1072, sobreveio a conquista da região pelos turcos seldjúcidas que tinham capital em Bagdá. No ano 1099 com a Primeira Cruzada europeus conquistaram Jerusalém e lá estabeleceram o seu domínio sob o nome de Reino Latino de Jerusalém cuja existência periclitante em meio à sociedade islâmica se demorou até o ano de 1187 quando a cidade foi reconquistada por Saladino. Da Declaração Balfour até ao fim do Mandato Britânico. Em 15 de Maio de 1948, um dia depois da fundação do Estado de Israel, sete exércitos árabes atacaram Israel. Estimulados pelos países árabes, e em plena guerra em curso, o povo que vivia na região da Palestina fugiu ou foi expulso da região, buscando segurança. Com a vitória de Israel, a maioria desses refugiados, cerca de 750 mil, foi proibida de voltar para suas terras, e posteriormente expulsa de alguns países árabes, como a Jordânia, onde haviam buscado refúgio. Sem ter para onde ir, e rejeitados pelos países árabes, muitos se dirigiram ao sul do Líbano, onde permanecem em campos de refugiados até hoje. Em 1964, foi solicitado à Liga Árabe pelo Alto Comissariado da Palestina a fundação de uma Organização para a Libertação da Palestina (OLP), cujo missão estatutária é a destruição do Estado de Israel. Em 1988, a OLP proclamou o estabelecimento de um estado palestiniano. O principal líder da organização foi o egípcio Yasser Arafat, falecido em 2004, famoso por não ter aceitado fazer a paz com os judeus.
Atualmente a Palestina é governada pelo primeiro-ministro Ismail Haniyeh (Hamas) e pelo presidente Mahmoud Abbas(Fatah), tendo havido confrontos armados entre os dois grupos em Gaza em 2007.

sábado, 19 de julho de 2008

Brasil Corrupção

Neste Brasil corrupção
pontapé bundão
puto saco de mau cheiro
do Acre ao Rio de Janeiro
Neste país de manda-chuvas
cheio de mãos e luvas
tem sempre alguém se dando bem
de São Paulo a Belém
Pego meu violão de guerra
pra responder essa sujeira
E como começo de caminho
quero a unimultiplicidade
onde cada homem é sozinho
a casa da humanidade
Não tenho nada na cabeça
a não ser o céu
não tenho nada por sapato
a não ser o passo
Neste país de pouca renda
senhoras costurando pela injustiça
vão rezando da Bahia ao Espírito Santo
Brasília tem suas estradas
mas eu navego é noutras águas
E como começo de caminho
quero a unimultiplicidade
onde cada homem é sozinho
a casa da humanidade


[ Ana Carolina e Seu Jorge ]

sexta-feira, 18 de julho de 2008

No Brasil um outro mundo não será possível enquanto...

1- Na Educaçao:
Enquanto não houver horário integral nas escolas, a fim de que seja cumprido o preceito milenar " mente sadia, corpo sadio", reservando-se a metade do tempo as atividades fisicas e jogos. Enquanto não houver atividades culturais e pesquisas sobre as condições de vida da comunidade, enquanto não for valorizado o essencial dos programas e abolido o caminhão de assuntos inuteis que é despejado no ouvido dos alunos. Enquanto os alunos continuarem sendo preparados para a prova da escola e não para a vida. Enquanto não for valorizada a sensibilidade, criatividade, o gosto pela leitura, a curiosidade cientifica, conforme a pedagogia moderna. Enquanto a escola não se preocupar com a formação do cidadão e do espírito crítico e não da obediência cega.
2- Na Segurança:
Enquanto não forem extintas essas instituições policiais corrompidas até à medula, cujos componentes achacam, torturam, matam impunemente. Enquanto não forem substituidas por uma nova policia, cujos membros possam ser demitidos a vista das provas de irregularidades e sem os manipulaveis inquéritos administrativos. Enquanto for mantida essa estratégia de confronto aberto, em que soldados de uniforme, veículos identificados, são obrigados a enfrentar os bandidos em situação inferiorizada, pois os bandidos estão misturados no meio do povo, e os policiais são facilmente identificáveis. Enquanto não for praticado um policiamento preventivo, em que uma policia forte, mas civilizada, e aí sim com o apoio do povo, possa inibir a criminalidade. Enquanto não houver uma policia inteligente, que investigue antes de se confrontar e que possa prender os suspeitos sem colocar em perigo a vida de quem está em torno da ação policial. Enquanto for mantida a estúpida política de confronto aberto, cujo resultado é a morte dos soldados, dos inocentes, de suspeitos sem julgamento, fazendo com que a pena de morte exista, contrariando o código penal e a constituição federal. Enquanto o povo continuar oprimido entre o bandido e a polícia, não haverá democracia em nosso país.
3- Nos gastos públicos
Enquanto a União continuar gastando mais de 40% do orçamento com o pagamento de juros e serviço da dívida; e Lula continuar pagando um bilhão de reais por dias de juros e serviços da dívida. Enquanto a União continuar permitindo o escandaloso crescimento da dívida pública, como aconteceu no primeiro governo Lula, que encontrou a divida em 600 bilhões de reais, pagou um trilhão de reais, e a divida cresceu para um trilhão e 300 bilhões de reais.
Enquanto a União gastar menos de 3% na educação, menos de 1% na segurança, como se pode constatar na imprensa alternativa. Enquanto a União priorizar o agronegócio em detrimento de reforma agrária, do que resultou na expulsão de mais de 3 milhões de pessoas do campo, para um volume de assentados que nao chegou a 500 mil. Enquanto o povo continuar sendo convencido pelos grandes meios de comunicação de que o maior problema do Brasil é a corrupção, ajudando o governo na formação de uma cortina de fumaça que não permite ao povo ver que o assalto dos banqueiros é de um bilhão de reais por dia e os corruptos não conseguem tirar nem dez milhões de reais por dia, como mostraram pesquisadores da FGV-SP. Enquanto a Vale do Rio Doce, privatizada, continuar vendendo a tonelada de ferro brasileiro com o teor de 60% do mineral, por apenas 10 reais, preço da tonelada de ferro mais comum no mercado mundial, com teor de mineral abaixo de 30%. Enquanto, enfim o Brasil continuar a ser colônia dos países imperialistas, um outro mundo não será possível entre nós.

domingo, 13 de julho de 2008

A sociedade em processo de autópsia

De momentos surgidos do infinito, de vontade alheia inimagináveis, talvez eu busque uma saída para o que acontece ao meu redor. Um desespero a menos, um choro a co lá, uma sorriso espontâneo, o medo de não amar. Quando sonho, sonho que estou sonhando, parto da escuridão em direção há segundos mundos. Vejo as crianças que morrem de fome na África ou famílias que andam mais de 8 km pra buscar água no sertão. Vejo os índios sendo colonizados, e a população grega sendo extinta, vejo Jesus sendo crucificado e os judeus achando isso normal, vejo Virgem Maria chorando sem poder fazer nada, vejo os EUA atacando o Iraque, vejo o ataque as torres gêmeas. Vejo o mundo e mais nada.De uma geração onde Zeus e Afrodite eram os deuses mais significativos, passando então pra Jesus, um mesias que andava sobre a água e transformava-a em vinho. Passamos pra Buda e para Humes, filósofos que acreditavam somente no que já vivenciaram, passamos então pra Adolf Hitler e sua forma de governo xenofibica, passamos para Bush e a vida dos americanos, passamos para o Brasil e seus escândalos governamentais. Passamos então a nos perguntar por que a tanto moradores de rua, e porque nos sentirmos incomodados quando esses próprios nos pedem dinheiro para um prato de comida? Perguntamos-nos também se eles não se sentem incomodados de nos verem passando com um pedaço de hambúrguer na frente deles.Preocupamos-nos talvez com as festas raves, que liberam drogas para jovens menores de idade, que falsificam carteiras de identidade querendo viver uma idade que ainda não tem, e morrem de overdose, após 10 balas. O motivo de alguém ingerir uma bala ou dez não é o mesmo? Então onde está o erro? É a nova onda não é? Se sentir incomodado quando vê a foto de um acidente de carro causado pelo acumulo de bebida alcoólica, ou uma pessoa que teve AVC por fumar demais. Mas beber é tão divertido, libera a alma, limpa as toxinas do organismo, não é mesmo? Brigar em festas por garotas ou simplesmente porque não foi com a cara do parceiro lá. Para uns coisas de idiota, para outros divertimento, tal como espancar uma empregada num ponto de ônibus e dar a desculpa de que pensaste que fosse uma prostituta, então as putas não tem direitos de vida? E ai você se pergunta também porque alguém a de ser prostituta. Geralmente lhe vem à cabeça o fato de que essa pessoa não teve chances na vida e o único caminho foi à prostituição, sendo assim podemos justificar também porque tem pessoas que entram pro tráfico ou roubam para se alimentar. Chance na vida? Vai pro caralho! É tudo uma questão de escolhas, agora porque nasceste pobre e preto, vai virar bandido para que a sociedade te de um motivo para o que fizeste, então os loros e ricos só poderão ingressar na faculdade porque tiveram chances? Hoje em dia a mais riquinhos entrando pro crime ou roubando por drogas, riquinhos com bastantes chances de vida, diríamos. Repito: é tudo uma questão de escolha. Eu escolho se quero virar traficante ou se quero estudar a fundo e ingressar na faculdade, é minha escolha decidir com quem quero me relacionar ou não. A vida é fácil, ela não é curta, apenas ficamos parados tempo demais. Culpamos-nos se algo não da certo, pelo simples medo de tentar novamente. É, acho que tudo depende de tendência, para de reclamar e tentar corta os pulsos, ninguém é culpado da sua solidão ou tristeza, não procure no outro, motivo para sua felicidade ou para seu total desprezo, não culpe ninguém por não te amar como você queria, ame há si próprio muito e antes de mais nada, e se quiser algum motivo pra atirar na sua própria cabeça, procure o que você é pequeno demais pra viver nesse mundo, e que suas escolhas não foram erradas apenas, não eram cabíveis para você, o mundo é para os mais aptos, já dizia Darwin a séculos atrás.

terça-feira, 8 de julho de 2008

“O que é política”

Política, segundo Wolfgang Leo Maar, são todas as formas de manifestação humana para a exigência da passividade social. “Um comício é uma reunião política e um partido é uma associação política, um indivíduo que questiona a ordem social pode ser um preso político; as ações do governo, o discurso de um vereador, o voto de um eleitor são políticos”.
Os gregos como os precursores da democracia, utilizavam das diversas formas políticas para equilibrar as rotinas sociais e pacificar as relações humanas. Acreditavam que a política transformava os homens em cidadãos e que os seus súditos utilizavam-na como expressão dos seus direitos humanos. Na Idade Média o poder era exercido pela nobreza_ poder político, e pelo clero religioso_ poder civil, refletindo o caráter elitista do exercício político – social desde séculos passados. Maquiavel na sua obra “O Príncipe”, acredita que aos políticos cabe a execução do poder, seja pela coerção, virtude ou astúcia. Ele defende a idéia de que o governo representa o estado. Já para Marx Weber “o Estado representa uma classe, e precisa submeter-se ao comportamento e aos interesses manifestados nesta classe”. Percebe-se o caráter mais democrático nas idéias defendidas por Marx, sendo para ele a atividade política a união das necessidades sociais coletivas e o cumprimento de objetivos comuns. Política, segundo o livro, são as manifestações humanas, a exigência dos direitos sociais, o cumprimento das necessidades da civilização. Por meio de um soberano busca-se a harmonização da sociedade e com o voto a população manifesta seu interesse na participação e manifestação institucional, exigindo dos seus representantes as garantias impostas pelos mesmos. A política é uma manifestação cultural enraizada na sociedade. “Através do uso ideológico da cultura, o agente político consegue generalizar para a sociedade como um todo os seus próprios critérios de valor; desta forma, ele passa a ser considerado legítimo. É deste modo que frequentemente se acha justo que os que ‘sabem mais’ tenham o direito de mandar”. A cultura passa por uma instrumentalização política, sendo agora usada com um caráter revolucionário. As instituições urbanas_ escolas, jornais, igreja, passam a conscientizar a massa populacional para o entendimento político da sociedade. E a sociedade politiza-se, exigindo mais ativamente seus direitos humanos. Formou-se uma nova ideologia política: o conservadorismo foi substituído pelo sentido social revolucionário. Por meio das manifestações culturais buscou-se apoiar as políticas já existentes como também às inovadoras_ de promoção de alternativas ao existente. Como afirma Wolfgang em seu livro “a cultura precisa da política e a política tem um objetivo cultural”. Ou seja, a cultura imposta na sociedade equivale aos objetivos políticos impostos nos mesmos, de acordo com interesses humanos hierarquizados ou não.